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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







9 de mar. de 2013

NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO


Na vida aprendi algumas coisas. Truques novos, truques antigos e já descobertos por outros habitantes terrenos. Uma das novidades que descobri , algo relativamente recente, é que para escrever é preciso ser meio maluco. Quem escreve imagina coisas, ouve vozes, vê vultos, ri, chora, se zanga, perdoa, se apaixona, nasce, morre e fala sozinho.  Quem escreve chega a sentir aromas, alguns totalmente estranhos. Cheiro de mato, de perfume barato, de pratos preparados para si durante a infância. Sente dor, frio, calor. Volta o passado, desenterra os mortos. Amanhece adolescente, renasce dolorosamente, no final do dia dá à luz um novo texto e depois adormece um ancião, carregado de sabedoria. Eu, que escrevo, sou uma e tantos outros, cada qual à sua maneira, sou homens e sou mulheres, com personalidades e anseios diversos: personagens!
Assusta-me a viagem que faço para dentro de mim, seguida das crises de total ausência de atenção a coisas banais durante o dia. Lá estava eu, a trabalhar, quando algo me chamou a atenção. Um antigo peso de papel, daqueles com formato de bola de vidro. Viajei nas asas da imaginação, a observar o objeto contra a luminosidade que vinha da janela. Lembrei do peso de papel do escritório do meu avô, eu com quatro, cinco anos de idade. Admirei o reflexo raiado de sol e cores diversas, como se sentiria aquele peso de papel? Voltei para o mundo sendo observada por alguém que, certamente, achou que eu estava tendo uma crise psicótica, ou algo assim. Eu estava longe dali, tão longe que exclamei sozinha, em alto e bom som : - Achei! Vou contar a história do antigo escritório do Vovô! Quem ali me observava franziu a testa e murmurou algo frio, incompreensível: - Diva, você está bem? E foi assim que aterrissei na realidade, eu estava ali, no escritório, tramando um novo texto. Terei falado sozinha? Terei feito careta? Impossível saber, a inspiração me leva a uma espécie de transe, eu esqueço de mim, abstraio quem está ao meu redor. 
Diva Latívia, ela viaja em pensamento e esquece: a panela no fogão, o horário marcado no dentista, esquece até mesmo de carregar a bateria de seu instrumento de trabalho, o computador. Um mundo paralelo, no qual os finais podem ser trágicos, patéticos, hilários, românticos. Um mundo que imita a realidade, regido pela ponta dos meus dedos a dedilhar frases que definem o destino de gente que ganha vida a cada frase. Para escrever é preciso ser meio doido, ou fica tudo muito chato. Ler um texto chato, ninguém merece. O leitor quer entrar no texto e se deliciar, lambuzar-se divertida, ou dramaticamente.  Diva torna-se guia turística de viagens literárias.
Amanheci cheia de ideias, doida pra escrever. Escreverei sobre a edícula de minha casa de infância, o antigo escritório de advocacia de meu avô. Um dia, quando eu menos esperar, essa história tomará conta de mim e eu, que poderei estar trabalhando, cozinhando, visitando alguém, ficarei meio fora do ar, a matutar o novo texto. Normal, amanheci com meus personagens a esperar ansiosos pela sua participação em minhas estórias que, ocasionalmente, são histórias assim escritas, com “h”. Histórias que são filhas prediletas, que pari ao longo da vida e aqui amamento em prosa e versos. Mãe dos meus textos, esta sou eu, Diva Latívia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Você não é escritora e seu blog não é obra literária. Acho isso aqui um lixo e é melhor você ir lavar louça

Cláudia Cavalcanti disse...

Olá, Anônimo, ou Anônima!

Antes de publicar seu comentariozinho ( atente para o INHO), lembrei dos ensinamentos que recebi de meu Webmaster e editor: ainda que o comentário seja indelicado, imbecil, ou idiota, publique-o, afinal estamos em uma democracia e até mesmo os parvos têm o direito a manifestar-se.
Eis o seu comentariozinho, por mim respondido. Volte sempre a este... lixo?... Ainda que para despejar suas tolices.

( Aos leitores peço desculpas, mas paciência é uma virtude que me falta ultimamente).

DIVA LATÍVIA