Esta última noite passei praticamente em claro. Acordei e o relógio marcava 03h17. Não mais dormi. Meus pensamentos estavam fazendo passeata, protesto, brigando comigo. Fui obrigada a sair da cama, sentar-me na sala. Escolhi a luz do abajur para iluminar o ambiente. Ali fiquei horas e mais horas, pensando, pensando, permitindo que meu coração se conectasse Àquele Ser: Deus.
Amar é uma Graça. Não tem graça, isso é outra coisa. Amar é coisa muito séria. Amor não é um jogo, não se parece com loteria, não precisa de sorte e não é brincadeira. Amor é algo divino, que chega em forma de bênção na vida de cada um. Reconhecer o Amor e cultivá-lo é questão de lucidez, mérito e delicadeza da alma de cada um.
Quando alguém olha pro sentimento sublime que é o Amor e o trata como se fosse um investimento a médio ou longo prazo, reduz o sentimento a uma equação matemática. Amor não é projeto, empecilho ou plano futuro. Amor é algo que se cuida a cada fração de segundo, está no dia de hoje, no seu batimento cardíaco deste exato segundo. Não adianta lançar o Amor nos planos do ano que vem, por exemplo. Ele é atual sempre.
Duas pessoas se conhecem. Começa o relacionamento. O nome do relacionamento tanto faz, pode ser o breve ficar, pode ser namoro, pode ser união estável ou casamento. Quando um dos dois faz do relacionamento algo “administrável”, querendo controlar o ritmo do sentimento, não assumindo socialmente ou pra si mesmo que está comprometido pelo coração, que isso tem reflexo moral, emocional e em seu círculo social, essa pessoa quebra o vínculo sutil e ininterrupto dessa energia divinal que é o Amor.
Pode haver o rompimento, às vezes com discussões, com sofrimento. É necessário haver a união do casal, uma dupla. Se um dos dois rói a corda, por motivos individuais, seja o medo, a incerteza, até mesmo a falta do próprio Amor, o relacionamento acaba. Antes acabar de uma vez do que aos poucos, mas normalmente acaba devagarzinho. Um desgaste que causa dor!
Comprometer-se é mais do que ir a um cartório e registrar sua intenção de união, de casamento. É mais que usar aliança no dedo ou dizer sim a um juiz de paz ou sacerdote. Comprometer-se é assumir pra si que Ama alguém e deseja essa pessoa consigo, para enfrentar as dificuldades da vida, ter os bons e os maus momentos compartilhados e envelhecer com esse alguém, lado a lado. Quem perde o compasso, pode terminar só. Infelizmente, quando se perde o Amor acontece o despertar. Um despertar que acontece tarde demais!
Se um dos dois falar em casar-se e o outro vacilar, isso depois de um ano de relacionamento, por exemplo, o significado dessa incerteza representa mais do que falta de envolvimento. Significa que um dos dois está sendo feito de bobo.
Talvez, o compromisso chamado casamento não possa acontecer, por motivos materiais, por razões que ambos conhecem e compreendem. Porém, quando isso inexiste e a idéia de casamento parece forca, especialmente para o homem, é sinal de alerta. Ele não ama aquela mulher.
E eu perdi o sono esta noite. Não pensando em mim apenas, mas pensando na vida. No quanto as pessoas erram ao se associarem de modo errado. Pensando nas mágoas que o coração carrega pelos desencontros. Apesar de sempre acompanhada de pessoas muito queridas, nesta madrugada eu me senti infinitamente solitária.
Para amar é preciso ter certeza do que se deseja amanhã. É preciso assumir um compromisso e fazer isso valer. Se não for naturalmente assim, melhor seguir a estrada divertindo-se, sem lançar sementes em corações incautos, sem ter aquilo o que já falei antes: compromisso.
Termino o texto ainda pensando, pensando. Que pena quando um quer, o outro não quer. Quem ama não merece ser rejeitado!
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