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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







8 de nov. de 2014

O TEMPO CORRE LIGEIRO

A bateria do meu relógio de pulso havia terminado. O relógio ali parado, algo que me causava mal estar, a sensação de que a energia ao meu redor estava paralisada e precisava, com urgência, voltar a fluir. Fui ao relojoeiro e troquei por uma bateria nova. A hora certa, os ponteirinhos  a girar e girar. Parecia que o controle do meu destino estava em meu pulso esquerdo, novamente eu era dona de minha vida. 
O tempo passou, vieram as festas de final de ano, depois as férias de verão, a volta ao trabalho, os feriados, finais de semana, todos os acontecimentos felizes e difíceis do ano. E as horas a rodar e rodar.
Outro dia, quando olhei para o relógio, os ponteiros estavam novamente parados. A bateria havia, mais uma vez, terminado. Indignada, voltei ao relojoeiro e reclamei: - Outro dia troquei essa bateria!
Foi assim que descobri que havia passado o tempo: um ano e dez meses se foram, sem que eu percebesse. Com o relógio a trabalhar, sentei-me à frente do notebook e cá estou a contar-lhes essa história. 
O tempo é maratonista, medalhista de ouro das olimpíadas da vida. Corre tão depressa que parece um vulto a passar. Nesses vinte e dois meses tanta coisa aconteceu, algumas coisas mudaram, outras deixaram de ser. Ficaram tantos planos de lado, coisas por fazer. Atire a primeira bateria de relógio quem nunca se assombrou com o tempo a voar. A vida passa sem a gente perceber, é preciso viver.

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