Não, leitora querida. Não, leitor querido. Você não está abandonado por mim. A bronquite e todos os demais "ites" furtaram o ânimo para alinhavar minhas histórias. Porém, estava a repousar e refletir, isso na penumbra dos meus aposentos, quando tive um delírio delicioso. Quiçá, um lampejo criativo e febril? Visualizei um notebook despejando frases ao vento, imaginei meu blog a espalhar ideias nascentes a cada sorriso, ao franzir de testa de leitores e olhar marejado de personagens anônimos: vocês.
Abracei as frases, como quem junta brinquedos infantis espalhados no tapete da sala. O que será saúde, afinal? Além de saudação e forte desejo de bem estar físico, saúde é harmonia, equilíbrio, ordem interior. Desordenada, desorganizada, maluca, pirada, Diva Latívia! Reflito publicamente, com sua permissão, neste espaço que é público, tão público quanto a pracinha ajardinada pertinho de casa. Onde terei escorregado, derrapado, perdido o fio da meada? Adoecer é desarmonizar-se.
O delírio, asfixiante, entre uma crise de falta de ar e uma lágrima delirante, devolveu a luz ao final do túnel. Amanheci com as habituais profundas olheiras, que lembram os poetas românticos e suas estrofes dramáticas, problemas pulmonares incuráveis. O meu mal também é do século, porém moderníssimo: deprimi!
Resgatar em mim a força criativa, brincar de roda com as palavras, esconde-esconde metafórico, um pega-pega de letrinhas. Homeopaticamente, recupero-me. Vida, não a levarei tão a sério, não mais. Palavras a jorrar do notebook, palavras coloridas em tons alaranjados e esverdeados. Palavras com sabor de tangerina e kiwi. Frescas, nutritivas, suculentas. Alimento, medicamento, alento: escrevo, portanto crio e vivo! Brotei.
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