Mais um Carnaval! Meu bloco não sairá às ruas. Munida de
dois livros, que pretendo ler nesses dias de folia: Eva Luna, de Isabel
Allende e A Cidade do Sol, de Khaled Hosseini, minha fantasia será a de
leitora que viaja a todos os lugares, sem passaporte e à bordo da imaginação.
A cidade começa a se tornar diferente, os foliões estão nas
estradas, rumaram para lugares distantes, onde a festa promete ser alegre.
Desde criança, não gosto do barulho dos tamborins, que me desculpem todos
aqueles que apreciam as escolas de samba, as marchinhas de antigamente, mas eu
prefiro o sossego do meu lar, ou então a paz de algum lugarzinho sem muito
barulho, sem lembranças de Rei Momo.
Sou aquele tipo de pessoa que faz do dia a dia a sua festa,
nada daquilo o que é determinado pela sociedade me conduz. Nem o Natal, nem o
ano novo, nem o Carnaval. Não sou vaca marcada em meio ao rebanho, nem sou alienada, eu penso
livremente, portanto meu Carnaval acontecerá quando eu assim o desejar, talvez
em agosto, quem sabe em maio?
O que mais me preocupa é o excesso de dias parados. Um país pobre
e que tanto precisa de desenvolvimento, damo-nos ao luxo de quatro dias de
folga e, pior do que isso, ao luxo de começarmos o ano depois do Carnaval. Será que eu deveria, neste momento, desejar-lhes feliz ano novo? Neste
ano, tanto pior para nós, virá a Copa do Mundo de futebol e, depois, eleições.
Um ano desperdiçado.
Enquanto isso, os tamborins são aquecidos, nada importa, o
que vale mesmo é a alegria, é o momento, o amanhã não interessa agora. Os resultados disso virão em forma de insatisfação, de maus resultados em projetos a médio e longo prazo, sejam esses projetos de trabalho, ou de estudos. Sabem lá o que sejam exatos dois meses a empurrar a vida com a barriga, a esperar março para começar a agir, começar a estudar, começar a pegar firme no trabalho? Aqui a coisa funciona assim, aqui em terras tupiniquins.
Tudo é questão de postura, quem não arregaça as mangas e se coloca totalmente à disposição de seu desenvolvimento pessoal, do verdadeiro desenvolvimento de seu país, não progride. Eis a diferença entre os países de primeiro mundo e o nosso país. Postura! Mas, isso nada tem a ver com tamborins, evidentemente. Certo? Qualquer coisa parecida com a fábula de Esopo, “A Cigarra e
a Formiga”, não é simples coincidência.
Moral da história: “ não
penses só em divertir-te, trabalha e pensa no futuro”.
2 comentários:
Diva você está amargurada e mal amada. carnaval é alegria.
Bom dia pra você também, Anônimo. Divirta-te!
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