A loja era relativamente ampla. Estreita, comprida e mal iluminada. O pé direito alto. Prateleiras de ponta a ponta acolhiam o que estava anunciado na placa sobre a porta principal: tudo para o seu lar.
A miudinha soltou a mão da avó. A senhora estava entretida com os modelos coloridos de sacolas de lona, destinadas às idas e vindas à feira livre e supermercado. Quando deu por si, lá estava a pequena, passos ligeiros a caminho da calçada.
Naquela época, o bonde cruzava a avenida ruidosamente. Um calafrio percorreu a espinha curvada e reumática. Segurou firme a mãozinha da rebelde e pagou a compra. O choramingo a fez ceder.
Comprou argolas de plástico cor-de-rosa feitas sabe-se lá pra quê. As bonecas de porcelana foram presenteadas com auréolas de anjo: - Toma, são presentes da Vovó pra vocês!
Um episódio verídico, acontecido há tanto tempo! Vovó, minha amada Adelina, aqui está um pedacinho nosso. Que você receba o meu texto embrulhado em nuvens brancas de algodão.
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