Visitei meu próprio blog. Diva sem publicações recentes, sem
lá muitas visitas. O leitor é exigente, gosta de qualidade e quantidade, tudo
ao mesmo tempo. A vida tem sido árida, caro leitor, querida leitora. Vida árida,
corrida e avessa aos versos meus.
Pensei no próximo texto e tramei letrinhas divertidas,
qualquer coisa que os fizesse rir e imaginar quem sou, como pude imaginar
coisas tão divertidas. Voltei minhas lembranças ao segundo turno da eleição
presidencial. Preferi voltar à realidade dos meus dias, com ou sem eleição a
vida continua.
Já estava preparada para desligar o notebook, vencida pela
falta de inspiração, quando olhei para o céu. Um céu parecido com noites da minha
infância. Um céu paulistano com poucas nuvens. A diferença é o excesso de edifícios,
luzes que escondem as estrelas. Voltei no tempo. A infância com seus
personagens, gente que partiu rumo ao infinito. O Natal com Papai Noel, pensei
em minha tia Maria Luiza. Admirei um amontoado de nuvens na direção do por do
sol. O que é o passar dos anos diante da imensidão do universo?
Lembrei de momentos da infância. Moema, bairro que cresceu
tanto que até perdeu a graça. O casarão cor-de-rosa onde cresci, cercada de
jardins e irmãos. Os adultos e suas histórias, um a um. Viajei até Águas de São
Pedro, cidadezinha miúda e encantadora que abrigou feriados, férias, finais de
semana inesquecíveis. O aroma da terra molhada, meus pés descalços, sonhos
coloridos e tão inocentes quanto este texto, que saiu de qualquer jeito, mas
carregado de lembranças que reanimaram a minha alma.
A vida anda difícil. Meus textos fogem de mim. A vida foi
mais leve. O universo corre lá fora. As nuvens escondem as estrelas. No
infinito estão as lembranças. A vida se tornou adulta. A criança miúda que fui
ainda colhe flores no mesmo jardim.
2 comentários:
às vezes eu me sinto assim melancólica, com saudades do tempo em que se podia ver as estrelas no céu, siris e conchas na praia, joaninhas nos jardins, nos tempos em que havia casas e poucos arranha céus.
espero que o mundo recupere a sanidade pare de matar a natureza e nos permite desfrutar de novo das coisas simples e belas, gratuitas, da beleza do universo.
Oi, Sônia!
Obrigada pelo comentário. O ser humano precisa se voltar mais para aquilo o que é simples e respeitar o meio-ambiente.
Beijo,
Cláudia
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