É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.

Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







25 de out. de 2016

200 MIL ACESSOS


Hoje é dia de festa! O blog Diva Latívia acaba de alcançar 200 mil acessos.
Aqui deixo o meu agradecimento a cada um que pousa seu olhar sobre meus textos. A sua participação, seu comentário, sua presença aqui diariamente me inspira a escrever. Deixo meu agradecimento especial a você, Abílio Manoel, meu saudoso amigo.
Diva que brilha, que nasceu diva. Minha Diva Latívia!

Um grande abraço da autora,

Cláudia

15 de out. de 2016

CASAMENTO: PREFIRO PRENDER O MEU DEDO NA PORTA

Acordei achando que já fosse de manhã. O quarto escuro, a rua silenciosa. Olhei para o relógio e passava pouco da meia-noite. Fui despertada por um sonho que tive. Em uma igreja decorada com flores brancas e azuis, eu estava vestida de noiva. Tocava a marcha nupcial. A igreja lotada de gente, flashes de câmeras fotográficas me cegavam. Sozinha, caminhei por um tapete de veludo branco até o altar. Então, ele apareceu: Frankenstein. Sorriu um sorriso de quem nunca tinha escovado os dentes e estendeu as mãos frias e ásperas para mim. Usava fraque e cartola, na lapela um botom com o escudo do Corinthians. O padre indiferente ao meu espanto, meus pais tranquilos, todos pareciam achar tudo aquilo lindo.
O padre: - Senhor Frankenstein, é de sua livre e espontânea vontade se casar com a Senhorita Diva Latívia?
Frankenstein: - Sim, dá ela logo pra mim!
O padre: - Senhorita Diva Latívia, aceita o monstro Frankenstein para ser seu marido?
Frank babava, cheirava mal, sua roupa estava suja de terra, suas unhas eram encardidas, seus cabelos oleosos, certamente sofria de dermatite seborreica e aquela cicatriz no meio do rosto estava coberta de purpurina.
Meus pais sorriam emocionados. Frank exalava seu mau hálito quando abria a boca e resmungava palavras incompreensíveis.
Eis que apareceu Dom Quixote de la Mancha! Montado em seu cavalo atravessou a galope a igreja, lutou bravamente com Frankenstein e, enquanto eles dois se socavam, saí correndo pela rua, entrei no primeiro ônibus lotado que passou. Os passageiros eram bem interessantes: Branca de neve e os sete anões, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho com a Vovó e uma ex-presidente, que prefiro não mencionar o nome. Não fosse a bondade de Santa Teresa de Calcutá, a Madre, que ali estava pedindo esmola para seus pobres, eu teria sido expulsa do coletivo na parada seguinte, pois não tinha dinheiro para pagar a passagem. Quando Madre Teresa já tinha me convencido que meu lugar era no convento, acordei achando que fosse de manhã.
Sonhos estranhos deveriam entrar em cartaz em nossas mentes somente em dias úteis. Aos finais de semana deveríamos sonhar com coisas amenas, assuntos que não nos levassem aos porões de nossas mentes, temas interessantes para psicólogos e psiquiatras em geral. Sei que monstros não existem, mas tem um monstro no altar me esperando. E vocês ainda querem falar comigo sobre casamento?
Penso seriamente em escrever um texto com o título mais ou menos assim: prefiro prender meu dedo na porta do que me casar. Coitado do Frank. Com tanta mulher no mundo dos sonhos, foi escolher Diva Latívia, a noiva mais ligeira na corrida dos cem metros de passarela de igreja.
Contei o sonho à minha auxiliar do lar, Zezé. Ela começou a rir e não parou mais. Achou que Dom Quixote fosse o Zorro, que Madre Teresa fosse minha parente e que aquilo era sinal de que alguém do outro mundo queria falar comigo. O que esperar de uma criatura que me perguntou quem é o atual presidente do Brasil e, quando respondi, se espantou: - quem é esse?
Agora não sei se vou ao psicanalista, se vou à igreja, ou se escrevo um texto e volto a dormir. De certo mesmo, apenas a semelhança que nunca notei: Zorro se parece com Dom Quixote e Madre Teresa se parece muito com minha tia Marieta. Tem jeito, não. Vou ter que marcar uma sessão com meu analista, antes que eu imagine que Frankenstein está aqui ao meu lado, só esperando que eu diga "sim".




13 de out. de 2016

Bob Dylan, Nobel de literatura de 2016

Bob Dylan, ganhador do prêmio Nobel de literatura de 2016.

11 de out. de 2016

INVEJA, SENTIMENTO CORROSIVO

Um dos temas mais abordados pelos leitores em e-mails e também em comentários neste blog é a inveja. Atendendo a muitos pedidos, falarei sobre esse sentimento corrosivo.
Inveja é o desejo de possuir o que é alheio. Assim, o invejoso quer se apossar de um bem de alguém, ou destruí-lo. Faz votos que o alvo de sua inveja engorde, morra, adoeça, se separe, empobreça, perca o emprego e assim por diante. O invejoso é incapaz de obter o que almeja de modo limpo, honesto: ele quer o que é de outrem, da beleza física ao casamento, do carro novo à viagem de final de semana, do emprego ao dinheiro.
Outro dia, casualmente, uma amiga me mostrou uma fotografia na qual aparecia irreconhecível. Foto tirada de baixo para cima, suas dimensões corporais tão agigantadas que parecia ter vinte quilos acima de seu peso real. Levava à boca o talher, um flagrante indelicado do momento em que se alimentava. Uma fotografia horrível, claramente proposital e divulgada na internet, aliás ela se referiu à pessoa que a fotografou como alguém que não sabia envelhecer e, claramente, a invejava por ser mais jovem.  Enfim, uma foto calculada e tirada por alguém invejoso da beleza dessa amiga. Sugeri que ela ignorasse o ocorrido e evitasse nova proximidade com a “fotógrafa”.  Esse apenas um exemplo do que pode causar esse tipo nefasto de criatura. Tentar “engordar” uma pessoa fisicamente bonita, para sentir-se realizado.
Como se proteger de gente invejosa? Sugiro que esteja sempre alerta, afinal nem todos os invejosos usam como arma uma simples câmera fotográfica, ou celular. Os riscos podem ser ainda mais graves. Escolher bem as companhias é importante. Saber discernir quem é e quem não é amigo pode ser demorado, mas é essencial. Em ambientes corporativos é muito comum desejarem o cargo alheio, as vantagens e salário de outra pessoa. Ter um bom escudo, não falar muito de si, de suas conquistas, de sua vida pessoal. Evitar ostentar o que possui. Proteger-se e proteger sua privacidade. Quanto menos o invejoso souber, mais ileso você sairá de suas investidas.
Afastar-se, dentro do possível, desse tipo de pessoa pode significar sua paz, sua segurança. Todo mal praticado, desejado, se multiplica infinitamente e volta para quem o desejou com uma potência muito grande. Não seria mais fácil lutar de mãos limpas para conquistar aquilo o que deseja? Cuidar bem de si, de suas finanças, estudar, trabalhar? Claro que sim. Mas, o invejoso, acima de tudo, é incompetente. Incapaz de enxergar seus dons, tenta tomar de outras pessoas os frutos que nunca plantou.
 Natural seria que todos admirassem as façanhas e a beleza alheia sem desejar destruir o que não lhes pertence. Quando o mundo estiver em harmonia, toda essa energia negativa perderá sua força e cada um compreenderá o próprio valor. Esse dia deve demorar a chegar. Então, cuidado com as fotografias tiradas de baixo pra cima e fiquem bem longe de quem não lhes quer bem. Para completar: sem entrar no mérito desse assunto, quem é fotografado tem direito de imagem. Se, por acaso, a vítima se sentir ofendida com a fotografia, que não autorizou ser tirada, ou divulgada, poderá buscar uma compensação indenizatória na Justiça. Mais um motivo para o invejoso pensar duas vezes, antes de clicar novamente. Toda inveja será punida, resta sentar-se e esperar, de preferência sem pressa e divertidamente.