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Final de ano e seus contratempos, suas correrias infindáveis. Outro dia ganhei uma blusinha. Linda e de grife. O problema foi o tamanho da blusinha, um manequim menor que euzinha aqui. Sem tempo, aliás sem a menor vontade de ir ao shopping trocá-la, fui protelando a desagradável excursão ao lotadíssimo centro de compras. Já que não emagreci 3 kg em duas semanas, acabei achando um tempinho e fui trocar a bendita blusa. Mal entrei na loja, chiquérrima e caríssima, a vendedora veio na minha direção, sorridente e quase saltitante. Assim que proferi a minha intenção de fazer a troca da minúscula peça de roupa, aquele sorriso simpático se transformou em uma testa franzida. Por gentileza, me acompanhe, vou falar com a gerente.
A gerente parecia uma executiva ocupadíssima, uma dessas que trabalham no mercado financeiro. Nervosíssima, estressadíssima. Assim que soube que esta criatura aqui tinha adentrado na loja para realizar uma troca de mercadoria, olhou-me com profundo descaso. Pediu a blusa, pegou-a com jeito desconfiado. Olhou, olhou, examinou a etiqueta. Você comprou quando? Expliquei que não comprei, que eu ganhei. Continuou a examinar a peça. Por gentileza, a nota fiscal do produto.
Meu cérebro deve ter dado umas voltas antes de eu dizer irritada: que nota fiscal?
Não tem a nota fiscal? Sinto muito, não poderemos ajudá-la.
Mas...
Lamento, senhora, as trocas são feitas mediante a apresentação da nota fiscal da mercadoria.
Mercadoria... Pensei em outra coisa que começa com mer... Que mer...
Costumo ser gentil, educada. Porém, a paciência já estava frita e torrada. Desde quando alguém que ganha um presente recebe a nota fiscal, especialmente de roupas?
Alegação da tal gerente da loja: entre em contato com a pessoa que te deu o presente e peça a nota fiscal. Pra piorar, disse que eu poderia ir pra Granja Viana ou Ituverava trocar a blusa, pois lá são feitas as trocas sem nota fiscal.
Uma loja de grife de renome perdeu uma cliente em potencial: Diva Latívia.
Não sei se vou emagrecer, nem sei quantos quilos irei emagrecer. Talvez, em pouco tempo a blusa caiba certinho em mim, basta uns dois ou três quilos a menos e pronto. Mas, já resolvi: dessa blusa quero distância.
Mal saí da loja, tocou meu celular. Era o Divo. Queria saber onde eu estava. Na verdade, eu estava em uma espécie de inferno lotado de gente fazendo compras natalinas. Pra espairecer, relaxar, tratar de esquecer, comprei duas sandálias. E tem coisa melhor que comprar sapatos para compensar todo e qualquer sofrimento?
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
8 de dez. de 2011
UM NÚMERO MENOR QUE EU
Final de ano e seus contratempos, suas correrias infindáveis. Outro dia ganhei uma blusinha. Linda e de grife. O problema foi o tamanho da blusinha, um manequim menor que euzinha aqui. Sem tempo, aliás sem a menor vontade de ir ao shopping trocá-la, fui protelando a desagradável excursão ao lotadíssimo centro de compras. Já que não emagreci 3 kg em duas semanas, acabei achando um tempinho e fui trocar a bendita blusa. Mal entrei na loja, chiquérrima e caríssima, a vendedora veio na minha direção, sorridente e quase saltitante. Assim que proferi a minha intenção de fazer a troca da minúscula peça de roupa, aquele sorriso simpático se transformou em uma testa franzida. Por gentileza, me acompanhe, vou falar com a gerente.
A gerente parecia uma executiva ocupadíssima, uma dessas que trabalham no mercado financeiro. Nervosíssima, estressadíssima. Assim que soube que esta criatura aqui tinha adentrado na loja para realizar uma troca de mercadoria, olhou-me com profundo descaso. Pediu a blusa, pegou-a com jeito desconfiado. Olhou, olhou, examinou a etiqueta. Você comprou quando? Expliquei que não comprei, que eu ganhei. Continuou a examinar a peça. Por gentileza, a nota fiscal do produto.
Meu cérebro deve ter dado umas voltas antes de eu dizer irritada: que nota fiscal?
Não tem a nota fiscal? Sinto muito, não poderemos ajudá-la.
Mas...
Lamento, senhora, as trocas são feitas mediante a apresentação da nota fiscal da mercadoria.
Mercadoria... Pensei em outra coisa que começa com mer... Que mer...
Costumo ser gentil, educada. Porém, a paciência já estava frita e torrada. Desde quando alguém que ganha um presente recebe a nota fiscal, especialmente de roupas?
Alegação da tal gerente da loja: entre em contato com a pessoa que te deu o presente e peça a nota fiscal. Pra piorar, disse que eu poderia ir pra Granja Viana ou Ituverava trocar a blusa, pois lá são feitas as trocas sem nota fiscal.
Uma loja de grife de renome perdeu uma cliente em potencial: Diva Latívia.
Não sei se vou emagrecer, nem sei quantos quilos irei emagrecer. Talvez, em pouco tempo a blusa caiba certinho em mim, basta uns dois ou três quilos a menos e pronto. Mas, já resolvi: dessa blusa quero distância.
Mal saí da loja, tocou meu celular. Era o Divo. Queria saber onde eu estava. Na verdade, eu estava em uma espécie de inferno lotado de gente fazendo compras natalinas. Pra espairecer, relaxar, tratar de esquecer, comprei duas sandálias. E tem coisa melhor que comprar sapatos para compensar todo e qualquer sofrimento?
Marcadores:
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3 comentários:
Cláudia
Pois é, quando entrou, a empregada viu logo forma de ganhar uma comissão; mas, depois, como era para trocar a blusinha e a comissão voou para a gerente a encaminhou.
Minha cara amiga, como devemos sempre aprender com as experiências, mesmo quando são más, no futuro não se esqueça de pedir aos amigos dadores para acompanharem o presente da respectiva nota fiscal. Fica com a certeza de que a oferta não foi roubada e poderá sempre trocá-la.
Ah, se alguém se admirar do pedido que faz, explique a razão que, de certeza, ambos se vão rir da situação. Como se costuma dizer, rir é o melhor remédio e assim sendo...
Diva querida, nada, nada melhor do que comprar sapatos... Mas
Nada repara a falta de bom atendimento em uma loja. Nosso dinheirinho é sempre suado, merecido. Escolher esta, ou aquela loja, deve ser ( por parte da loja) motivo mais do que suficiente pra bem atender-nos. Quem hoje adentra em um estabelecimento comercial para efetuar uma simples troca de mercadoria, é um cliente em potencial. Se bem atendido, poderá ali voltar no dia seguinte para efetuar compras.
A história que escrevi é baseada em um fato real. Sou cliente de uma loja, recusaram-se a trocar algo. Perderam a cliente, porque sou bastante radical quando o assunto é a gentileza, prestatividade da loja.
Nem tudo se compensa comprando sapatos, claro. Mas, sapatos novos são sempre bem-vindos! rsrs
Obrigada pelos comentários!
Beijo
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