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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







23 de set. de 2012

FORA DO AR


Tremenda falta de imaginação voltar ao mesmo tema. Hoje, de novo, é domingo! A semana, nada inspiradora, devorou as horas. Tempo que é bom, nada! Terça, quarta-feira, sei lá, voltei do trabalho mais cedo. Entrei em casa, descalcei os sapatos, monologuei qualquer coisa a respeito da liberdade: lar, doce lar! Notei que estava sem conexão da internet. Mexi, remexi, conectei fios, desconectei da tomada, falei um palavrão, dois. Telefonei para a prestadora do péssimo serviço de internet:  - Senhora, por favor desconecte o fio da tomada, conecte. Falei outro palavrão. Ao menos eu já não estava monologando, era um diálogo. Pobre atendente da péssima operadora de internet! Respondeu algo mais ou menos assim: - Pois não, senhora.
Ser mandado para onde  o sol não bate e simplesmente agradecer? Isso derruba qualquer espírito de porco. Nocauteada, restou-me pedir desculpa e agendar dia, horário para um técnico da porcaria da operadora de internet vir ao meu lar, doce lar.
Um dia sem conexão. Deu de tudo um pouco: fissura, barato, loucura, claustrofobia! Sim, claustrofobia! Descobri que minha casa tem quatro paredes espremidas entre o chão e o teto. Longe do resto do mundo, feito passarinho engaiolado. O mundo lá fora rodando ligeiro e eu incomunicável.
O tal do técnico, da tal da operadora pavorosa de internet,  chegou ao meu apartamento munido de cara feia e maleta preta. – Qual o problema, senhora?
Vontade de contar todos os meus problemas, a começar pela sensação de asfixia e aquela tal “gana” de “esganar” alguém.  Busquei em minhas entranhas algo melhor que um pum, encontrei uma resposta meio civilizada: - Por favor, conserte!
Uma hora de mexe e remexe naquilo o que pra mim é mais sagrado. Não, senhor, não, senhora! Ninguém mexeu no meu traseiro, nem adjacências! O que há de mais sagrado é o meu computador! Um notebook já rodado, fora da garantia e que nunca deu pau (amém). Sujeito folgado, não pediu licença para adentrar em minhas configurações e etc. Meia hora engolindo puro fel. Minhas garras estavam afiadas, eu era puro estresse.
- Pronto senhora, já está consertada a sua conexão da internet!
Fiz o test drive. Nada melhor que beber com sede, comer com fome, dormir com sono e navegar na internet depois de um dia sem conexão.Aos poucos voltei à minha “normalidade”. Chequei e-mails, visitei o Facebook, respondi mensagens. Meu blog tinha alcançado 80 mil visitas, escrevi um texto breve e comemorativo. Leve e solta, do outro lado do mundo, sem paredes, sem limites. Asas cibernéticas acionadas na ponta dos meus dedos, palavras que giram por aí. Livre, enfim!



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