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No último final de semana acompanhei meu namorado em uma confraternização de final de ano. Amigos se reuniram para celebrar a vida. Impressionante, garotos crescem, o tempo passa, mas continuam sendo garotos. A idade da turma está acima dos quarenta anos. Riam, brincavam, brindavam. Contagiante a alegria que reinava entre eles. A amizade masculina costuma carregar o selo de lealdade. Amigo que é amigo embarca no mesmo trem e segue lado-a-lado pra qualquer destino. Amigo homem não presta atenção em quem está mais gordo ou em quem vestiu-se com um modelito repetido. O importante é ser feliz.
Lá estávamos saboreando um delicioso churrasco quando fui apresentada a um dos presentes. Alguém que contou uma das mais belas histórias de amor que já ouvi. Casamentos costumam tornar-se complicados, chatos, enfadonhos. Assim acontece com muita gente. No entanto, nessa história, havia cumplicidade e muita harmonia. Felizes, depois de mais de trinta anos de casados. Porém, ela faleceu há alguns anos. E ele? Não, ele não foi pra balada, nem tratou de encontrar uma nova companheira. Lamenta a perda de seu par e fala de sua amada com os olhos marejados de lágrimas. Precisei disfarçar meu sentimento de solidariedade. Afinal, amor verdadeiro é incomparável. Escutei meu par sugerir a ele que tente encontrar uma namorada. Pensei o seguinte: é o mesmo que conseguir ganhar duas vezes na mega-sena acumulada. Um tanto difícil, não é mesmo?
Ímpar, assim ficou aquele homem. Disse que hoje agradece a Deus que foi ela quem morreu e não ele. Fiquei surpresa, então ele explicou o seguinte: prefiro ser eu a sofrer aqui na Terra sem ela, não desejaria a ela a dor que sinto agora.
Quanta gente está cheia do casamento? Quanta gente apenas consegue olhar pro próprio umbigo? E eles dois eram felizes, apesar de todas as dificuldades da vida. Lembrei dos casais de pássaros que, quando um dos dois morre, o outro permanece sozinho até o final da vida.
Não imagino o que seja sobreviver, restar na vida terrena, sem mais ter o companheiro de jornada. Nada pode ser mais triste e angustiante que perder sua metade. Sim, acredito em metades e não em dois inteiros que se unem.
Termino este texto pensando em você, que está atravessando um grave problema de saúde. Sua vida quase paralisada e girando em torno de médicos, hospitais, remédios e uma expectativa assustadora. A vida é tecida ponto a ponto, diariamente. Olhe pra trás e veja o quanto é bonita a sua história, apesar dos altos e baixos que lhe aconteceram. Ao seu lado o mais doce par que alguém poderia desejar. Tantos buscam, nem todos recebem a mesma graça. Essa é a verdadeira riqueza desta vida. Desejo a você saúde, pra celebrar a vida por muitas outras décadas.
Texto dedicado a você, Flávio, meu irmão querido. Com fé em Deus, a sua cirurgia vai ser um imenso sucesso e toda a dor, todo o sofrimento e medo desaparecerão. Parabéns pela parceria com a Renata, sua bela e querida companheira.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
2 de dez. de 2010
AMOR VERDADEIRO
No último final de semana acompanhei meu namorado em uma confraternização de final de ano. Amigos se reuniram para celebrar a vida. Impressionante, garotos crescem, o tempo passa, mas continuam sendo garotos. A idade da turma está acima dos quarenta anos. Riam, brincavam, brindavam. Contagiante a alegria que reinava entre eles. A amizade masculina costuma carregar o selo de lealdade. Amigo que é amigo embarca no mesmo trem e segue lado-a-lado pra qualquer destino. Amigo homem não presta atenção em quem está mais gordo ou em quem vestiu-se com um modelito repetido. O importante é ser feliz.
Lá estávamos saboreando um delicioso churrasco quando fui apresentada a um dos presentes. Alguém que contou uma das mais belas histórias de amor que já ouvi. Casamentos costumam tornar-se complicados, chatos, enfadonhos. Assim acontece com muita gente. No entanto, nessa história, havia cumplicidade e muita harmonia. Felizes, depois de mais de trinta anos de casados. Porém, ela faleceu há alguns anos. E ele? Não, ele não foi pra balada, nem tratou de encontrar uma nova companheira. Lamenta a perda de seu par e fala de sua amada com os olhos marejados de lágrimas. Precisei disfarçar meu sentimento de solidariedade. Afinal, amor verdadeiro é incomparável. Escutei meu par sugerir a ele que tente encontrar uma namorada. Pensei o seguinte: é o mesmo que conseguir ganhar duas vezes na mega-sena acumulada. Um tanto difícil, não é mesmo?
Ímpar, assim ficou aquele homem. Disse que hoje agradece a Deus que foi ela quem morreu e não ele. Fiquei surpresa, então ele explicou o seguinte: prefiro ser eu a sofrer aqui na Terra sem ela, não desejaria a ela a dor que sinto agora.
Quanta gente está cheia do casamento? Quanta gente apenas consegue olhar pro próprio umbigo? E eles dois eram felizes, apesar de todas as dificuldades da vida. Lembrei dos casais de pássaros que, quando um dos dois morre, o outro permanece sozinho até o final da vida.
Não imagino o que seja sobreviver, restar na vida terrena, sem mais ter o companheiro de jornada. Nada pode ser mais triste e angustiante que perder sua metade. Sim, acredito em metades e não em dois inteiros que se unem.
Termino este texto pensando em você, que está atravessando um grave problema de saúde. Sua vida quase paralisada e girando em torno de médicos, hospitais, remédios e uma expectativa assustadora. A vida é tecida ponto a ponto, diariamente. Olhe pra trás e veja o quanto é bonita a sua história, apesar dos altos e baixos que lhe aconteceram. Ao seu lado o mais doce par que alguém poderia desejar. Tantos buscam, nem todos recebem a mesma graça. Essa é a verdadeira riqueza desta vida. Desejo a você saúde, pra celebrar a vida por muitas outras décadas.
Texto dedicado a você, Flávio, meu irmão querido. Com fé em Deus, a sua cirurgia vai ser um imenso sucesso e toda a dor, todo o sofrimento e medo desaparecerão. Parabéns pela parceria com a Renata, sua bela e querida companheira.
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2 comentários:
Diva, não consegui me conter diante dessa história linda de amor. Isso é tão raro e tão extinto que quando temos o gosto de ler algo assim enchemos os olhos de agua e o peito de emoção.
Teu irmão ficará bem, vai dar tudo certo.
E continue capturando e arrebatando momentos e histórias como estas, faz bem pra vida e renova as forças...
Sempre tua fã.
beijos
Glenda,
A história é linda e verídica. Tanta gente banaliza o amor, tanta gente faz pouco caso do casamento. No entanto, ainda existem casais felizes e histórias bonitas, que são exemplos a ser seguidos. Tomara, além de escritoras, seremos protagonistas de uma bela história assim. Tudo indica que seremos!
Você também, conte lindas histórias, isso alimenta a alma de muita gente, essa é a nossa missão!
Beijos, também sou sua super fã!
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