Escrever é algo
natural, para quem viveu entre livros e poetas muitos. Mas, escrever e publicar
em um blog, isso é questão de ...
Estava nesse trecho do texto quando, sem mais e nem menos,
padeci do que, popularmente, é chamado “branco”. Deu branco, as palavras sumiram.
Sim, fugiram, foram para o mesmo lugar onde sempre estiveram. Correram todas
juntas para dentro dos livros da imensa biblioteca do meu avô José. Talvez, estejam agora em algum tratado de
Direito Internacional, ou na primeira edição de O Único Amor de Ana Maria, de Isa
Silveira Leal. Brincaram de esconde-esconde em algum dos muitos volumes do
Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Observam-me agora do alto de uma das
imensas estantes de madeira perfumada de meu avô, a fingir que não existo. E eu, que teimo em escrever, agora pergunto: onde estão os
parágrafos, as rimas, o ponto final? De que vale a vida sem expressar-me em
letrinhas?
Tentei continuar o texto: isso é uma questão de fé.
Sim, é preciso ter fé para acreditar no próprio texto. Fé
na ponta dos dedos, fé na vida que fica registrada em contos breves e, tantas
vezes, ninguém lê. Hoje em dia ninguém tem tempo. Quem tem tempo, não perde o
tempo. E eu? Ah, eu escrevo no blog.
Tentei novamente: isso
é uma questão de fé e coragem.
Coragem, porque sou uma escritora desconhecida, com textos e
mais textos escritos, alguns perdidos em blogs por aí, ideias roubadas, pirateadas. Há um livro que escrevo e está pela metade, porque não salvei em pendrive os meus arquivos, o computador se foi, os textos desmaiaram com ele. Sou alguém que alguns consideram uma
blogueira com mania de escrever, de vez em quando perco a coragem, vejo minha
fé ficar miudinha como a chama de uma vela quase no fim. E as palavras todas
correm para um esconderijo distante, demoram a ressurgir. E, mesmo assim, eu
escrevo.
Fé, coragem. Aqui está mais uma história breve, sem
qualidade literária, de acordo com os entendidos, mais um registro do que eu
escrevi. Eu, a blogueira persistente com sua fé, coragem e mania de tanto
escrever. Talvez, minha lagoa seja outra. Talvez, no meio literário eu seja o patinho feio. Gosto mesmo é de teledramaturgia, coisas que se escreve sem os aplausos dos eruditos. E aplausos, isso eu dispenso. O que eu quero é escrever. Até que enfim, encontrei o ponto, falta agora encontrar a rima.
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