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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







25 de jan. de 2017

CASAMENTO: QUANDO UM QUER, MAS O OUTRO NÃO QUER

O que fazer quando ele não quer casar, quando ela não quer casar? Um namoro deveria rumar pra um compromisso sério, sem passos trôpegos, sem divergências estruturais. Inevitável que, diante dessa divergência de objetivos, aconteça uma cisão, um abalo no relacionamento.
Tenho escutado, feito um mantra em meus ouvidos, a seguinte afirmação: casamento não serve pra nada, pra quê casar? . Quanto mais escuto, mais penso no quanto é importante a comunhão de esforços, o mesmo ritmo, a mesma intenção, para que o relacionamento valha a pena, seja feliz, faça sentido.
Tem que ser bom para os dois. Sem brigas, sem mágoas, sem medos. Tudo claro, simples e conversado. Um não quer casar, o outro quer casar. O que fazer? Há duas alternativas, as mais evidentes: parar ou continuar. Um dos dois vai abrir mão de algo, sacrificar o que deseja pra si, em prol do casal. E quem ama se sacrifica em favor do par. Até que ponto isso é bom? Um casamento que começará assim, com um sacrifício da vontade, abrindo mão do que se quer pra si, poderá ser um casamento feliz?
Dessa falta de união de objetivos, surgem dúvidas que machucam muito aquele que escuta as negativas: será que sou amado? Será que sou amada? O risco, que é natural e sempre existe. Somente o passar do tempo, o enfrentamento das muitas dificuldades da vida, é que fortalecerão a relação. Casando, ou não casando, se vai dar certo ou não, será sabido depois de certo período. Muitos dias de sol, muitos dias de chuva, muita água sob a ponte. O resultado chegará depois de algum tempo.
Acho que a pergunta principal é: quem ama age assim? Quem ama pega trilhas paralelas no caminho da vida? Eu acho que não. Quem ama se transforma em pedra no caminho do par? Claro que não. Quem ama fica ao lado, quem ama quer o bem. Quem ama não se imagina sem o ser amado. E se for preciso casa, não casa, mas faz isso pensando no melhor pra si e pro casal. Sem individualismo, sem egoísmo, sem causar sofrimento, sem sacrifícios que te anulem.
Vale a pena conservar um relacionamento com tamanha divergência de objetivos? Cada um tem que encontrar, por si, essa resposta. Investir em uma relação que causa mágoa, sem harmonia de ideais, isso não vale a pena. Quem ama não solta, não abandona, não machuca, não destrói sonhos, quem ama faz planos bonitos lado a lado. E se não for assim, é um relacionamento oco, sem o ingrediente principal: amor. Tem que fluir com naturalidade, sem fazer muita força, de um jeito gostoso. Não quer casar, mas ele quer. Não quer casar, mas ela quer. Será que o melhor não seja parar tudo e ir procurar alguém que pense parecido com você? A separação dói. Viver em um relacionamento sem ser amado, amada, isso dói muito mais.

Este texto está aqui publicado novamente no blog. A postagem original, a campeã de visualizações e comentários do blog, pode ser encontrada na busca existente no alto da página, no lado direito. Há uma quantidade grande de comentários de leitores e o blog não comporta mais que 200 comentários na mesma publicação. Por isso, abri a nova publicação e se você desejar comentar fique à vontade e publique aqui suas impressões, sua opinião e dúvidas. 

13 de jan. de 2017

AMOR NO PRIMEIRO VERSO



6 de jan. de 2017

FLORES, SONHOS E AMOR SEM FIM

Seis anos. Ela fez as contas e chegou a esse resultado. Todo esse tempo os dois não se encontravam. Cada um com sua vida, cada qual para seu lado. Mas, vez ou outra recebia notícias dele pelas redes sociais, ou e-mails ocasionais.  Ele fazia falta ao seu lado, quando eram sócios o trabalho era dividido, os dias pareciam leves e a vida tinha aroma de jasmins.
Enquanto mergulhava em lembranças dele, distraída e cortando os caules das flores com a tesoura, fez um pequeno corte no dedo.
A floricultura Rosa e Flor prosperava, colorida e tomada pelo aroma das rosas colombianas vermelhas, recém entregues pelo fornecedor.
Buscou um curativo e suspirou mais uma vez. Será que ele também pensava nela? Teria se lembrado que naquele dia, em 2011, os dois se separaram? Voltou ao trabalho, sem permitir que outros pensamentos a distraíssem. Passou a cuidar dos girassóis, depois das dálias e lírios. Às sete da noite, exausta, fechou a loja e caminhou a passos lentos até sua casa, a dois quarteirões de distância.
Parado na porta do prédio, ali estava ele. Sorrindo, vestindo jeans e camiseta branca. Os cabelos um pouco mais grisalhos, a barba por fazer. Seu coração ameaçou sair pela boca. O beijo selou a paz e toda a ausência foi recompensada com o recomeço de uma história de flores, sonhos e amor sem fim.