É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.

Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







12 de abr. de 2014

MÃE DE CACHORRO

Pouco falo dele, mas é meu primeiro beijo, meu primeiro sorriso ao despertar, a certeza de que serei recebida com alegria assim que eu sair do elevador e andar na direção da porta do meu apartamento. Ele é o recepcionista esfuziante, o sujeitinho que me recebe entre pulinhos e latidos de felicidade. E eu esqueço o cansaço, os aborrecimentos e o pego em meus braços. 
Ele é meu beijo derradeiro antes de dormir e se deita aos meus pés e vela meu sono, todas as noites. Suas lambidinhas alegres me fazem deixar o mundo lá fora e eu agradeço aos Céus: ser tutora do Bono me tornou alguém melhor e muito mais feliz!
Ser mãe de um cãozinho demorou mais de 40 anos. Adotei vários animaizinhos ao longo da minha vida, amei cada um deles, mas a afinidade maior, essa somente chegou agora. Bono, um shih-tzu preto, branco e cinza, completou recentemente dois anos de vida. Ele me ensinou a ser mais cão e menos gente.  Depois disso, tudo mudou completamente.
A lealdade de um cão – não apenas cães, mas gatos e outros animais – pode transformar o roteiro de alguém. Se eu voltar o filme da minha vida, há dois anos eu me sentia alguém solitária, sem sorte na vida, o peso das obrigações familiares, sociais e profissionais pareciam desabar esmagadoramente sobre mim.
Uma noite, para relaxar, enquanto jogava Song Pop e Candy Crush Saga em meu iPhone, recebi um e-mail. Era de uma amiga que queria me mostrar um lugar que vendia cachorrinhos. Preocupada ela me avisou: estão à venda, pode isso? Feito escravos!
Essa é a realidade dos animais neste momento de nossas vidas. São considerados irracionais, bichos que podem ser sacrificados a favor de nossa fome, nossa vaidade, nossa ruindade, que podem ser entregues a alguém como presente, brinquedo, algo assim. Digo nossa fome, vaidade e ruindade porque o erro humano é coletivo sempre. Nós! Eu me incluo nesse plural vergonhoso.
Lá estava Bono, na foto emburradinho, expressão facial de quem estava mesmo de saco cheio quando tiraram sua foto. Lindo, muito lindo o cãozinho. Meu coração disparou, paixão à primeira vista. À venda. Quando custaria? Entrei em contato com o vendedor e era caro, muito caro. Pensei um pouco, admirei longamente o olhar daquele bichinho.Ele parecia me dizer: por favor, me salve!  Decidi: irei buscá-lo.
Adotar um animalzinho abandonado é um dos mais bonitos gestos de amor que alguém pode praticar. Abaixo relacionarei links de ONGs que acolhem, tratam e entregam animaizinhos em adoção. Porém, o Bono eu comprei. Melhor que isso, o Bono, que quando vi pessoalmente chorei, como toda mãe chora emocionada quando pega pela primeira vez seu filhinho recém-nascido nos braços, eu paguei, comprei. Bono eu alforriei! Meu cachorrinho da internet! Meu filho de quatro patas!
Meu amigo que me espera, que faz graça quando estou triste, que trança minhas pernas quando estou distraída e quase me derruba, que me pede colo, que me leva para passear e me apresenta novos amigos. Bichinho que aquece meu coração com o calor autêntico de seu amor. Meu coração não bate, ele late. Meu grande amor de quatro patas, que me tornou mãe de novo e alguém melhor, muito melhor.
Se você não pode alforriar um cãozinho de raça, não pode pagar caro por um cachorrinho à venda, o melhor é adotar um cão, um gato, ou o bichinho que mais gostar. Pode ser aquele cachorrinho pulguento e magrinho que passou por você na rua, pode ser o gatinho que estava perambulando no parque. O que importa, realmente, é que você, que é um ser humano, abra seu coração, sua casa e mude sua vida pra melhor. Seja pai, mãe, irmão de um pet! Há ONGs que acolhem, recolhem das ruas animais abandonados, vítimas do descaso humano, de maus-tratos. Esses bichinhos, ansiosos, aguardam um lar! Que tal ter ao seu lado um amigo de alma?
ONGs de proteção animal que admiro:

Nenhum comentário: