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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







30 de ago. de 2015

Casamento: sim ou não?

Os dilemas humanos são tantos! Alguns são dilemas reincidentes, ideias fixas. Há sonhos pré-fabricados e, vez ou outra, caminhamos feito o coitado do gado rumo ao matadouro, sem percebermos que apenas cumprimos o triste papel de entrarmos pelo cano. Digo isso porque na minha publicação  Casamento: quando um quer, mas o outro não quer há muitos comentários. Não sei dizer quem faz os comentários, permito no meu blog comentários anônimos e, dificilmente, alguém com um “dilema do matadouro” irá se identificar. E quem sou eu para aconselhar alguém? Mais da metade da vida percorrida e até hoje não sei exatamente o que fiz com meus sonhos mais bonitos.
Casamento. Quando eu era criança os contos de fadas, aqueles que terminam sem contar o que vem depois: Cinderela, Branca de Neve, A Bela Adormecida, isso tudo forjou meu sonho de crescer, casar, ter filhos. E depois? Isso ninguém explicou. Bastava olhar ao redor: o destino de meus avós, meus pais, meus tios. Difícil encontrar um casal realmente feliz, a vida nem sempre é doce, fácil e as dificuldades nem sempre são suportáveis para algumas pessoas. Casamentos podem durar, mas o voo não é de cruzeiro. Sobrevive quem aprende a saltar de paraquedas, isso se tudo não explodir em uma fração de segundo.
Domingo é dia de acordar um pouco mais tarde, preparar o café forte que tanto aprecio, sentar-me à mesa e ligar o notebook. Comecei pelo blog e lá estava mais um comentário nessa postagem. E eu viajei ao passado, um tour pouco agradável. Senti vontade de viajar de corpo e alma no tempo e impedir que a garota bonita que fui sonhasse com finais felizes dos contos de fadas. Final feliz? Final é fim! Quem deseja um fim, quando o assunto é ser feliz?
Uma vez alguém me disse uma coisa que serve hoje para mim e, talvez, quem sabe, também sirva para todo aquele, toda aquela que procura a resposta para as dificuldades em um relacionamento amoroso. Não se deve sonhar com o casamento, se não houver reciprocidade do par nesse sonho. Um relacionamento deve ser vivido como um passeio bonito de trem, um passeio agradável em uma linda manhã ensolarada. A paisagem é linda. Assim é o namoro. Um passeio bonito, que poderia durar para sempre. Aproveita quem olha pela janela, quem se encanta com todos os bons momentos. Aqueles que sentem pressa de chegar ao destino, que estão tão ansiosos que não olham pela janela, esses não curtem a viagem: são os que querem se casar a todo custo, cobram isso de si, do par e não aproveitam o dia de hoje.
Não posso deixar de dizer que, quando um dos dois não quer se casar, isso é sinal de alerta para reduzir a velocidade do trem. Não acelere! Apesar de ser uma tremenda frustração alguém não corresponder às nossas expectativas, apesar do sentimento de rejeição, é necessário respeitar a vontade alheia, ainda que a nossa frustração seja enorme.
Casamento não deve ser objetivo, mas consequência. Casamento só tem uma chance de dar certo (apesar das dificuldades naturais da vida): os dois desejarem a mesma coisa, sem que um magoe o outro, frustre o sonho do outro. Casamento é isso: união de objetivos em prol de algo positivo e em comum.
Andaram me perguntando se eu casaria novamente. Claro que sim. Mas, eu casaria com quem vive um dia de cada vez, sem me colocar em um altar, afinal não sou santa, não sou princesa e nem sou a resposta para os sonhos delirantes de ninguém.
Aproveitem a viagem, curtam a paisagem. A vida passa muito depressa e não é justo perder um só segundo desse passeio, é injusto esperar tanto a próxima estação sem observar o quanto é bonito e especial este momento de agora. Quando um não quer, não há casamento. Pode ser tudo, mas não é casamento e nem é amor. Se insistir, entenderá o que escrevi aqui, letra por letra. Não vale a pena, então o melhor é seguir aproveitando os momentos, sem forçar a barra. Um não quer, dois não brigam. É isso.






26 de ago. de 2015

Amor, amar, amar, amar...

A vida, às vezes, lembra aqueles balancetes contábeis. Contas difíceis de fechar.
Amar, experiência que parece uma assinatura digital intransferível e inviolável. Está no destino, quem ainda não amou, amará. É o que validará a passagem por estas bandas terrenas e, se chegar à terceira idade, tornará a bagagem desta existência algo valioso, com muitas cores e modos diversos, um peso bom de carregar.
Amor... Amar, amar e amar. Amar a mesma pessoa, amar várias pessoas, especialmente amar-se. Sem amor próprio nenhum amor é bem vivido. Amar escancaradamente, ou silenciosamente.
Amar sem ser amado, espinho que machuca o coração. Ser amado e não amar, dura situação.
Amor, nem sempre eterno, que desemboca na separação. Amor que é saudade. Amor de mentirinha. Amor virtual. Amor ao próximo. Amor real. Amor inconfessável. Amor platônico. Amor de verdade.
Amor, matemática perfeita, contas e mais contas que fecham na ponta do lápis de um poeta. Amor que inspira, que faz rir, chorar, lembrar, sonhar. Amor que vem e vai e adiciona à alma o perfume da esperança. Amor eterno. Amor findo. Amor por vir. Amor enfim. Amor...