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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







10 de dez. de 2010

FIDELIDADE, REFLEXO DE AMOR


Quando as feridas do passado se abrem, difícil se torna o presente. O futuro fica mais distante e tudo isso se resume em falta de esperança. Quem já foi traída – a maioria das mulheres algum dia foi traída – dificilmente volta a recuperar-se 100% dessa amargura. Insegurança!
Homens apreciam a beleza feminina. Olham, discretamente ou não. Quando se reúnem em turma, em rodas de cerveja, o assunto costuma ser nada menos que nós, as mulheres.
Tanta vulgarização do corpo. O comportamento feminino mudou muito ao longo das últimas décadas. O sexo tornou-se banal, instrumento de conquista, algo prazeroso e sem culpa. Uma oferta que, antigamente, era reservada ao casamento. Hoje, transar é bom e não gera qualquer tipo de compromisso com o parceiro ou a parceira. Ter um relacionamento sério, comprometer-se com alguém, deveria ter um selo de total exclusividade sexual e afetiva. Um pra um, um pro outro.
Estava outro dia em uma igreja perto da minha casa. No final de um dia difícil decidi fazer uma oração e lá entrei. Quando saí, na praça em frente à igreja, havia um bando de pombas. Notei um casal, parecia beijar-se. Era tanto paparico, tanto mimo, tanto carinho. E, sabemos, quando um dos dois morre o outro permanece sozinho, apesar de continuar vivendo em bando.
Por que o ser humano não consegue ser assim? Por que os homens, em sua maioria, não conseguem ser exclusivos de suas parceiras? Com o passar do tempo todo o jogo da conquista torna-se velharia, algo jogado em algum canto. Cansaço, trabalho, problemas diários. Então, a gostosa da capa da revista torna-se fantasia e objeto de cobiça. A moça bonita que passou por ele na rua merece seu olhar e elogios. Escapadinhas, fugidinhas. E a namorada, esposa? Com sorte terá recebido um prêmio: boa companheira, quase uma irmã.
Perder o interesse pelo par. Deveria haver um alarme que tocasse alto quando isso começa a acontecer. Talvez aconteça esse sinal. Não sentir prazer, não desejar momentos a sós, não incluir a pessoa em planos futuros, o coração que já não pulsa acelerado. Esse é o alarme e, depois disso, tudo começa a cair em um abismo, ladeira abaixo.
Quem já se separou, se friamente analisar quando foi que isso tudo começou, quando foi que o cristal quebrou, vai lembrar que antes ocorreram sinais de perigo. Reuniões de trabalho além do horário habitual, clientes de última hora, viagens comerciais inventadas, invenções tantas e muitas. Isso de ambas as partes. Já era o tempo em que a mulher dizia que estava com dor de cabeça, hoje a dor de cabeça é masculina também.
O preço disso tudo é solidão. A troca constante de parceiros em busca do impossível. Não está em outrem aquilo o que se almeja, mas dentro de si. A felicidade reside dentro de nós mesmos e, compartilhando com alguém essa felicidade interior, nos tornamos realizados.
Ser fiel não é enfadonho, ser fiel não é tolice. É essencial pra quem busca um relacionamento sério. Escolha acertada de quem sabe quem quer e pra onde está caminhando. Livremente ser fiel.
Medo de compromisso, sinal de imaturidade. Amor é coisa pra gente grande. Moleques merecem brinquedos e não mulheres de verdade. Enxergar na companheira algo além de companhia, ver na esposa ou namorada a gostosa que está ao seu lado e valorizá-la por ser “sua”, isso alimenta o dia-a-dia e salva o relacionamento.
Que os alarmes toquem alto quando algo começar a sair errado. E que, no primeiro alarme, o casal acerte o passo. É o que desejo.

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