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Sabem aquela narrativa frenética do locutor esportivo da TV? Aquele lá, o narrador do futebol! Fala dez palavras por segundo. Algo mais ou menos assim: Talarico passa a bola pra Nestorzinho, Nestorzinho passa a bola pra Sinfrônio, Sinfrônio chuta, é agora, é agora, é agora... Pra foraaaaaaaaaa... O que é isso seu juiz?
Se observarmos todo esse movimento com o som do televisor desligado, poderemos ver que um jogador chutou calmamente a bola pra frente, por sua vez a bola caiu aos pés do jogador seguinte que, sem qualquer esforço, simplesmente chutou pra outro, e este mandou a bola pro lado que tinha que ir, ou seja, na direção do gol. Problema de mira, talvez, a bola foi parar a dez metros do gol e o juiz, que tem mais é que usar aquele apito, fez sua parte e apitou. Agora eu lhes pergunto: pra quê tamanho escarcéu se é apenas uma série de chutes na direção do gol? Quem escuta um jogo de futebol imagina que a animação é tanta que só falta entrar em campo uma escola de samba, ou algo assim. Monótono, pra quem não curte o jogo é absurdamente chato um jogo de futebol. Ainda mais com aquele cara falando sem parar.
Estava em casa à noite, se não me engano na quarta-feira. A transmissão de um jogo que é considerado um clássico futebolístico. Dois times rivais de São Paulo. Divo sentado ao meu lado. Ou melhor, pulando ao meu lado. Gritava, xingava, reclamava sem parar. Tentei observá-lo . Louco, talvez? Parecia doido. Aliás, todo homem que gosta de futebol parece maluco diante do televisor quando assiste a esses eventos. Pensei na pressão alta do meu amado. Buscou uma cervejinha, duas. Derramou metade no tapete da sala quando pulou imaginando que a bola, lançada em direção ao gol, fosse acertar o alvo. Instantes depois engasgou-se com o amendoim, tossia e xingava. Fui dar generosos tapinhas em suas costas, para desengasgá-lo. Quase me esganou, no mesmo tom de sua torcida berrou: agora nãoooo, saiiiiii!!! Foi assim que desviou o olhar do televisor, olhou furioso pra mim. Perdeu um daqueles lances sem graça do jogo. E o jogador chutou mal, errou, a bola passou por cima da trave e partiu. Pra onde? Nem sei.
O que sei dizer é que naquela noite eu fui me deitar sozinha. Fui pro quarto sem ser notada, ouvindo urros, resmungos, todo tipo de palavrão. Divo estava irreconhecível. Terminado o jogo, veio deitar-se. Quieto, em silêncio. Deitou-se e rapidamente dormiu. E eu, com dor de cabeça, quase surda, custei a dormir. No dia seguinte descobri o resultado do jogo: 0 X 0, ou seja, nada, coisa alguma, nulo. E todo aquele escândalo serviu pra quê? Do locutor aos comentaristas, passando por Divo. Sem gols. Não entendo, como aquilo pode ter graça? Divo acordou bonzinho, tranquilo, aparentemente tinha voltado ao normal. Gente, será que torcedor de futebol é bipolar?
Pra piorar, agora tem jogo a toda hora. Sábado à noite, domingo às 18h00. Já tive que me conformar com o seguinte absurdo: não vamos sair porque o meu time vai jogar. Meninas, dá uma vontade daquelas de chutar a televisão em direção à janela. Aí sim, um gol de placa. Algo pra ser comemorado com um grito de GOOOOOLLLLLLLLLLLLL!!!! Pena que, se eu fizer isso, serei expulsa de campo, tomarei um cartão vermelho. Por isso mesmo, quando agora começar um novo jogo, usarei fones de ouvido. Vou escutar música, sairei pra dar uma volta. Suportarei tudo, menos escutar Malvão Crueno, o locutor, falar trocentas palavras por minuto, acompanhado de Divo berrando sem parar. Futebol a toda hora, isso mulher nenhuma merece!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
23 de set. de 2011
É PÊNALTI!!!
Sabem aquela narrativa frenética do locutor esportivo da TV? Aquele lá, o narrador do futebol! Fala dez palavras por segundo. Algo mais ou menos assim: Talarico passa a bola pra Nestorzinho, Nestorzinho passa a bola pra Sinfrônio, Sinfrônio chuta, é agora, é agora, é agora... Pra foraaaaaaaaaa... O que é isso seu juiz?
Se observarmos todo esse movimento com o som do televisor desligado, poderemos ver que um jogador chutou calmamente a bola pra frente, por sua vez a bola caiu aos pés do jogador seguinte que, sem qualquer esforço, simplesmente chutou pra outro, e este mandou a bola pro lado que tinha que ir, ou seja, na direção do gol. Problema de mira, talvez, a bola foi parar a dez metros do gol e o juiz, que tem mais é que usar aquele apito, fez sua parte e apitou. Agora eu lhes pergunto: pra quê tamanho escarcéu se é apenas uma série de chutes na direção do gol? Quem escuta um jogo de futebol imagina que a animação é tanta que só falta entrar em campo uma escola de samba, ou algo assim. Monótono, pra quem não curte o jogo é absurdamente chato um jogo de futebol. Ainda mais com aquele cara falando sem parar.
Estava em casa à noite, se não me engano na quarta-feira. A transmissão de um jogo que é considerado um clássico futebolístico. Dois times rivais de São Paulo. Divo sentado ao meu lado. Ou melhor, pulando ao meu lado. Gritava, xingava, reclamava sem parar. Tentei observá-lo . Louco, talvez? Parecia doido. Aliás, todo homem que gosta de futebol parece maluco diante do televisor quando assiste a esses eventos. Pensei na pressão alta do meu amado. Buscou uma cervejinha, duas. Derramou metade no tapete da sala quando pulou imaginando que a bola, lançada em direção ao gol, fosse acertar o alvo. Instantes depois engasgou-se com o amendoim, tossia e xingava. Fui dar generosos tapinhas em suas costas, para desengasgá-lo. Quase me esganou, no mesmo tom de sua torcida berrou: agora nãoooo, saiiiiii!!! Foi assim que desviou o olhar do televisor, olhou furioso pra mim. Perdeu um daqueles lances sem graça do jogo. E o jogador chutou mal, errou, a bola passou por cima da trave e partiu. Pra onde? Nem sei.
O que sei dizer é que naquela noite eu fui me deitar sozinha. Fui pro quarto sem ser notada, ouvindo urros, resmungos, todo tipo de palavrão. Divo estava irreconhecível. Terminado o jogo, veio deitar-se. Quieto, em silêncio. Deitou-se e rapidamente dormiu. E eu, com dor de cabeça, quase surda, custei a dormir. No dia seguinte descobri o resultado do jogo: 0 X 0, ou seja, nada, coisa alguma, nulo. E todo aquele escândalo serviu pra quê? Do locutor aos comentaristas, passando por Divo. Sem gols. Não entendo, como aquilo pode ter graça? Divo acordou bonzinho, tranquilo, aparentemente tinha voltado ao normal. Gente, será que torcedor de futebol é bipolar?
Pra piorar, agora tem jogo a toda hora. Sábado à noite, domingo às 18h00. Já tive que me conformar com o seguinte absurdo: não vamos sair porque o meu time vai jogar. Meninas, dá uma vontade daquelas de chutar a televisão em direção à janela. Aí sim, um gol de placa. Algo pra ser comemorado com um grito de GOOOOOLLLLLLLLLLLLL!!!! Pena que, se eu fizer isso, serei expulsa de campo, tomarei um cartão vermelho. Por isso mesmo, quando agora começar um novo jogo, usarei fones de ouvido. Vou escutar música, sairei pra dar uma volta. Suportarei tudo, menos escutar Malvão Crueno, o locutor, falar trocentas palavras por minuto, acompanhado de Divo berrando sem parar. Futebol a toda hora, isso mulher nenhuma merece!
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