Seis anos. Ela fez as contas e chegou a esse resultado. Todo
esse tempo os dois não se encontravam. Cada um com sua vida, cada qual para seu
lado. Mas, vez ou outra recebia notícias dele pelas redes sociais, ou e-mails
ocasionais. Ele fazia falta ao seu lado,
quando eram sócios o trabalho era dividido, os dias pareciam leves e a vida
tinha aroma de jasmins.
Enquanto mergulhava em lembranças dele, distraída e cortando
os caules das flores com a tesoura, fez um pequeno corte no dedo.
A
floricultura Rosa e Flor prosperava, colorida e tomada pelo aroma das rosas
colombianas vermelhas, recém entregues pelo fornecedor.
Buscou um curativo e suspirou mais uma vez. Será que ele
também pensava nela? Teria se lembrado que naquele dia, em 2011, os dois se
separaram? Voltou ao trabalho, sem permitir que outros pensamentos a
distraíssem. Passou a cuidar dos girassóis, depois das dálias e lírios. Às sete
da noite, exausta, fechou a loja e caminhou a passos lentos até sua casa, a
dois quarteirões de distância.
Parado na porta do prédio, ali estava ele. Sorrindo,
vestindo jeans e camiseta branca. Os cabelos um pouco mais grisalhos, a barba
por fazer. Seu coração ameaçou sair pela boca. O beijo selou a paz e toda a
ausência foi recompensada com o recomeço de uma história de flores, sonhos e
amor sem fim.
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