Acordei muito cedo hoje. Fui cutucada pela pontinha da
flecha de Cupido que, irreverente e indiferente ao meu sono, exigiu um texto a
respeito do amor, o doce amor.
Amor, o sublime estado de alma que nos torna detentores da
pretensão de sermos a espécie animal superior às demais espécies. O amor
mortal, humano, essencial.
Amor, aquela onda energética que vem não sei de onde, dá
voltas na barriga, percorre a espinha, arrepia a pele e deixa a criatura com o
sorriso bobo, o olhar brilhante, a respiração ofegante. Quase loucura.
Falo do amor romântico, iniciado à revelia de alguém
incauto. Do amor persistente, latente, daquele amor que permanece em stand by a
aguardar pacientemente a sua vez de subir ao palco de nossas vidas para fazer a
sua sensacional apresentação.
Amor que tira o sono, que distrai o pensamento de assuntos
cotidianos. Amor que tira a fome, eis um jeito bom de entrar em forma. Amor que
causa suspiros, ais, uis, lágrimas, risos, algo que pode ser confundido com indícios
de insanidade mental.
Amor que brota em versos, estrofes, acordes, cores em telas,
cinzeladas em brutas pedras. Amor que tudo modifica, que renova, revigora e dá
sentido à vida.
Acordei cutucada pela ponta da flecha de Cupido. Há tempos
não nos encontrávamos. Acordei pensando no amor que nasce em meu peito e se
transforma em letrinhas, em palavras.
Amor, a delícia que nos torna mais vivos, mais belos, que
nos faz felizes. Sorte a dos flechados, dos alvos do deus do amor. Sorte de
quem atravessa esta existência com o coração quente, pronto pra ser entregue a
mais alguém. Sem amor a vida não faria sentido, não teria a menor graça.
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