Ouvi a nossa música. Antiga, mas tão atual. Ao escutar seu
primeiro acorde, aumentei o volume do rádio. Fechei meus olhos e dancei com o
invisível, balancei meu corpo suavemente para lá, para cá, no ritmo lento da
melodia. Cantarolei desentoada: “And here we are in heaven, for you are mine at
last”.
Tentei imaginar o mundo interior de quem escreveu a letra da
canção At Last. Corri à Wikipedia e encontrei muita história. At
Last! é escrito assim, com ponto de exclamação, de acordo com o site. A música
foi composta em 1941 por dois autores: Mack Gordon e Harry Warren, para um
filme chamado “Orchestra Wives”. Não diz
ali qual dos dois escreveu a letra, mas merece aplausos em pleno século 21. Em 1961, a cantora americana Etta James lançou
seu primeiro álbum, que é considerado pela revista Rolling Stone um dos 500
melhores álbuns de todos os tempos, com o mesmo nome da canção: At Last!
Tirei meus óculos de leitura. Ri de mim, para tudo preciso
de pesquisa, informações muitas. Curiosa, talvez. A música já havia parado de
tocar no rádio há alguns minutos quando resolvi escrever o texto. At Last! Senti estar em um tapete mágico, sonho de mil
e uma noites. Se a vida durasse um instante, o amor seria eterno. Lágrimas
pingaram sobre o teclado do notebook. O mundo real me chamou de volta, tratei
de lavar o rosto. No rádio tocava Djavan, “Se”. Eu, nessa de horror, tratei de
seguir o roteiro do resto do meu dia. Sem mais cantarolar, dançar ou divagar.
Isso faz tantos anos, se fosse um retrato estaria amarelado pelo tempo. Decidi adquirir o álbum de Etta James, algo tão antigo quanto eu, tão atual quanto o
que inspirou esta história.
Para vocês deixo o vídeo com a bela canção, aqui interpretada por Beyoncé. Dancem, sonhem, balancem os pezinhos, curtam... At Last!
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