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Voltar das férias, normalmente, é uma confusão. A arrumação da casa, das roupas, as contas que precisam ser verificadas. Assim foi o meu retorno ao lar. Lar? Qual dos lares? Moro em uma casa, mas amanheço e adormeço na casa de Divo Latívio. Vez ou outra, passo na minha casa e reabasteço a malinha com ítens necessários para o dia seguinte, quiçá para os próximos dias. Vou e volto, malinha pra lá, malinha pra cá. Por fim, não sei mais onde moro. O endereço fixo é um, o lugar onde estou é outro.
Hoje, decidi lavar toda a roupa acumulada durante alguns dias. E eis que encontrei um par de meias sociais de cor preta. Como aquilo veio parar dentro da minha mala? O proprietário incauto, Divo Latívio, deve tê-la deixado sobre o sofá da sala, sobre a cama, talvez. E ei-la em minha companhia. Indo e vindo, vai e vem. Minha casa, a casa dele. Um par de meias teima em dizer: - tá uma bagunça, heim?
Há décadas eu não namorava. Esqueça as tentativas anteriores. Namoro é almoço com a sogra, viagem com os cunhados, foto feliz de viagem de navio. O resto é figuração. E eis que, como eu dizia, há décadas eu não namorava. Meio enferrujada, sem prática, costumo passar apuros. Não sei ao certo se devo ir ou ficar. Se é hora de voltar pra casa de origem, ou me esparramar feito gata ao sol no sofá do ser amado. Por fim, quando volto ele resmunga: - Cadê você? E eu volto em poucos minutos, tempo suficiente pra percorrer os poucos quarteirões que separam nossa, digo, nossas casas.
Tamanha miscelânea, não é à toa que ando confusa. Pra ser encontrada por parentes e amigos, todos já sabem: é na casa de Divo que devo estar.
Meio cigana, acampada, sinto-me assim. Sem gaveta fixa, sem cantinho no guarda-roupa, raízes ainda se formando. Recente.
Cansada de fazer malinhas, mas faz parte do meu show. E, se um dia isso tudo mudar, que seja pra melhor. Algo me diz que esta fase é mais gostosa que sorvete de chocolate com calda de caramelo. Vou aproveitar!
Minhas férias já eram. De volta ao trabalho resta o consolo de saber que outras férias virão daqui a onze meses. Dia lindo lá fora. O sol deveria ser proibido de brilhar em dias úteis e horário comercial. De manhã tentei vestir aquele vestidinho vermelho, comportadinho e condizente com meu ambiente de trabalho. Praticamente entalou na altura do quadril. Engordei.
Impulsiva, comecei a provar minhas roupas de verão uma a uma, até encontrar algo parecido com um saco de batatas, bem largo, que disfarçou os 3 kg que faturei durante o cruzeiro de navio. Quando passei pela sala, Zezé, minha valiosa secretária, torceu o nariz e disse: - Dona Diva, esse vestido deixa a senhora enorme.
Foi o suficiente. Voltei pra frente do espelho e decidi assumir a fartura que incorporei nesta temporada. Roupa justinha, um tubinho que nada disfarça, mas que dentro de alguns dias – e dá-lhe saladinha – não causará tanto desconforto e muito menos os elogios da moçada ali da obra, na esquina de casa.
Devo ser masoquista. Quando vi a balança da farmácia não resisti. O ponteiro avançou, achei que por conta do monte de pulseiras e colares que estou usando. Uma espécie de strip-tease acompanhou a cena. Tirei as sandálias, as pulseiras, as correntes do pescoço e até mesmo os óculos de grau, quando preferi não mais ver a realidade.
Tudo culpa de Mr. Divo Latívio! Aqueles drinks coloridos, a costelinha de porco com batatas, pasteis, tortas e outros quitutes sensacionais que tão bem sabe preparar. Porém, quem aqui faz, aqui paga. Hoje eu o assisti voltar ao trabalho dentro de um terno apertadíssimo.
Termino esta crônica com uma imensa sensação de vazio existencial. Divo trabalhando, eu aqui enrolando ao invés de trabalhar e a fome é tanta que se eu pudesse comeria as letrinhas desta história.
Começo esta crônica sentada na sala. O sol quente anuncia outra bela manhã de verão. Feriado na cidade de São Paulo, agitada, feia e linda, elegante e desalinhada, problemática e deliciosa. Tantas contradições! Típica aquariana.
Escrever um texto parece um pouco com uma gestação. No primeiro momento, quando sabemos que um filho virá ao mundo, tentamos imaginar se será menino ou menina, se vai ser parecido com o pai ou com a mãe. Esta deveria ser uma homenagem à cidade de São Paulo. Porém hoje, dia 25 de janeiro, confesso que me apaixonei profundamente por quase uma dúzia de pessoas e todas ao mesmo tempo. Têm idades, sexos, características físicas diversas. Pertencem à mesma família. Apaixonar-se é algo grandioso, vai além do amor romântico. Apaixonar-se é coisa séria.
Quando conheci meu “Divo Latívio”, pouco a pouco escutei histórias sobre sua família. Seus irmãos, cunhados, seus pais, sobrinhos e todos os que povoam seu dia-a-dia. No dia em que os conheci pessoalmente eu me senti novamente em casa. Tantos anos feito um grãozinho de feijão que caiu do pote! E eis que eu estava entre pessoas que praticamente não conheço, mas o laço de afeto começou a apertar de modo tão estreito e forte que, confesso, em poucas semanas eu já os considerei parte da minha família.
Hoje o aniversário de São Paulo divide o palco iluminado com outro aniversário. Completar bodas de prata é algo bonito, sinal de superação de obstáculos e prova de amor verdadeiro. Meu aniversário também se aproxima e o meu presente, neste cenário comemorativo, é essa família que me acolheu nesta fase da minha vida, quando eu muito precisava de colo, afeto, lanchinho da tarde, palavras, risos e todo o burburinho familiar que silenciou-se há alguns anos em minha vida.
A você, São Paulo, parabéns e obrigada por ter acolhido meus avós nordestinos e europeus. A vocês dois, belo casal que completa essas bodas prateadas, o meu amor e respeito. PARABÉNS! Que Divo não “me leia”, mas essa é a minha meta. Que Deus nos abençôe a todos e proteja. Amém.
O passado deveria ser uma pilha imensa de tijolinhos que edificam um ser. Cada experiência, cada momento, cada romance e eis a fortaleza na qual nos transformamos. Porém, parece ser muito difícil não trazer marcas do passado pros dias atuais. Complicado ter ao lado alguém que tem marquinha de aliança na mão, resultado de um casamento desfeito. Marcas. As mais fortes são invisíveis!
Quando meu olhar se lançou rapidamente sobre fotos do apartamento de seu tempo de casado, precisei ser forte. Incrível, o perfume de outra mulher pareceu ter invadido o meu espaço. Quantos sonhos eles sonharam? Quantos momentos mágicos viveram? Quanto amor havia? Marcas... Ajeitei-me na cadeira, a sensação era desconfortável. Estranho, eu me senti deslocada. Uma invasora, uma espécie de penetra na vida daquele casal que um dia deixou de existir.
Somos aquilo o que construímos pouco a pouco, ao longo de toda a nossa vida. Somos a alegria da união, somos a tristeza da separação. Somos os filhos que tivemos, as loucuras que ocasionalmente cometemos, os bens que adquirimos e aquilo o que deixamos pra trás. Voltei à realidade quando ele segurou levemente minha mão. Naturalidade em seu gesto.
Quisera que os amores durassem para sempre, que os casamentos fossem cercados da doce ilusão de felicidade full time. Meu coração apertou. Intrusa? Sim, naquele segundo eu me senti assim. Também protagonista de uma história semelhante, meu casamento se desfez após duas décadas. Virar a mesa sem ferir-se ou causar ferimentos em terceiros, difícil tarefa.
Olhei fixamente em seus olhos, tentando decifrar sentimentos. Sentiria saudade? Seria eu, em algum instante, comparada à ex? Afinal, por que estava eu ali sentada vendo aquele cenário do amor desfeito? Precisei respirar fundo, reunir forças da sabedoria dos meus quase cinquenta anos de vida.
Sim, senti ciúme do passado dele. Ciúme de termos nos encontrado há pouco tempo. De não termos tido filhos em comum. De não termos juntos planejado a casinha da praia e nem termos nos casado com direito a lua-de-mel, festa. Ciúme do passado dele. Uma vida, uma história. O tempo jamais apagará. Pra quem chega no segundo tempo da vida de alguém, resta conformar-se. Vida, você o trouxe a tempo, mas as marcas ficarão eternamente. De tudo aquilo o que não vivemos, o que ainda teremos? Só você, tempo, dirá.
Naquela tarde, o resultado dessa emoção nociva, foi o mal estar físico que me invadiu. Pressão baixa, estômago revirado. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece. Aos poucos coloquei as ideias de volta em seu lugar e brotou este texto.
Quero meu presente, quero meu futuro. Quero tudo o que a vida não me trouxe, aquilo o que não vivi, o que perdi e muito mais. Quero ser feliz! Tempo, agora você é pouco, devolva os meus sonhos de felicidade!
Sentei-me no sofá da sala com o notebook em meu colo. Acessei o blog e notei o aumento de visitas, registrado por um contador de acessos. Fiquei intrigada. O que será que escrevi, afinal? Falei das férias, de um cruzeiro marítimo e do romantismo que me invade. Verifiquei, então, a origem desse tráfego. De onde são esses leitores, onde estão? Como pode um blog, de alguém praticamente anônima, ser tão visitado? Lá estava o mapa de acessos: Japão, Hungria, Canadá, USA, Itália, Espanha, Portugal, Moçambique, Angola, Argentina, Uruguai, muitos Estados e cidades brasileiras, de norte a sul.
A princípio envaidecida, logo após agradecida, surgiram mil perguntas que, se pudesse, faria a vocês: quem são vocês? Sim, tenho parentes e amigos, mas a maioria dos meus visitantes e seguidores jamais vi pessoalmente. Não sei seus nomes, nem a história de suas vidas. Se eu pudesse atravessaria a tela do meu computador em direção ao olhar de cada um. Tentaria decifrar suas expressões faciais e capturar as impressões sobre meus textos. Se eu pudesse os abraçaria afetuosamente.
Quase 9 mil acessos, 9 meses de vida. Diva Latívia está engatinhando. O meu combustível é a sua leitura, o seu regresso, a sua opinião. Leitores, deixo aqui a minha reverência, o meu respeito, o meu carinho. Diva Latívia escreve para vocês! Voltem sempre, voltem muito! O sucesso devo a cada um de vocês, muito obrigada! Este é o nosso laço, com um nó apertado. Este é o nosso blog.
A autora,
Cláudia
Se namorar é bom, viajar é quase tão bom quanto. Imagine você viajar com o(a) namorado(a), o quanto isso é delicioso? Realizei um sonho neste final de ano, meu amor e eu fizemos um cruzeiro marítimo. Rumo à Bahia, lá fomos felizes mar afora.
O azul do alto mar é pura contradição. Violeta, espuma azul-clara. A costa do Espírito Santo faz jus ao belo nome do local. Céu anil, brisa morna. E dá-lhe festa! Muitos brindes, um bronzeado extra, beijos ao som de música irresistível.
Tem coisa melhor que estar apaixonada? E atire a primeira conchinha aquela que não sonhou com algo parecido.
Sob o sol baiano surgiu o primeiro sinal de edificação sólida do nosso futuro. Ilhéus! Não conseguimos conjugar um só verbo no singular. Vamos? Faremos! E dá-lhe mais sonhos pra alimentar a alma!
Encontrar o canto que vai acolher o resto de nossos dias, quanto privilégio!
Ter ao lado o Homem que vai me acompanhar, puxar, empurrar, aturar, adorar, algo que não consigo expressar com palavras, somente com o meu sorriso e o meu olhar.
A próxima viagem já tem destino certo: Bahia, solo abençoado!
Quantas paixões em poucas linhas! Despeço-me de você com um dendê extra e muita vontade de viver e celebrar a vida!
Um cheiro e... Axé!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
29 de jan. de 2011
CIGANA!
Voltar das férias, normalmente, é uma confusão. A arrumação da casa, das roupas, as contas que precisam ser verificadas. Assim foi o meu retorno ao lar. Lar? Qual dos lares? Moro em uma casa, mas amanheço e adormeço na casa de Divo Latívio. Vez ou outra, passo na minha casa e reabasteço a malinha com ítens necessários para o dia seguinte, quiçá para os próximos dias. Vou e volto, malinha pra lá, malinha pra cá. Por fim, não sei mais onde moro. O endereço fixo é um, o lugar onde estou é outro.
Hoje, decidi lavar toda a roupa acumulada durante alguns dias. E eis que encontrei um par de meias sociais de cor preta. Como aquilo veio parar dentro da minha mala? O proprietário incauto, Divo Latívio, deve tê-la deixado sobre o sofá da sala, sobre a cama, talvez. E ei-la em minha companhia. Indo e vindo, vai e vem. Minha casa, a casa dele. Um par de meias teima em dizer: - tá uma bagunça, heim?
Há décadas eu não namorava. Esqueça as tentativas anteriores. Namoro é almoço com a sogra, viagem com os cunhados, foto feliz de viagem de navio. O resto é figuração. E eis que, como eu dizia, há décadas eu não namorava. Meio enferrujada, sem prática, costumo passar apuros. Não sei ao certo se devo ir ou ficar. Se é hora de voltar pra casa de origem, ou me esparramar feito gata ao sol no sofá do ser amado. Por fim, quando volto ele resmunga: - Cadê você? E eu volto em poucos minutos, tempo suficiente pra percorrer os poucos quarteirões que separam nossa, digo, nossas casas.
Tamanha miscelânea, não é à toa que ando confusa. Pra ser encontrada por parentes e amigos, todos já sabem: é na casa de Divo que devo estar.
Meio cigana, acampada, sinto-me assim. Sem gaveta fixa, sem cantinho no guarda-roupa, raízes ainda se formando. Recente.
Cansada de fazer malinhas, mas faz parte do meu show. E, se um dia isso tudo mudar, que seja pra melhor. Algo me diz que esta fase é mais gostosa que sorvete de chocolate com calda de caramelo. Vou aproveitar!
26 de jan. de 2011
DIVA X BALANÇA
Minhas férias já eram. De volta ao trabalho resta o consolo de saber que outras férias virão daqui a onze meses. Dia lindo lá fora. O sol deveria ser proibido de brilhar em dias úteis e horário comercial. De manhã tentei vestir aquele vestidinho vermelho, comportadinho e condizente com meu ambiente de trabalho. Praticamente entalou na altura do quadril. Engordei.
Impulsiva, comecei a provar minhas roupas de verão uma a uma, até encontrar algo parecido com um saco de batatas, bem largo, que disfarçou os 3 kg que faturei durante o cruzeiro de navio. Quando passei pela sala, Zezé, minha valiosa secretária, torceu o nariz e disse: - Dona Diva, esse vestido deixa a senhora enorme.
Foi o suficiente. Voltei pra frente do espelho e decidi assumir a fartura que incorporei nesta temporada. Roupa justinha, um tubinho que nada disfarça, mas que dentro de alguns dias – e dá-lhe saladinha – não causará tanto desconforto e muito menos os elogios da moçada ali da obra, na esquina de casa.
Devo ser masoquista. Quando vi a balança da farmácia não resisti. O ponteiro avançou, achei que por conta do monte de pulseiras e colares que estou usando. Uma espécie de strip-tease acompanhou a cena. Tirei as sandálias, as pulseiras, as correntes do pescoço e até mesmo os óculos de grau, quando preferi não mais ver a realidade.
Tudo culpa de Mr. Divo Latívio! Aqueles drinks coloridos, a costelinha de porco com batatas, pasteis, tortas e outros quitutes sensacionais que tão bem sabe preparar. Porém, quem aqui faz, aqui paga. Hoje eu o assisti voltar ao trabalho dentro de um terno apertadíssimo.
Termino esta crônica com uma imensa sensação de vazio existencial. Divo trabalhando, eu aqui enrolando ao invés de trabalhar e a fome é tanta que se eu pudesse comeria as letrinhas desta história.
25 de jan. de 2011
AMOR MAIOR
Começo esta crônica sentada na sala. O sol quente anuncia outra bela manhã de verão. Feriado na cidade de São Paulo, agitada, feia e linda, elegante e desalinhada, problemática e deliciosa. Tantas contradições! Típica aquariana.
Escrever um texto parece um pouco com uma gestação. No primeiro momento, quando sabemos que um filho virá ao mundo, tentamos imaginar se será menino ou menina, se vai ser parecido com o pai ou com a mãe. Esta deveria ser uma homenagem à cidade de São Paulo. Porém hoje, dia 25 de janeiro, confesso que me apaixonei profundamente por quase uma dúzia de pessoas e todas ao mesmo tempo. Têm idades, sexos, características físicas diversas. Pertencem à mesma família. Apaixonar-se é algo grandioso, vai além do amor romântico. Apaixonar-se é coisa séria.
Quando conheci meu “Divo Latívio”, pouco a pouco escutei histórias sobre sua família. Seus irmãos, cunhados, seus pais, sobrinhos e todos os que povoam seu dia-a-dia. No dia em que os conheci pessoalmente eu me senti novamente em casa. Tantos anos feito um grãozinho de feijão que caiu do pote! E eis que eu estava entre pessoas que praticamente não conheço, mas o laço de afeto começou a apertar de modo tão estreito e forte que, confesso, em poucas semanas eu já os considerei parte da minha família.
Hoje o aniversário de São Paulo divide o palco iluminado com outro aniversário. Completar bodas de prata é algo bonito, sinal de superação de obstáculos e prova de amor verdadeiro. Meu aniversário também se aproxima e o meu presente, neste cenário comemorativo, é essa família que me acolheu nesta fase da minha vida, quando eu muito precisava de colo, afeto, lanchinho da tarde, palavras, risos e todo o burburinho familiar que silenciou-se há alguns anos em minha vida.
A você, São Paulo, parabéns e obrigada por ter acolhido meus avós nordestinos e europeus. A vocês dois, belo casal que completa essas bodas prateadas, o meu amor e respeito. PARABÉNS! Que Divo não “me leia”, mas essa é a minha meta. Que Deus nos abençôe a todos e proteja. Amém.
20 de jan. de 2011
APELO AO TEMPO
O passado deveria ser uma pilha imensa de tijolinhos que edificam um ser. Cada experiência, cada momento, cada romance e eis a fortaleza na qual nos transformamos. Porém, parece ser muito difícil não trazer marcas do passado pros dias atuais. Complicado ter ao lado alguém que tem marquinha de aliança na mão, resultado de um casamento desfeito. Marcas. As mais fortes são invisíveis!
Quando meu olhar se lançou rapidamente sobre fotos do apartamento de seu tempo de casado, precisei ser forte. Incrível, o perfume de outra mulher pareceu ter invadido o meu espaço. Quantos sonhos eles sonharam? Quantos momentos mágicos viveram? Quanto amor havia? Marcas... Ajeitei-me na cadeira, a sensação era desconfortável. Estranho, eu me senti deslocada. Uma invasora, uma espécie de penetra na vida daquele casal que um dia deixou de existir.
Somos aquilo o que construímos pouco a pouco, ao longo de toda a nossa vida. Somos a alegria da união, somos a tristeza da separação. Somos os filhos que tivemos, as loucuras que ocasionalmente cometemos, os bens que adquirimos e aquilo o que deixamos pra trás. Voltei à realidade quando ele segurou levemente minha mão. Naturalidade em seu gesto.
Quisera que os amores durassem para sempre, que os casamentos fossem cercados da doce ilusão de felicidade full time. Meu coração apertou. Intrusa? Sim, naquele segundo eu me senti assim. Também protagonista de uma história semelhante, meu casamento se desfez após duas décadas. Virar a mesa sem ferir-se ou causar ferimentos em terceiros, difícil tarefa.
Olhei fixamente em seus olhos, tentando decifrar sentimentos. Sentiria saudade? Seria eu, em algum instante, comparada à ex? Afinal, por que estava eu ali sentada vendo aquele cenário do amor desfeito? Precisei respirar fundo, reunir forças da sabedoria dos meus quase cinquenta anos de vida.
Sim, senti ciúme do passado dele. Ciúme de termos nos encontrado há pouco tempo. De não termos tido filhos em comum. De não termos juntos planejado a casinha da praia e nem termos nos casado com direito a lua-de-mel, festa. Ciúme do passado dele. Uma vida, uma história. O tempo jamais apagará. Pra quem chega no segundo tempo da vida de alguém, resta conformar-se. Vida, você o trouxe a tempo, mas as marcas ficarão eternamente. De tudo aquilo o que não vivemos, o que ainda teremos? Só você, tempo, dirá.
Naquela tarde, o resultado dessa emoção nociva, foi o mal estar físico que me invadiu. Pressão baixa, estômago revirado. Quando a cabeça não pensa, o corpo padece. Aos poucos coloquei as ideias de volta em seu lugar e brotou este texto.
Quero meu presente, quero meu futuro. Quero tudo o que a vida não me trouxe, aquilo o que não vivi, o que perdi e muito mais. Quero ser feliz! Tempo, agora você é pouco, devolva os meus sonhos de felicidade!
17 de jan. de 2011
MEU SUCESSO É VOCÊ!
Sentei-me no sofá da sala com o notebook em meu colo. Acessei o blog e notei o aumento de visitas, registrado por um contador de acessos. Fiquei intrigada. O que será que escrevi, afinal? Falei das férias, de um cruzeiro marítimo e do romantismo que me invade. Verifiquei, então, a origem desse tráfego. De onde são esses leitores, onde estão? Como pode um blog, de alguém praticamente anônima, ser tão visitado? Lá estava o mapa de acessos: Japão, Hungria, Canadá, USA, Itália, Espanha, Portugal, Moçambique, Angola, Argentina, Uruguai, muitos Estados e cidades brasileiras, de norte a sul.
A princípio envaidecida, logo após agradecida, surgiram mil perguntas que, se pudesse, faria a vocês: quem são vocês? Sim, tenho parentes e amigos, mas a maioria dos meus visitantes e seguidores jamais vi pessoalmente. Não sei seus nomes, nem a história de suas vidas. Se eu pudesse atravessaria a tela do meu computador em direção ao olhar de cada um. Tentaria decifrar suas expressões faciais e capturar as impressões sobre meus textos. Se eu pudesse os abraçaria afetuosamente.
Quase 9 mil acessos, 9 meses de vida. Diva Latívia está engatinhando. O meu combustível é a sua leitura, o seu regresso, a sua opinião. Leitores, deixo aqui a minha reverência, o meu respeito, o meu carinho. Diva Latívia escreve para vocês! Voltem sempre, voltem muito! O sucesso devo a cada um de vocês, muito obrigada! Este é o nosso laço, com um nó apertado. Este é o nosso blog.
A autora,
Cláudia
15 de jan. de 2011
MAR E AMAR
Se namorar é bom, viajar é quase tão bom quanto. Imagine você viajar com o(a) namorado(a), o quanto isso é delicioso? Realizei um sonho neste final de ano, meu amor e eu fizemos um cruzeiro marítimo. Rumo à Bahia, lá fomos felizes mar afora.
O azul do alto mar é pura contradição. Violeta, espuma azul-clara. A costa do Espírito Santo faz jus ao belo nome do local. Céu anil, brisa morna. E dá-lhe festa! Muitos brindes, um bronzeado extra, beijos ao som de música irresistível.
Tem coisa melhor que estar apaixonada? E atire a primeira conchinha aquela que não sonhou com algo parecido.
Sob o sol baiano surgiu o primeiro sinal de edificação sólida do nosso futuro. Ilhéus! Não conseguimos conjugar um só verbo no singular. Vamos? Faremos! E dá-lhe mais sonhos pra alimentar a alma!
Encontrar o canto que vai acolher o resto de nossos dias, quanto privilégio!
Ter ao lado o Homem que vai me acompanhar, puxar, empurrar, aturar, adorar, algo que não consigo expressar com palavras, somente com o meu sorriso e o meu olhar.
A próxima viagem já tem destino certo: Bahia, solo abençoado!
Quantas paixões em poucas linhas! Despeço-me de você com um dendê extra e muita vontade de viver e celebrar a vida!
Um cheiro e... Axé!
8 de jan. de 2011
OLÁ, LEITORES!
Olá, leitores! Estou de volta, mas em plenas merecidas férias. Cheguei em São Paulo, cidade querida que vive com uma nuvenzinha sobre a cabeça. A Bahia ensolarada, o Rio de Janeiro que continua lindo. Fiz um cruzeiro marítimo, acompanhada de Divo Latívio. Teve de tudo, textos virão a seguir. Ainda em fase de descanso, preciso encontrar o fio da meada e acertar na mosca, ou melhor, acertar no teclado pra levar-lhes a dose exata de diversão e reflexão. Aguardem o meu regresso em breve. Saudade e carinho de sua Diva preferida.
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