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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







27 de out. de 2014

LEMBRANÇAS DE MIM

Visitei meu próprio blog. Diva sem publicações recentes, sem lá muitas visitas. O leitor é exigente, gosta de qualidade e quantidade, tudo ao mesmo tempo. A vida tem sido árida, caro leitor, querida leitora. Vida árida, corrida e avessa aos versos meus.
Pensei no próximo texto e tramei letrinhas divertidas, qualquer coisa que os fizesse rir e imaginar quem sou, como pude imaginar coisas tão divertidas. Voltei minhas lembranças ao segundo turno da eleição presidencial. Preferi voltar à realidade dos meus dias, com ou sem eleição a vida continua.
Já estava preparada para desligar o notebook, vencida pela falta de inspiração, quando olhei para o céu. Um céu parecido com noites da minha infância. Um céu paulistano com poucas nuvens. A diferença é o excesso de edifícios, luzes que escondem as estrelas. Voltei no tempo. A infância com seus personagens, gente que partiu rumo ao infinito. O Natal com Papai Noel, pensei em minha tia Maria Luiza. Admirei um amontoado de nuvens na direção do por do sol. O que é o passar dos anos diante da imensidão do universo?
Lembrei de momentos da infância. Moema, bairro que cresceu tanto que até perdeu a graça. O casarão cor-de-rosa onde cresci, cercada de jardins e irmãos. Os adultos e suas histórias, um a um. Viajei até Águas de São Pedro, cidadezinha miúda e encantadora que abrigou feriados, férias, finais de semana inesquecíveis. O aroma da terra molhada, meus pés descalços, sonhos coloridos e tão inocentes quanto este texto, que saiu de qualquer jeito, mas carregado de lembranças que reanimaram a minha alma.
A vida anda difícil. Meus textos fogem de mim. A vida foi mais leve. O universo corre lá fora. As nuvens escondem as estrelas. No infinito estão as lembranças. A vida se tornou adulta. A criança miúda que fui ainda colhe flores no mesmo jardim.


2 comentários:

Sonia Regina Rocha Rodrigues disse...

às vezes eu me sinto assim melancólica, com saudades do tempo em que se podia ver as estrelas no céu, siris e conchas na praia, joaninhas nos jardins, nos tempos em que havia casas e poucos arranha céus.
espero que o mundo recupere a sanidade pare de matar a natureza e nos permite desfrutar de novo das coisas simples e belas, gratuitas, da beleza do universo.

Cláudia Cavalcanti disse...

Oi, Sônia!
Obrigada pelo comentário. O ser humano precisa se voltar mais para aquilo o que é simples e respeitar o meio-ambiente.

Beijo,

Cláudia