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Junho, mês de festas juninas, de copa do mundo de futebol e também vem aí o dia dos namorados.
Bom ter com quem dividir a tigela de pipoca! Gols brasileiros comemorados agarradinhos e, se depender da alta temperatura do afeto, a seleção será hexacampeã.
Santo Antônio não é brasileiro, terá que encarar a comemoração em tons verde e amarelo. E para os enamorados, dá-lhe oração de agradecimento. O santinho demora, mas não falha. Mais que isso, capricha ao máximo ao atender o nosso pedido.
Não conheço nenhuma simpatia pra ajudar o Brasil a ganhar a copa, mas é de fé e esperança que é feita a nossa simpática torcida. Na festa vale quase tudo, mas não vale desistir de encontrar o seu amor.
Para os que já encontraram seu par, que os gols sejam comemorados com muito afeto: beijos, abraços e tudo o mais a que tiverem direito.
Que sejamos vitoriosos, que o dia dos namorados seja celebrado pulando a fogueira da paixão, que este seja um mês especial pra todos nós, que torcemos pelo Brasil e merecemos um final feliz. Pra acompanhar a celebração, a todos um brinde com quentão!
Parei naquela foto em preto-e-branco. Não sei se demorei minutos ou horas, talvez. A garotinha de cabelos lisos e franja. Tentei lembrar daquele momento. Na sala havia uma lareira, estávamos perto do piano. O bebezinho no colo do meu pai era meu irmão do meio. Ao meu lado o meu fiel escudeiro de infância e juventude, o outro irmão. O mais novo ainda não tinha nascido. Fiz as contas, mais de quarenta anos.
Virei a página do álbum de fotografias. Todos os irmãos dentro da piscina. Quem será aquela menina perto de mim? Ah, lembrei, era a vizinha da casa em frente à nossa. O limoeiro aparece nesta foto, debaixo da árvore armávamos a rede. Aquela cachorrinha branca era a Laika, uma vira-latas que adotamos. Vi outra foto, não lembrava daquele vestido, acho que era cor-de-rosa, foi minha mãe quem costurou.
Fechei o álbum e sentei na poltrona. Pude lembrar do aroma do bolo de fubá da nossa cozinheira, uma senhora gorda e grisalha. O calor da cozinha, a mesa grande onde sentava toda a família. Encontrei alguns discos de vinil, LPs. Nossa! Aquela macaca do disco da Difusora, lembram? A Monalisa? Eu tinha 14, 15 anos de idade. Não tenho toca-discos, isso hoje é raridade. Devolvi o disco à prateleira. Sentei no chão e puxei uma caixa de papelão pra perto de mim. Já fui primeira-princesa de alguma festa do colégio. Faixa azul com dizeres prateados: “primeira princesa da primavera”. E lá estavam meus boletins do curso ginasial.
Saí do quarto, sentei no quintal. Olhei as plantas da minha mãe. Sentem tanta saudade daquela jardineira linda de olhos azuis. Algumas partiram ao encontro dela, outras estão sobrevivendo. Comecei a tirar o matinho dos vasos. Quando parei, meus pensamentos estavam entre o céu e a terra: na infância, onde tudo era alegria, onde o medo era do bicho papão.
Foi uma tarde de recordações, eu na casa que foi dos meus pais. Tempo, você voou. Despertei dos pensamentos com um sabiá piando no telhado da edícula. O céu azul, o sol brilhando. Trouxe comigo a saudade e um porta-retratos antigo, nele minha mãe sorrindo. Lembranças, saudade.
Já começaram as propagandas na TV anunciando que vem aí o dia dos namorados. Aos que assistem meio agoniados - afinal nós, os "sem namorado", parecemos ser a maioria - eu digo que enquanto há vida, há esperança. Sobrevivamos à data, portanto.
Namorar é ser um só, a cada beijo e a cada abraço. Quem está "amando" não consegue disfarçar, parece carregar uma plaquinha assim escrito: ESTOU APAIXONADO.
Os enamorados têm o olhar mais brilhante e o sorriso radiante que os denuncia. São capazes de escrever frases belas, ouvir a mesma música diversas vezes, perdem o sono entre deliciosas lembranças e planos, muitos planos fazem os enamorados!
Só conseguem ter sossego quando escutam a voz daquele alguém, quando lêem um e-mail ou mensagem no celular, quando descansam da aflitiva ausência nos braços ternos do adorado par.
Tudo fica melhor, a vida passa mais leve, movidos por sensações químicas, físicas, matemáticas, históricas, geográficas e, claro, há línguas também. Ah o amor... Que inspira poetas, músicos, o mesmo amor que nos agraciou com obras de pintores, escultores.
É para os namorados que existem as nuvens, onde eles pisam em pensamentos, tentando afastar a distância e aplacar a saudade. E as horas – estas parecem avessas à sede infinita dos apaixonados - voam indiferentes quando eles estão agarradinhos, entre carinhos muitos. É pra eles que os passarinhos cantam, o sol nasce e as estrelas são cadentes. Um bem querer que aspira ao final feliz.
Que nesta data, a mais romântica do nosso calendário, a luz seja de velas, a música toque baixinho, o ponteiro das horas caminhe devagarzinho e o melhor presente seja o coração, com um bonito laço de afeto. E, para nós, que estamos ímpares, quem sabe ano que vem a situação mude? Oh Cupido, tenha dó de nós!
Ela estava na rua indo a pé pro trabalho. Dia ensolarado, um calor danado. Tocou o celular, pensou naquele com quem sempre falava no MSN. Falou sozinha: - “Será ele?”. Sentiu uma sensação estranha! Algo do tipo um calafrio, quase um soquinho na altura do estômago. Atendeu, era a empregada pra lembrá-la que precisava comprar pão de forma no supermercado.
Continuou caminhando e com a mesma sensação inexplicável. “Será que estou doente?”. “Devo estar com febre!”. Parou na farmácia e comprou um termômetro. Não, não estava com febre, mas toda vez que pensava nele voltavam os sintomas esquisitos. Lembrou então de quando tinha 12 anos de idade e conheceu um moreninho que se mudou pra casa ao lado da sua. Sentia a mesma coisa quando o via. Lembrou do primeiro beijo que trocou com um colega de escola, a sensação foi igual. Lembrou de um ex- amor quando a pediu em casamento, também sentiu algo parecido.
Foi então que começou a entender que não era doença o que tinha e sim paixão. Aquela coisa inexplicável que desregula os sentidos, tira a concentração de coisas importantes, faz com que alguém adulto volte a ser adolescente.
Resolveu sentar-se no banco da pracinha pra colocar as ideias no lugar. Ficou observando as árvores, os velhinhos jogando gamão, as crianças brincando no playground. Incrédula! Como podia ter ocorrido isso com ela, alguém experiente e pós-graduada em se ferrar nos relacionamentos amorosos? Apaixonada por alguém estranho, que surgiu em uma conversa em um site de relacionamentos! E se ele sumisse? Se ele tivesse um grande amor do qual nunca falou? Se ele resolvesse mudar-se pra Austrália ou pra outro planeta de repente? E se? E se? E se? Pensou em todas as possibilidades fatídicas, um jeito de arrancar de dentro de si aquilo o que já tinha se enraizado em seu coração. Perdeu a noção do tempo, perdeu a hora.
Entrou na igreja e ajoelhou-se em frente à imagem de uma santinha cercada de flores e velas deixadas pelos devotos. Não era lá muito de rezar, mas algo lhe dizia que aquele era um momento digno de oração e pedido de proteção. Atrasada, caminhou arrastando-se até o trabalho.
Passou o dia distraída, calada. Quando chegou em casa não teve ânimo pra ligar o computador, desligou o celular, tirou o som do telefone fixo. Tomou um banho demorado, não jantou, não ligou o televisor. Sob a luz do abajur ficou sentada na sala paralisada e pensando no que o destino havia lhe aprontado. Inconformada! Demorou naquela noite a dormir.
No dia seguinte acordou com a decisão tomada: enterrar o passado, virar a mais triste página de sua existência, aceitar o que estava sentindo de bom, dar-se a chance de amar novamente. Abriu a janela e deixou entrar a brisa da manhã em sua casa e em sua vida. Sem medo de ser feliz.
(Texto de minha autoria, publicado no blog Janela das Loucas).
De todos os sentimentos que um ser pode trazer dentro de si, creio o pior de todos é a inveja. Aquela coisa de querer tomar o que é nosso, de desejar o mal de quem está feliz, de não suportar a felicidade alheia. Infelizmente, isso existe por aí aos montes.
O invejoso costuma não ter a menor competência pra administrar a própria vida. Alguém seco de alma, tem o desejo de arrancar flores do nosso jardim, com atitudes, pensamentos e palavras.
Digno de piedade, mas merecedor de uma boa lição de vida, esse ser nocivo está em toda a parte. Atrás de um computador, em meio à multidão. Pra mim, o invejoso faz parte de um grupo de risco: os psicopatas. Faz o mal deliberadamente, não tem consciência.
Costuma ter inveja do casamento de alguém, da beleza, do sucesso, do namoro, da alegria, da poesia, das flores, das fotos. É capaz de secar pimenteira.
Isso me faz lembrar aquele dizer: quero que meus inimigos sobrevivam pra assistirem à minha vitória. Longa vida aos invejosos!
E quem nunca foi vítima da inveja? Aquela garotinha chata do colégio que tentava roubar os lápis de cor do nosso estojinho, a mocinha que tentou tomar o namorado da gente, a vizinha fuxiqueira. E o invejoso sabe desdenhar melhor do que ninguém. Olha a beleza e coloca defeito. Lê a poesia e chama de ilusão. Descobre um novo relacionamento da gente e a primeira palavra que profere é “cuidado”, isso seguido de um “não vai dar certo”.
Pobre coitado, o invejoso. Seu veneno com sabor de fel, corrói suas entranhas e destrói a própria alma. Enquanto cobiça o bem alheio, deixa de acrescentar vida aos seus dias.
Dizem que a inveja é verde. Fulano ficou verde de inveja. Não sei, a cor eu acho muito bonita. Se tamanha pobreza de alma tem cor, acredito que seja cinza, cor de rato.
Com seu olhar opaco, sorriso amarelo, pensamentos maléficos, nem sempre ele consegue passar incólume. Sempre deixa seu rastro por onde passa, um rastro obscuro e viscoso. Por vezes, anônimo. O invejoso não mostra a sua face, antes do seu rosto chega a sua energia ácida, carecedora de um envelope de sal de frutas, pra combater a azia.
Contra o mau-olhado, dá-lhe reza brava! E que sejamos todos protegidos contra essa gente, incapaz de acreditar em si e olhar a vida com docilidade e ternura.
Um dos sete pecados capitais. E que o Céu nos proteja de todo o mal. Amém!
Sua demora não tirou de nós a virtude de celebrarmos a hora.
Entre cinzas, assim nos encontramos.
Dois corações aos pedaços.
Pra sermos inteiros novamente, eis que o destino finalmente nos apresentou.
O que importa se fomos por alguém lançados fora?
Não fosse assim, não estaríamos aqui, lado a lado, um novo par que se forma.
Que os beijos, embalados pela vitória, sejam a nossa prova.
Teu sabor é de doce afeto.
Teu perfume é inebriante desejo.
Pois que venha a vida e nos toque com seus dias.
Que o amanhã seja a continuidade do que começamos há instantes.
Lado a lado, passo a passo, mais e mais.
Este um poema sem rima e sem cautela, escrito na madrugada.
Penso em você, que pensa em mim agora.
Ela somente conseguiu acreditar que não foi apenas um sonho bom, quando abriu os olhos e lá estava o buquê de flores do campo. Aproximou-se e tocou-as. Guardou com carinho uma pétala que se soltou. Fechou os olhos, lembrou o olhar castanho que brilhou radiante ao admirá-la. O sorriso ao entregar-lhe as flores. Era ele! Há quanto tempo ela o procurava? Desde sempre!
Abriu a janela pra sentir o calor do sol. O céu estava mais azul, a brisa morna tocou seu rosto. Sorriu de satisfação. Escolheu uma flor amarela e colocou nos cabelos. Ligou o rádio, dançou sobre o tapete, rodopiando feito bailarina.
A cada lembrança o coração respondia mais forte: sim! Sim! Sim!
Quando saiu de casa a vontade era de ir saltitando pela rua. Impressionou-se quando percebeu que não estava mais sozinha. O vazio que a acompanhava havia desaparecido. Agora existia uma dupla, um par! Começou então a enumerar quantas coisas lindas estavam por acontecer.
Despertou dos pensamentos a um metro de distância daquele homem. Aquele que entrou em sua vida feito um Anjo e beijou sua alma. O que parecia impossível tornou-se realidade. Nascidos um pro outro, lado-a-lado, em todas as situações. Não estavam mais sós!
O título desta história foi escolhido pela protagonista: “flores de quem sempre esperei”. Pude sentir o perfume das flores invadindo a tela do meu computador. Romantismo e felicidade. Agora eles são dois! Doce o sonho bonito que se torna realidade!
- Toca telefone, toca!
E nada do telefone tocar.
- Oba, chegou mensagem!
Plim informa: “Compre um pacote com 50 torpedos e concorra a uma viagem à África do Sul”.
Como faço pra impedir que essas mensagens cheguem? Não quero ir pra África do Sul, eu só quero que ele telefone pra mim!
Trrrim, trrrrimmm...
- É ele, tem que ser ele!
- É da Santa Casa?
- Não senhor (vontade de responder que é da casa do capeta).
- Desculpe, foi engano.
Olhei mais uma vez pro celular.
- Não vai colaborar, certo? Então eu vou te deixar longe de mim. Aqui, no alto da estante, vai ficar aí de castigo até tocar.
Olhei pra imagem de Santo Antônio. Eu acho que o santo tem ciúme de mim, só pode ser. Quando pedi um namorado resolveu que eu deveria ficar pra ele. Só pra ele.
Ligo ou não ligo? Se eu ligar, ele poderá achar que estou correndo atrás dele. É... Melhor então eu não ligar.
- Tá bom celular, tiro você do castigo, mas te dou meia hora pra ele telefonar pra mim.
Meia hora depois: - Ok, você venceu, celular. Não quer mesmo trabalhar hoje. Então eu vou agora fazer compras no supermercado e vou te deixar aqui. Não virá comigo. Tchau!
Fiz as compras aflita, apressada. Devo ter enlouquecido. Como pude deixar o celular em casa? A fila dos frios estava enorme, a fila do caixa estava imensa. Levei uma hora e meia pra voltar pra casa. Mal abri a porta, deixei as sacolas com as compras no chão do corredor. Peguei o celular. Nada, não tocou, não tinha mensagem de voz e nem mensagem de texto. Que raiva!
Comecei a guardar as compras. Abri o pacote de biscoitos recheados. Peguei um, dois, três. Sentei na sala, liguei a TV. Estava passando algo interessante sobre a civilização egípcia. Depois, fui preparar pipoca no microondas. Assisti a um episódio de Lost.
Troquei o canal e comecei a ver uma partida de tênis. Bolinha pra cá, bolinha pra lá, bolinha pra cá, bolinha pra lá. O tédio era tamanho que adormeci. Quando acordei já estava escuro.
Procurei o celular, não estava debaixo das almofadas, não tinha caído no chão. Peguei o telefone fixo e liguei pro meu número. Tocou. Achei, estava na cozinha. Ali estava assim registrado: duas chamadas perdidas. Pensei: ué, eu liguei pra mim mesma, então que outra chamada foi essa?
Ele! Tinha ligado há vinte minutos. Depressa retornei a ligação. Caixa postal. Uma, duas, dez, mil vezes caixa postal. Deixei recado: - Oi, você ligou pra mim. Estou em casa, me liga de novo, tá?
Não telefonou. Voltamos a conversar alguns dias depois, mas aí já era, eu estava tão zangada que não teve acordo. São os desencontros tecnológicos.
As letras surgiam na tela do computador. Em um bairro distante, lá estava ela, a mulher que sorria nas fotos. Ele tentava decifrar o olhar triste, o sorriso de garota. O dia começava com um "bom dia", enviado no celular, e transcorria com lembranças muitas das conversas on line. Cresceu depressa o interesse, a vontade de encontrá-la. Parecia inexplicável, mas ela já fazia parte de si e dos seus dias. Encheu-se de coragem e revelou seu desejo imenso de conhecê-la pessoalmente.
Eram doces as palavras que chegavam à tela do seu computador. Sem jamais tê-lo visto sequer em fotos, ela já tinha se afeiçoado ao homem com quem conversava diariamente. Quando o escutou ao telefone seu coração deu pulos de contentamento. Era tudo tão natural que não pôde evitar. Encheu-se de alegria e aceitou o convite pro primeiro encontro.
A noite estava fria e a luz era difusa. Ele chegou no horário combinado e ela surgiu ao longe, caminhando lentamente em sua direção. O mesmo sorriso das fotos, ali estava a mulher que o fez sonhar acordado. Parecia estar envolta no brilho das estrelas. Ali estava ela, real!
Ao caminhar em sua direção suas pernas tremiam. Ela respirou fundo, tentando disfarçar a ansiedade imensa que a invadia. Aquele era ele, o autor das mensagens que a fizeram voltar a acreditar em final feliz. Quando chegou a um metro de distância, viu-se refletida na luz dos olhos dele. Ali estava ele, não mais virtual!
De brilho, luzes, estrelas, assim são feitos os encontros. Dois anjos que se despediram da solidão e, de mãos dadas, seguiram um caminho em comum.
Todos estamos acostumados a receber telefonemas por engano. Aquela coisa de: “desculpe, foi engano”. Porém, receber um e-mail por engano, isso não acontece todos os dias. Recebi um hoje.
Vocês sabiam que um cientista encontrou um oásis no meio do deserto? Nesse oásis existem múmias que se parecem alienígenas! Sim, recebi isso. No primeiro momento morri de medo. Em seguida, resolvi olhar direito a mensagem que acompanhava o arquivo. Era pra uma tal de Beth. Como veio parar na minha caixa postal?
Sem saber exatamente o que fazer, respondi algo breve: “creio que você mandou este e-mail pra mim por engano”. Veio, então, uma longa e louca explicação. “Faço parte de um grupo de estudos e se você quiser participar, venha”.
Primeiro eu ri, depois resolvi colocar lenha na fogueira. Os e-mails foram indo e vindo ao longo do dia. Até ele dizer que adoraria ir pro deserto comigo, pra se refrescar naquele oásis e se alimentar de tâmaras.
Eu o adverti: "não me paquere, não estou disponível". Não adiantou. Terminamos brigando via e-mail. Eu ofereci a ele uma passagem só de ida pro deserto, com direito a uma lanterna e uma bússola. Respondeu que eu adoro picuinhas. Creio, ele acertou em cheio. Vocês sabem que picuinha é o meu prato predileto.
Apenas não sei dizer quem ele é. Parece um discípulo de Indiana Jones ou de Raul Seixas, afinal é um maluco-beleza.
Agora os e-mails dele começam a chegar aos montes. Com imagens de discos voadores e o convite pra passarmos nossa lua-de-mel em outra galáxia.
Lembrei do simpático E.T. de Spielberg. Bem que poderia ser um alienígena conversando comigo, já imaginaram Diva Latívia namorando um extra-terrestre?
Todas as vezes que leio alguma notícia sobre o final do casamento-relâmpago de alguém famoso, começo a resmungar. Algo que me faz lembrar a sabedoria da minha avó. Sinal da idade, provavelmente.
Um dia aparece a notícia de que aquela mocinha famosa se casou de véu e grinalda. Mega show o casamento. Luzes, câmera e ação! Semanas, ou poucos meses depois, chega a notícia bombástica: estão separados.
É tão fácil casar, separar. Quem aí assiste novela? Eu não, mas às vezes leio algo sobre o desenrolar do dramalhão. Tem a jovenzinha que se acidentou e está na cadeira de rodas. O pai é um grande comilão, o lobo-mau, traça todas que pode. Traiu a mulher com alguém, outra mocinha bonitinha. Separou-se da mocinha e já pegou algumas outras. Dizem, vai reconciliar-se com a ex-mulher. É a banalização do casamento, a apologia à infidelidade.
Por aqui, terra tupiniquim, traição rima com sonho de felicidade. Tão fácil! Se o bonitão da novela fez, por que o telespectador não poderá fazer também? Se a mocinha bonitinha que interpreta a riquinha fez isso, por que a pobre garota em frente ao televisor não fará também?
A vida imita a ... Arte? Não, novela não é arte. Novela é pastelão televisivo. Eu não assisto novela. Ou melhor, assisti "O Bem Amado" há trocentos anos atrás. Dias Gomes, de saudosa memória!
Voltando ao "casa, separa, casa, separa", acho que, em breve, casamento não vai mais existir. As famílias estão modificadas, muita gente prefere morar junto sem assinar papel. E pra que papel? Vou aqui explicar porque penso diferente de você, talvez.
O papel existe pra formalizar a união. Nada a ver com romantismo, mas com a garantia de direitos. Vai que amanhã um dos dois vai atropelado e, feito a mocinha da novela, fica inválido? Ou pior, se amanhã um dos dois parte desta pra melhor? Até provar que focinho de porco não é tomada, ou melhor, que havia uma união informal do casal, lá se vai um dinheirão com advogado e muito tempo de luta na justiça. E não é só isso não, se resolverem separar-se, a briga é igual ou até pior do que a de quem casou formalmente e vai pedir a separação ou o divórcio.
Pra quem tem horror de assinar um simples papel, com direito à festa e padrinhos, imagine só quantos papéis terá então que assinar essa critura? Vai assinar uma citação judicial, em seguida vai assinar algo diante do juiz lá no fórum, depois vai ter que assinar um cheque pro advogado. E haja assinatura! Dá-lhe burocracia!
Isso de ter horror de casamento é coisa de quem não assume o que está fazendo. A fotografia da atualidade. Ninguém assume mais nada. Se der certo, bom. Se não der certo, tchau.
Se eu sou contra o divórcio e a separação? Absolutamente, há casos em que sou totalmente a favor. Porém, eu sou contrária à “esculhambação” que é casar-se como quem compra um saco de pipocas, como quem faz festinha de aniversário. Essa falta de seriedade e de compromisso atinge diretamente algo que considero sagrado: a família. Pra quem é mais velho e está nesse oba-oba do casamento fast food, acho que isso é meio-caminho pra terminar sozinho (a).
Casamento é uma das coisas mais bonitas que existe, desde que realizado em sã consciência, com os pés no chão e sabendo que as dificuldades serão muitas. Só vingará com uma super dose de tolerância, paciência e muita responsabilidade. Não é pra quem quer fazer experiência e nem pra quem tem medinho de assinar papel. É pra gente madura e que sabe o que está fazendo.
Nada parecido com o final feliz das novelas, o “felizes para sempre” só existe na cabeça oca de alguns. Se a arte (ou o pastelão) imitasse a vida, a mocinha estaria pagando o cartão de crédito, totalmente estourado no rotativo. O mocinho estaria trabalhando feito louco pra pagar as prestações da casa própria. Ninguém teria tempo pra pensar em bobagem e nada disso aconteceria ao redor de um jardim maravilhoso com uma piscina cinematográfica. E a novela não teria audiência nenhuma, certo? É por essas e outras que eu desligo a TV e vou cuidar da vida, isso sim vale a pena.
Esta é a minha opinião, possivelmente diferente da sua. Acredito que hoje as pessoas estão muito mais individualistas, apressadas e infelizes. Tão bom seria acreditar no "para sempre". Aliás, é comum também ouvir que "nada é para sempre". Realmente, assim caminha a humanidade.
Quantas vezes você se encantou com alguém que surgiu na telinha do seu computador? Alguém totalmente desconhecido e que, no primeiro momento, pareceu ser exatamente aquele (a) que você tanto procurava?
Quantas vezes seu coração bateu mais forte, cheio de esperança e alegria ao trocar mensagens, fotos, após marcar o primeiro encontro com alguém encantador (a) e proveniente de um Chat, um site de relacionamentos?
A expectativa é enorme, afinal quem está procurando um par, seja pra ter um relacionamento amoroso ou pra ter novas amizades, experimenta uma satisfação indescritível quando encontra a possibilidade de ter alcançado seu objetivo. Porém, não é sempre que essa pessoa com quem você já saiu algumas vezes e vem preenchendo suas expectativas de “final feliz” é realmente quem demonstra ser.
Talvez, pelo alto grau de ansiedade em conhecer alguém. Talvez, pelo sonho de Cinderela ou Peter Pan, que desde tenra idade nos é transmitido, temos a tendência de tapar o sol com a peneira.
Lobos em pele de cordeiro, assim são os psicopatas. Nem todo psicopata é um assassino em potencial, nada disso. Há diferentes graus de intensidade da psicopatia, de moderada a grave. O companheiro que ignora a dor que causa na companheira, seja física ou moral. Frio, insensível, pode ser um psicopata moderado. O pedófilo, por exemplo, é um psicopata grave. Um psicopata é um ser desprovido de afetividade e, em sua inconsciência, causa estragos imensos em vidas e corações carentes e incautos.
Aquele homem com quem você saiu e, no dia seguinte, sumiu. Ou aquele (a) namorado (a) com quem você se relacionava há alguns meses e, no auge do encantamento, ignorando suas lágrimas e apelos, desistiu de você sem dar a menor explicação. Pense bem, não será ele (a) um (a) frio (a) psicopata?
Esse tipo de mente perigosa e doentia elege pessoas que o acolhem de boa vontade, pessoas boas! Assim, são bem recebidos e manipulam. Conhecemos alguns, se pararmos pra refletir, sempre há aquele ser maquiavélico, totalmente inescrupuloso, maldoso ao extremo.
Duro é quando, terminado um relacionamento, quem sabe depois de meses ou anos, a gente olha pra trás e conclui que estava nas mãos desse tipo de pessoa. São iguais a todo mundo, trabalham, viajam, têm mulher, filhos. Só mesmo convivendo é que, com muita sorte e lucidez, é possível reconhecê-los.
Creio, parte das histórias mal sucedidas ocorre por esse motivo. Há sapos. Os sapos viram príncipes ou não. Mas há os lobos-maus. Esses comem a chapeuzinho, comem a vovozinha, comem os docinhos da cestinha e vão embora palitando os dentes e assobiando pela estrada afora, sem a menor dor na consciência (que simplesmente não têm).
Estou lendo um livro muito interessante: “Mentes Perigosas”, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Recomendo a vocês a leitura e, não custa nada, recomendo também que sempre sejam seletivos e cuidadosos em suas escolhas amorosas.
(Texto de minha autoria, anteriormente publicado no blog Janela das Loucas).
Aqui em casa, sabadão, assistindo pela centésima vez Em Algum Lugar do Passado, pra ver se meu espírito assimila a coisa e encontra quem está perdido no presente e olhando pro passado.
Ouvi um som de mensagem chegando no MSN. Minha sobrinha pra me convidar pra ir à balada, ela e vários amigos. O mais velho com 23 anos. Pensei depressa no trabalhão que teria pra escolher uma roupa menos “careta”, me produzir com um estilo menos “quarentona”. Agradeci, desejei boa diversão. Ela insistiu. – “Tia, vai ser legal, você pode encontrar um tio da sua idade!”. Foi assim que avaliei a segunda possibilidade: ir!
Escolhi um jeans justinho, blusinha branca, sandália de salto altíssimo. Soltei os cabelos, caprichei pra caramba na maquiagem. E lá fomos todos. Jovens parecem bando de passarinhos, são alegres, riem muito, falam alto. Quando chegamos à danceteria calculei que ficaria surda uma semana, lá da esquina ouvia-se o TUM TUM TUM da música eletrônica no último volume. Pobres vizinhos da danceteria!
Há uns vinte anos eu não ia a um lugar assim. Enferrujada, a tia estava ali: na balada! Dancei, bebi cerveja. Estava sentada no meu cantinho distraída quando ouvi:- “quer dançar?”. Olhei bem pra criaturinha, um garoto com uns... 20 anos menos que eu. Tentei não ser formal na resposta, pra não denunciar naquela penumbra o D.N.A. (data de aniversário avançada). Mandei algo assim: – “Ô, legal, valeu, fica pra depois, tá?”. Acho que ele só escutou o “tá”, saiu me puxando pela mão até à pista de dança. Tocava algo estilo “TÁ TUM PÁ BUM”!!!! E luzes piscando me fizeram recordar as discotecas dos anos 70.
Acho que o D.N.A. foi renovado, eu estava me sentindo uma gatinha de 20 anos! Embalada pela cervejinha a mais e pelo gatinho quase recém-nascido, voltei à mesa saltitante e pedi licença pra ir ao banheiro. Nessa fui rápida, porque se eu falasse “toillete” entregava mesmo a minha idade. Quando voltei, pasmem, o garotão sentado na minha mesa com uma gatinha, se atracando aos beijos. Até procurei meus óculos de grau na bolsa pra enxergar melhor quem era quem. Deixei essa de “falsa gatinha” de lado e emendei um: -“ moçada, desculpa a interrupção, mas vão dando licença aí que a tia está cansada e precisa sentar!”.
O resto da noite foi sentada e recusando um ou outro convite de infantes menores de 30 me convidando pra dar uma balançadinha na pista de dança. Finalmente, 3 da matina, a sobrinhada resolveu ir embora. Paramos em uma padoca 24 horas, tomamos café com leite e pão com manteiga na chapa patrocinado pela tia aqui.
Fui dormir morta, meus pés pareciam ter sido atropelados. Dia seguinte, a maior dor de cabeça, ainda surda, recebi o seguinte recado no MSN: “Tia, você é um barato! Semana que vem vamos acampar, quer vir?”. Gente, preciso comprar correndo um livrinho de “sobrevivência na selva”!
(Texto de minha autoria, anteriormente publicado no blog Janela das Loucas).
Costumo fugir de baladas, mas como resistir ao convite dos meus sobrinhos pra sair? Impossível! No último final de semana me chamaram pra uma festa mexicana na casa de um tal de Rodrigo, primo do Caio, que é amigo da Aninha. Legal, pensei. Não sei quem são todos eles!
Perguntei se era aniversário do Rodrigo, pra eu comprar um presentinho. Quase se mataram de rir, não era aniversário, era pra comemorar que os pais do garoto viajaram e, sabem como é, quando os gatos viajam os ratos fazem a festa.
Primeiro, recusei o convite, imaginei o tamanho da deslealdade com os pais do menino. Viajaram! São todos jovens, o que eu, uma tia com mais de quarenta anos, iria fazer ali, quase uma invasora de domicílio alheio? Porém, insistiram e insistiram. Topei ir!
Cobertura em frente ao Parque do Ibirapuera, daquelas que a gente olha e suspira imaginando como seria bom ganhar na Mega Sena acumulada. O som techno alto, mas tão alto que meus miolos começaram a trepidar no hall de entrada do apartamento. Escoltada por duas sobrinhas, entrei na casa do Rodrigo.
Era tanto moleque com menos de 25 anos! Já que prefiro os cinquentões, fiquei no meu canto observando a mobília, os quadros. A moçada deixando copos sobre móveis que devem custar mais do que o meu salário de um ano de trabalho suado. E a festa mexicana, pensei? Ah sim, tinha tequila!
E a turma ria alto, tão alto quanto a música. Era uma hora da manhã quando veio a reclamação do morador do andar de baixo. E eu só pensando: "isso vai dar merda"...
– "Tia, toma tequila!"
Lá pelo enésimo convite pra experimentar a bebida, aceitei. E gostei, bom aquilo!
– "Legal, tia, toma outra!".
Doida, tomei outra e mais uma. Acordei com o sol batendo na minha cara, deitada em um sofá maior e mais confortável que a minha cama. Ao meu lado um cachorro labrador, que sorriu abanando o rabo, e no chão dormindo e babando o tal do Rodrigo. Putz, pensei! E se os donos da casa chegarem bem agora?
Levantei com a cabeça explodindo, a língua colada no céu da boca. Parecia ter comido superbonder. Fui ao banheiro. A maquiagem borrada, totalmente descabelada.
Foi então que me lembrei das minhas sobrinhas! Andei pelo apartamento procurando. Estavam sabe onde? Em casa, tinham ido embora e me deixado ali, bêbada e chumbada. Saí de lá o mais depressa que pude.
Hoje recebi um e-mail da minha sobrinha: - "Tia Diva, o Rodrigo quer que você vá com a gente no churrasco do final de semana. Ele te achou muito gata!". Ai, meus sais, será que sofro de amnésia alcoólica? Não lembro sequer de ter conversado com o garoto. Olha aqui, tequila, eu juro: não te beberei nunca mais!
Um dos meus textos preferidos, uma espécie de sessão nostalgia que deixo aqui pra vocês, meus leitores.
Sentados à mesa, ali estávamos. Ao meu lado o meu amigo querido, meu fiel escudeiro cibernético.
Dessa amizade nasceu Diva Latívia, foi ele quem escolheu o nome com o qual assino meus textos em dois blogs: neste e no Janela das Loucas. Foi o anjo que me ajudou a reencontrar a minha fonte de felicidade: escrever.
Estrelas da mesma constelação, o céu não coube na tela do computador. O olhar desse garoto tem um brilho ensolarado. A sensibilidade que encontrei em letrinhas escritas no MSN estava ali, expressa em gestos, a apenas um metro de distância de mim.
Éramos quatro pessoas à mesa: ele; uma amiga querida em comum; um amigo que ele trouxe pra apoiá-lo na empreitada e eu.
Seis? Sete horas ali sentados sem notar o tempo passar.
Meu webmaster, editor teimoso, louquinho da Janela, sapinho preferido, confidente, parceiro de alguns textos, irmão sem laços de sangue.
Demoramos dois anos pra nos encontrarmos pessoalmente. Porém, parece que sempre estivemos perto um do outro.
A vida nesta existência é muito breve. Feita de encontros e também despedidas. Reconhecer a amizade que nada pede, nada espera, senão a felicidade e o sorriso. Uma flor que desabrocha. Eis aqui a minha história, nela a suave essência que nos ligou: afinidade! Amizade é o amor mais autêntico e refinado de todos. Um amigo a gente escolhe sem esperar nada em troca, senão braços e coração abertos.
Este texto é pra você, Abílio.
Mãe...São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!
Mário Quintana
-Vá pilotar máquina de lavar roupas, dona Maria!
Eu estava atravessando a rua quando escutei isso. Era um motorista, possivelmente acometido de TPM masculina. Tinha sido fechado pela condutora de um desses carrões importados enormes. Ela fez um gesto - que dizem ser obsceno - acelerou e foi embora.
Fiquei na calçada prestando atenção. O sujeito parecia inconformado, disse alguns palavrões, entre eles algo não muito nobre a respeito da mãe da dona Maria. Pensei: quantos homens sabem pilotar máquina de lavar roupas? Nem todos.
Aqui em casa eu tenho uma lavadora que é rebelde e tem personalidade forte. Comprei em uma liquidação, prometia lavar seis quilos de roupas. O gabinete é de plástico, levinha. Silenciosa também, ou melhor, achei que fosse silenciosa.
Estava atarefada, tinha um relatório do trabalho pra terminar. Deixei a máquina funcionando, programei pra deixar as toalhas de banho de molho. No compartimento lateral caprichei na quantidade de amaciante de roupas.
Depois de uma hora, silêncio total na minha casa. Lembrei então das roupas. Fui até à área de serviço e ohhhhhhh! Água pra todo lado. O tanque estava com aquela tampinha que impede a passagem da água. Ao encostar na lavadora sofri um choque elétrico desses dignos de fazer o esqueleto reluzir, igual aos desenhos animados. É sério, fiquei com meus cabelos em pé!
Inconformada, fui até à caixa de luz, desliguei a energia elétrica, olhei bem pra danada da máquina e avisei: nunca mais se atreva a fazer isso comigo! Na próxima eu te jogo pela janela!
Arrumei a bagunça e voltei ao meu trabalho, o tempo todo atenta aos sons da lavadora. Finalizou a operação com sucesso. Quando fui retirar as roupas de dentro da malvada, ela tinha engolido um pedaço de uma tolha de banho. Destroçou a infeliz, sem dó ou piedade. Havia fiapos grudados em todas as outras peças de roupas.
Pacientemente, retirei o conteúdo da máquina e estendi no varal. Falei alguns nomes feios, semelhantes aos que ouviu sobre a pessoa de dona Maria. Quando resolvi puxar a toalha estraçalhada, enganchada no fundo da máquina, escutei um CLÉC, em seguida um CLIC. Quando escutei o CLOC e o CLUC a máquina voltou a encher de água sem a minha permissão. Eu apertava o botão pra desligar, ela não obedecia ao meu comando. Desisti, resignada. No dia seguinte veio o técnico, foi ele quem salvou o que restou da vítima. Virou pano de chão a toalhinha triturada.
Portanto, senhor motorista, pilotar máquina de lavar roupas pode ser muito mais difícil que conduzir um veículo automotor. Dona Maria que o diga!
Acho que Tom e Jerry formaram uma dupla muito mais interessante que Romeu e Julieta. Tirando o falso suicídio da dupla de Shakespeare – que teve resultado trágico – tudo o mais naquela estória foi puro melado com muito açúcar.
Tremendo trapalhão, doce vilão, Tom, o gato, costuma levar a pior. Entre tramas divertidas, o jogo daqueles dois termina quase sempre a favor do ratinho Jerry. Aparentemente frágil, ele é o cérebro e a força. Tom pode parecer um bobalhão, mas é o lado doce e ingênuo. Incauto! Gosto mais do Tom, um felino divino. Aqueles dois se adoram e um não vive sem o outro. Uma dupla sensacional.
Já Romeu... Bem que podia ter se apaixonado por outra donzela, menos cheia de fricotes e muito mais ao seu alcance, foi logo escolher a chata da Julieta!
E o romantismo da Diva, cadê? Claro que também sou romântica, mas inteligência ainda é afrodisíaco e bom-humor, idem.
Tem graça um homem ser óbvio, muito certinho, dizer a frase certa, fazer a cena esperada? Nem sempre. Posso provar isso. Quem me conhece sabe que eu ando na contramão o tempo todo. Adoro desafios.
Acho que tudo tem seu momento certo. De vez em quando prefiro o canto da cotovia e me sinto a própria Julieta, ou seja, a própria mala sem alça. Uma dualidade que só mesmo as mulheres podem dar-se ao luxo de ter.
Paixão lembra queijo na ratoeira. Pega-pega e corre-corre. O risco é perder a cabeça. Ceninhas de ciúme, briguinhas por conta de bobagens, tudo com uma espetacular reconciliação no final de semana. Já falou um escritor: a pessoa certa é a pessoa errada, aquela que te faz perder o juízo.
Ah, mas é bom ter paz. Claro que é bom ter paz, mas paz é estado de alma. Pasmaceira é rotina! Acho bom não confundir uma coisa com a outra.
Acho que meu par ideal tem o jeitinho do Tom, os ombros largos de Romeu, ao pensar em mim trama algum plano estratégico digno de Jerry e é capaz de cometer desatinos, tal e qual fez a Julieta, que por sinal, errou na dose e morreu!
Misturando isso tudo com essências suaves ( esqueçam o suave veneno), eis meu par mais do que perfeito. Só falta desenhar nele olhos muito verdes, um sorriso de garoto e seremos felizes para sempre.
Posso batizar meu delírio romântico de Sonhos de Uma Noite de Outono. E que Shakespeare não puxe meu pé à noite, assim espero.
Aquela a quem amo, de mim faz parte e, como se não conseguisse afastar de mim o tempo remoto, fiquei marcado.
As marcas da vida na alma corroem.
Saudades, prazeres, momento tristes e alegres.
Tudo marca, tudo significa, tudo indica.
Um pouco de ti sempre trago comigo.
Gestos, atos, feitos e desfeitos, palavras amigas.
Sensações sentidas, brigas ressentidas.
Por que não dizer? Prá que esconder?
Olhares, abraços, escaladas conjuntas.
Desaparecem corpos, mas ficam lembranças...E como ficam!
Mulher da minha vida, onde estiver, saiba que um dia nos reencontraremos e, num longo e apaixonado abraço, estaremos unidos outra vez.
( AUTORIA DE QUICKY )
Sou de uma família de são-paulinos, corre em minhas veias o sangue tricolor. Minha avó ouvia os jogos do São Paulo em um radinho de pilha, não perdia um só jogo, portanto trago lembranças divertidas e bonitas dessa torcida familiar.
Pouco entendo de futebol, sei quando é gol, às vezes acho que foi pênalti e não me perguntem jamais a escalação do meu time ou como está a situação dele no campeonato. Fico zangada quando alguém interessante me diz: "hoje não posso sair com você, tem jogo do meu time e vou assistir". Dá até raiva, sinceramente, porque eu também assisto, basta me convidar e prometo não fazer papelão.
Fui duas vezes ao estádio do Morumbi. A primeira vez fui com meu pai, assistimos São Paulo X Palmeiras. Eu tinha uns 12 anos na época. Não lembro o resultado, mas sentamos na numerada, comi cachorro-quente e estava frio. A segunda vez fui ao estádio assistir a um show do Queen em 1980, aí sim foi barra pesada. Chovia sem parar, tinha uns caras sentados atrás de nós na arquibancada fumando algo com um cheiro horrível e que me deixou enjoada. Cheguei em casa zoada e com febre. Enfim, nasci pra ser princesa.
Meu pai sempre me dizia: case-se um dia com quem você quiser, mas ele não poderá jamais ser corinthiano, isso eu não vou aceitar.
E foi exatamente o que eu fiz, casei com um corinthiano. Eles dois ficaram amigos. Em dias de confronto futebolístico eles tentavam superar a rivalidade em campo e torciam de maneira comedida.
Quando meu filho nasceu, o primeiro presente que ganhou foi bola de futebol oficial, chuteira e camisa do São Paulo Futebol Clube. Presentes do meu pai. Preciso dizer o resultado disso? Meu filho também é são-paulino.
Hoje eu estou divorciada. Diriam os corinthianos e são-paulinos que aquilo não poderia mesmo dar certo, mas eu jamais me importei com isso de time de futebol. Eu procurava era o tal do príncipe encantado, era novinha, acreditava em contos de fadas.
Hoje, beirando os 50 anos de idade, já sei que sapos são todos os mortais. Ninguém é perfeito. E quando alguém me diz que torce pro Corinthians minha lembrança viaja uns trinta anos no tempo. Bela torcida, de gente do povo, comuns feito eu. Que importância tem sermos de times adversários? O que vale é a festa!
Pensando bem, ser corinthiano tem seu encanto. Espero encontrar alguém que seja tão fiel a mim quanto aquela torcida é ao time. Tomara!
Este texto é pra quem é alvinegro e pra quem é tricolor. Sim, há mais times, mas isso fica pra outros textos que virão a seguir. Torço pela felicidade, isso não tem bandeira, nem time, só tem mesmo é torcida!
Ela ajeitou outra vez os talheres, endireitou uma taça de vinho mais pra direita. Afastou-se um pouco, observou a mesa bem decorada. Escolheu a música suave, em tom baixinho.
Correu novamente pra diante do espelho, retocou o batom cor-de-rosa, passou os dedos nas mechas dos cabelos e suspirou fundo. Olhou pro relógio, 20h30. Foi até à cozinha, certificou-se de não ter esquecido algum detalhe.
Quando tocou o interfone e o porteiro do prédio avisou que ele havia chegado, o coração deu pulos de alegria. Caminhou até à porta e o recebeu com um sorriso de paixão vitoriosa.
Brindaram com vinho tinto, jantaram à luz de velas. À meia-luz admiraram o brilho do olhar um do outro, faíscas de felicidade iluminavam suas faces. Dançaram bem juntinhos, entre risos e beijos muitos. Da terra foram à lua, rodopiaram entre as estrelas e adormeceram em uma nuvem, abraçados.
Quando amanheceu, o sol raiou sorrindo, tocou a janela desejando-lhes bom dia. A brisa trouxe o aroma de café. Um sabiá cantou pra despertá-los. Abriram os olhos. Não haviam sonhado.
Não se despediram. Ao som de uma valsinha estão juntos até agora.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
31 de mai. de 2010
BEIJOS, QUENTÃO E FUTEBOL
Junho, mês de festas juninas, de copa do mundo de futebol e também vem aí o dia dos namorados.
Bom ter com quem dividir a tigela de pipoca! Gols brasileiros comemorados agarradinhos e, se depender da alta temperatura do afeto, a seleção será hexacampeã.
Santo Antônio não é brasileiro, terá que encarar a comemoração em tons verde e amarelo. E para os enamorados, dá-lhe oração de agradecimento. O santinho demora, mas não falha. Mais que isso, capricha ao máximo ao atender o nosso pedido.
Não conheço nenhuma simpatia pra ajudar o Brasil a ganhar a copa, mas é de fé e esperança que é feita a nossa simpática torcida. Na festa vale quase tudo, mas não vale desistir de encontrar o seu amor.
Para os que já encontraram seu par, que os gols sejam comemorados com muito afeto: beijos, abraços e tudo o mais a que tiverem direito.
Que sejamos vitoriosos, que o dia dos namorados seja celebrado pulando a fogueira da paixão, que este seja um mês especial pra todos nós, que torcemos pelo Brasil e merecemos um final feliz. Pra acompanhar a celebração, a todos um brinde com quentão!
28 de mai. de 2010
MEIO SÉCULO DIANTE DE MIM
Parei naquela foto em preto-e-branco. Não sei se demorei minutos ou horas, talvez. A garotinha de cabelos lisos e franja. Tentei lembrar daquele momento. Na sala havia uma lareira, estávamos perto do piano. O bebezinho no colo do meu pai era meu irmão do meio. Ao meu lado o meu fiel escudeiro de infância e juventude, o outro irmão. O mais novo ainda não tinha nascido. Fiz as contas, mais de quarenta anos.
Virei a página do álbum de fotografias. Todos os irmãos dentro da piscina. Quem será aquela menina perto de mim? Ah, lembrei, era a vizinha da casa em frente à nossa. O limoeiro aparece nesta foto, debaixo da árvore armávamos a rede. Aquela cachorrinha branca era a Laika, uma vira-latas que adotamos. Vi outra foto, não lembrava daquele vestido, acho que era cor-de-rosa, foi minha mãe quem costurou.
Fechei o álbum e sentei na poltrona. Pude lembrar do aroma do bolo de fubá da nossa cozinheira, uma senhora gorda e grisalha. O calor da cozinha, a mesa grande onde sentava toda a família. Encontrei alguns discos de vinil, LPs. Nossa! Aquela macaca do disco da Difusora, lembram? A Monalisa? Eu tinha 14, 15 anos de idade. Não tenho toca-discos, isso hoje é raridade. Devolvi o disco à prateleira. Sentei no chão e puxei uma caixa de papelão pra perto de mim. Já fui primeira-princesa de alguma festa do colégio. Faixa azul com dizeres prateados: “primeira princesa da primavera”. E lá estavam meus boletins do curso ginasial.
Saí do quarto, sentei no quintal. Olhei as plantas da minha mãe. Sentem tanta saudade daquela jardineira linda de olhos azuis. Algumas partiram ao encontro dela, outras estão sobrevivendo. Comecei a tirar o matinho dos vasos. Quando parei, meus pensamentos estavam entre o céu e a terra: na infância, onde tudo era alegria, onde o medo era do bicho papão.
Foi uma tarde de recordações, eu na casa que foi dos meus pais. Tempo, você voou. Despertei dos pensamentos com um sabiá piando no telhado da edícula. O céu azul, o sol brilhando. Trouxe comigo a saudade e um porta-retratos antigo, nele minha mãe sorrindo. Lembranças, saudade.
24 de mai. de 2010
AOS SEM NAMORADO
Já começaram as propagandas na TV anunciando que vem aí o dia dos namorados. Aos que assistem meio agoniados - afinal nós, os "sem namorado", parecemos ser a maioria - eu digo que enquanto há vida, há esperança. Sobrevivamos à data, portanto.
Namorar é ser um só, a cada beijo e a cada abraço. Quem está "amando" não consegue disfarçar, parece carregar uma plaquinha assim escrito: ESTOU APAIXONADO.
Os enamorados têm o olhar mais brilhante e o sorriso radiante que os denuncia. São capazes de escrever frases belas, ouvir a mesma música diversas vezes, perdem o sono entre deliciosas lembranças e planos, muitos planos fazem os enamorados!
Só conseguem ter sossego quando escutam a voz daquele alguém, quando lêem um e-mail ou mensagem no celular, quando descansam da aflitiva ausência nos braços ternos do adorado par.
Tudo fica melhor, a vida passa mais leve, movidos por sensações químicas, físicas, matemáticas, históricas, geográficas e, claro, há línguas também. Ah o amor... Que inspira poetas, músicos, o mesmo amor que nos agraciou com obras de pintores, escultores.
É para os namorados que existem as nuvens, onde eles pisam em pensamentos, tentando afastar a distância e aplacar a saudade. E as horas – estas parecem avessas à sede infinita dos apaixonados - voam indiferentes quando eles estão agarradinhos, entre carinhos muitos. É pra eles que os passarinhos cantam, o sol nasce e as estrelas são cadentes. Um bem querer que aspira ao final feliz.
Que nesta data, a mais romântica do nosso calendário, a luz seja de velas, a música toque baixinho, o ponteiro das horas caminhe devagarzinho e o melhor presente seja o coração, com um bonito laço de afeto. E, para nós, que estamos ímpares, quem sabe ano que vem a situação mude? Oh Cupido, tenha dó de nós!
23 de mai. de 2010
VIRANDO A PÁGINA
Ela estava na rua indo a pé pro trabalho. Dia ensolarado, um calor danado. Tocou o celular, pensou naquele com quem sempre falava no MSN. Falou sozinha: - “Será ele?”. Sentiu uma sensação estranha! Algo do tipo um calafrio, quase um soquinho na altura do estômago. Atendeu, era a empregada pra lembrá-la que precisava comprar pão de forma no supermercado.
Continuou caminhando e com a mesma sensação inexplicável. “Será que estou doente?”. “Devo estar com febre!”. Parou na farmácia e comprou um termômetro. Não, não estava com febre, mas toda vez que pensava nele voltavam os sintomas esquisitos. Lembrou então de quando tinha 12 anos de idade e conheceu um moreninho que se mudou pra casa ao lado da sua. Sentia a mesma coisa quando o via. Lembrou do primeiro beijo que trocou com um colega de escola, a sensação foi igual. Lembrou de um ex- amor quando a pediu em casamento, também sentiu algo parecido.
Foi então que começou a entender que não era doença o que tinha e sim paixão. Aquela coisa inexplicável que desregula os sentidos, tira a concentração de coisas importantes, faz com que alguém adulto volte a ser adolescente.
Resolveu sentar-se no banco da pracinha pra colocar as ideias no lugar. Ficou observando as árvores, os velhinhos jogando gamão, as crianças brincando no playground. Incrédula! Como podia ter ocorrido isso com ela, alguém experiente e pós-graduada em se ferrar nos relacionamentos amorosos? Apaixonada por alguém estranho, que surgiu em uma conversa em um site de relacionamentos! E se ele sumisse? Se ele tivesse um grande amor do qual nunca falou? Se ele resolvesse mudar-se pra Austrália ou pra outro planeta de repente? E se? E se? E se? Pensou em todas as possibilidades fatídicas, um jeito de arrancar de dentro de si aquilo o que já tinha se enraizado em seu coração. Perdeu a noção do tempo, perdeu a hora.
Entrou na igreja e ajoelhou-se em frente à imagem de uma santinha cercada de flores e velas deixadas pelos devotos. Não era lá muito de rezar, mas algo lhe dizia que aquele era um momento digno de oração e pedido de proteção. Atrasada, caminhou arrastando-se até o trabalho.
Passou o dia distraída, calada. Quando chegou em casa não teve ânimo pra ligar o computador, desligou o celular, tirou o som do telefone fixo. Tomou um banho demorado, não jantou, não ligou o televisor. Sob a luz do abajur ficou sentada na sala paralisada e pensando no que o destino havia lhe aprontado. Inconformada! Demorou naquela noite a dormir.
No dia seguinte acordou com a decisão tomada: enterrar o passado, virar a mais triste página de sua existência, aceitar o que estava sentindo de bom, dar-se a chance de amar novamente. Abriu a janela e deixou entrar a brisa da manhã em sua casa e em sua vida. Sem medo de ser feliz.
(Texto de minha autoria, publicado no blog Janela das Loucas).
22 de mai. de 2010
A PECAMINOSA INVEJA
De todos os sentimentos que um ser pode trazer dentro de si, creio o pior de todos é a inveja. Aquela coisa de querer tomar o que é nosso, de desejar o mal de quem está feliz, de não suportar a felicidade alheia. Infelizmente, isso existe por aí aos montes.
O invejoso costuma não ter a menor competência pra administrar a própria vida. Alguém seco de alma, tem o desejo de arrancar flores do nosso jardim, com atitudes, pensamentos e palavras.
Digno de piedade, mas merecedor de uma boa lição de vida, esse ser nocivo está em toda a parte. Atrás de um computador, em meio à multidão. Pra mim, o invejoso faz parte de um grupo de risco: os psicopatas. Faz o mal deliberadamente, não tem consciência.
Costuma ter inveja do casamento de alguém, da beleza, do sucesso, do namoro, da alegria, da poesia, das flores, das fotos. É capaz de secar pimenteira.
Isso me faz lembrar aquele dizer: quero que meus inimigos sobrevivam pra assistirem à minha vitória. Longa vida aos invejosos!
E quem nunca foi vítima da inveja? Aquela garotinha chata do colégio que tentava roubar os lápis de cor do nosso estojinho, a mocinha que tentou tomar o namorado da gente, a vizinha fuxiqueira. E o invejoso sabe desdenhar melhor do que ninguém. Olha a beleza e coloca defeito. Lê a poesia e chama de ilusão. Descobre um novo relacionamento da gente e a primeira palavra que profere é “cuidado”, isso seguido de um “não vai dar certo”.
Pobre coitado, o invejoso. Seu veneno com sabor de fel, corrói suas entranhas e destrói a própria alma. Enquanto cobiça o bem alheio, deixa de acrescentar vida aos seus dias.
Dizem que a inveja é verde. Fulano ficou verde de inveja. Não sei, a cor eu acho muito bonita. Se tamanha pobreza de alma tem cor, acredito que seja cinza, cor de rato.
Com seu olhar opaco, sorriso amarelo, pensamentos maléficos, nem sempre ele consegue passar incólume. Sempre deixa seu rastro por onde passa, um rastro obscuro e viscoso. Por vezes, anônimo. O invejoso não mostra a sua face, antes do seu rosto chega a sua energia ácida, carecedora de um envelope de sal de frutas, pra combater a azia.
Contra o mau-olhado, dá-lhe reza brava! E que sejamos todos protegidos contra essa gente, incapaz de acreditar em si e olhar a vida com docilidade e ternura.
Um dos sete pecados capitais. E que o Céu nos proteja de todo o mal. Amém!
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20 de mai. de 2010
VERSOS MEUS
Sua demora não tirou de nós a virtude de celebrarmos a hora.
Entre cinzas, assim nos encontramos.
Dois corações aos pedaços.
Pra sermos inteiros novamente, eis que o destino finalmente nos apresentou.
O que importa se fomos por alguém lançados fora?
Não fosse assim, não estaríamos aqui, lado a lado, um novo par que se forma.
Que os beijos, embalados pela vitória, sejam a nossa prova.
Teu sabor é de doce afeto.
Teu perfume é inebriante desejo.
Pois que venha a vida e nos toque com seus dias.
Que o amanhã seja a continuidade do que começamos há instantes.
Lado a lado, passo a passo, mais e mais.
Este um poema sem rima e sem cautela, escrito na madrugada.
Penso em você, que pensa em mim agora.
18 de mai. de 2010
FLORES DE QUEM SEMPRE ESPEREI
Ela somente conseguiu acreditar que não foi apenas um sonho bom, quando abriu os olhos e lá estava o buquê de flores do campo. Aproximou-se e tocou-as. Guardou com carinho uma pétala que se soltou. Fechou os olhos, lembrou o olhar castanho que brilhou radiante ao admirá-la. O sorriso ao entregar-lhe as flores. Era ele! Há quanto tempo ela o procurava? Desde sempre!
Abriu a janela pra sentir o calor do sol. O céu estava mais azul, a brisa morna tocou seu rosto. Sorriu de satisfação. Escolheu uma flor amarela e colocou nos cabelos. Ligou o rádio, dançou sobre o tapete, rodopiando feito bailarina.
A cada lembrança o coração respondia mais forte: sim! Sim! Sim!
Quando saiu de casa a vontade era de ir saltitando pela rua. Impressionou-se quando percebeu que não estava mais sozinha. O vazio que a acompanhava havia desaparecido. Agora existia uma dupla, um par! Começou então a enumerar quantas coisas lindas estavam por acontecer.
Despertou dos pensamentos a um metro de distância daquele homem. Aquele que entrou em sua vida feito um Anjo e beijou sua alma. O que parecia impossível tornou-se realidade. Nascidos um pro outro, lado-a-lado, em todas as situações. Não estavam mais sós!
O título desta história foi escolhido pela protagonista: “flores de quem sempre esperei”. Pude sentir o perfume das flores invadindo a tela do meu computador. Romantismo e felicidade. Agora eles são dois! Doce o sonho bonito que se torna realidade!
17 de mai. de 2010
PAIXÃO
Meu passatempo favorito é consultar o Dr. Google e pesquisar assuntos ligados aos relacionamentos. Digitei lá: “amor à primeira vista”. Surgiram aproximadamente 460.000 resultados. Comecei a ler. Poesias, músicas, relatos e reportagens. Parei em algo muito interessante: paixão causa a alteração dos níveis hormonais. A testosterona aumenta nas mulheres e diminui nos homens. Não é à toa que a mulherada fica mais ousada e os homens se derretem. Eis a explicação!
Assisti a um vídeo sobre o monumento erguido ao amor: Taj Mahal, na Índia. Pra quem não sabe, um príncipe mandou construir o templo pra sua esposa falecida. Belíssimo!
Segui adiante na leitura de artigos sobre o amor. Nada contra qualquer profissão que comece com a palavra “psico”, porém tanto teorizam os sentimentos que lá estava: friozinho na barriga, mãos geladas, trata-se de “ansiedade sentimental”. Pensei: esse quis ser mais esperto que o cupido, tentou explicar aquilo o que somente os poetas explicaram.
Deixei pra lá e encontrei outra coisa interessante. Andaram cronometrando quanto tempo dura a paixão. Diz ali que entre 18 e 30 meses. E depois? Ah, depois vem a vara de família. Ou então, com sorte e boa vontade de ambas as partes, a paixão terá conduzido a dupla a algo grandioso: o amor! Diz também o artigo que, pra que o relacionamento não morra na praia, é preciso que o casal reconheça as próprias carências, supere aquela coisa de idealizar o parceiro, enxergar nele ou nela somente aquilo o que gostaria de ver. Ou vê o que é, aceita o que viu, ou vai tudo por água abaixo. Enxergar e amar requer admitir que você não é perfeito e seu alvo amado também não é. Uma ajuda mútua pra melhorar o que há em si.
Portanto, não existe amor à primeira vista. O que existe é paixão à primeira vista. E tem coisa melhor? Que delícia ter os hormônios alterados assim! Acho que tem gente que fica viciada em paixão, quando os hormônios voltam ao normal parte logo pra outro alguém. Esses jamais aprofundam um relacionamento.
Li sobre o ciúme, a possessividade, os crimes passionais. Quanta gente amargurada pedindo ajuda! Há sites destinados a aconselhamento sentimental. Coisas do tipo: meu namorado me deixou, estou desesperada, me ajude!
Concluí o seguinte: o que vale mesmo é aproveitar o momento e viver a paixão com alegria. Aproveitar! Vai passar? Claro que vai, mas poderá se transformar em um relacionamento feliz, com muita cumplicidade, descobertas e auxílio mútuo. E quem garante que o casal não irá se reapaixonar várias vezes?
Terminei a pesquisa lendo uma poesia de Florbela Espanca, Fanatismo. Há a música cantada por Fagner, deixei aqui pra você que leu meu texto. Apaixone-se, estar com a testosterona acima ou abaixo do nível normal tem sabor de VIDA!
Assisti a um vídeo sobre o monumento erguido ao amor: Taj Mahal, na Índia. Pra quem não sabe, um príncipe mandou construir o templo pra sua esposa falecida. Belíssimo!
Segui adiante na leitura de artigos sobre o amor. Nada contra qualquer profissão que comece com a palavra “psico”, porém tanto teorizam os sentimentos que lá estava: friozinho na barriga, mãos geladas, trata-se de “ansiedade sentimental”. Pensei: esse quis ser mais esperto que o cupido, tentou explicar aquilo o que somente os poetas explicaram.
Deixei pra lá e encontrei outra coisa interessante. Andaram cronometrando quanto tempo dura a paixão. Diz ali que entre 18 e 30 meses. E depois? Ah, depois vem a vara de família. Ou então, com sorte e boa vontade de ambas as partes, a paixão terá conduzido a dupla a algo grandioso: o amor! Diz também o artigo que, pra que o relacionamento não morra na praia, é preciso que o casal reconheça as próprias carências, supere aquela coisa de idealizar o parceiro, enxergar nele ou nela somente aquilo o que gostaria de ver. Ou vê o que é, aceita o que viu, ou vai tudo por água abaixo. Enxergar e amar requer admitir que você não é perfeito e seu alvo amado também não é. Uma ajuda mútua pra melhorar o que há em si.
Portanto, não existe amor à primeira vista. O que existe é paixão à primeira vista. E tem coisa melhor? Que delícia ter os hormônios alterados assim! Acho que tem gente que fica viciada em paixão, quando os hormônios voltam ao normal parte logo pra outro alguém. Esses jamais aprofundam um relacionamento.
Li sobre o ciúme, a possessividade, os crimes passionais. Quanta gente amargurada pedindo ajuda! Há sites destinados a aconselhamento sentimental. Coisas do tipo: meu namorado me deixou, estou desesperada, me ajude!
Concluí o seguinte: o que vale mesmo é aproveitar o momento e viver a paixão com alegria. Aproveitar! Vai passar? Claro que vai, mas poderá se transformar em um relacionamento feliz, com muita cumplicidade, descobertas e auxílio mútuo. E quem garante que o casal não irá se reapaixonar várias vezes?
Terminei a pesquisa lendo uma poesia de Florbela Espanca, Fanatismo. Há a música cantada por Fagner, deixei aqui pra você que leu meu texto. Apaixone-se, estar com a testosterona acima ou abaixo do nível normal tem sabor de VIDA!
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relacionamento
LIGO OU NÃO LIGO?
- Toca telefone, toca!
E nada do telefone tocar.
- Oba, chegou mensagem!
Plim informa: “Compre um pacote com 50 torpedos e concorra a uma viagem à África do Sul”.
Como faço pra impedir que essas mensagens cheguem? Não quero ir pra África do Sul, eu só quero que ele telefone pra mim!
Trrrim, trrrrimmm...
- É ele, tem que ser ele!
- É da Santa Casa?
- Não senhor (vontade de responder que é da casa do capeta).
- Desculpe, foi engano.
Olhei mais uma vez pro celular.
- Não vai colaborar, certo? Então eu vou te deixar longe de mim. Aqui, no alto da estante, vai ficar aí de castigo até tocar.
Olhei pra imagem de Santo Antônio. Eu acho que o santo tem ciúme de mim, só pode ser. Quando pedi um namorado resolveu que eu deveria ficar pra ele. Só pra ele.
Ligo ou não ligo? Se eu ligar, ele poderá achar que estou correndo atrás dele. É... Melhor então eu não ligar.
- Tá bom celular, tiro você do castigo, mas te dou meia hora pra ele telefonar pra mim.
Meia hora depois: - Ok, você venceu, celular. Não quer mesmo trabalhar hoje. Então eu vou agora fazer compras no supermercado e vou te deixar aqui. Não virá comigo. Tchau!
Fiz as compras aflita, apressada. Devo ter enlouquecido. Como pude deixar o celular em casa? A fila dos frios estava enorme, a fila do caixa estava imensa. Levei uma hora e meia pra voltar pra casa. Mal abri a porta, deixei as sacolas com as compras no chão do corredor. Peguei o celular. Nada, não tocou, não tinha mensagem de voz e nem mensagem de texto. Que raiva!
Comecei a guardar as compras. Abri o pacote de biscoitos recheados. Peguei um, dois, três. Sentei na sala, liguei a TV. Estava passando algo interessante sobre a civilização egípcia. Depois, fui preparar pipoca no microondas. Assisti a um episódio de Lost.
Troquei o canal e comecei a ver uma partida de tênis. Bolinha pra cá, bolinha pra lá, bolinha pra cá, bolinha pra lá. O tédio era tamanho que adormeci. Quando acordei já estava escuro.
Procurei o celular, não estava debaixo das almofadas, não tinha caído no chão. Peguei o telefone fixo e liguei pro meu número. Tocou. Achei, estava na cozinha. Ali estava assim registrado: duas chamadas perdidas. Pensei: ué, eu liguei pra mim mesma, então que outra chamada foi essa?
Ele! Tinha ligado há vinte minutos. Depressa retornei a ligação. Caixa postal. Uma, duas, dez, mil vezes caixa postal. Deixei recado: - Oi, você ligou pra mim. Estou em casa, me liga de novo, tá?
Não telefonou. Voltamos a conversar alguns dias depois, mas aí já era, eu estava tão zangada que não teve acordo. São os desencontros tecnológicos.
15 de mai. de 2010
ANJO REAL
As letras surgiam na tela do computador. Em um bairro distante, lá estava ela, a mulher que sorria nas fotos. Ele tentava decifrar o olhar triste, o sorriso de garota. O dia começava com um "bom dia", enviado no celular, e transcorria com lembranças muitas das conversas on line. Cresceu depressa o interesse, a vontade de encontrá-la. Parecia inexplicável, mas ela já fazia parte de si e dos seus dias. Encheu-se de coragem e revelou seu desejo imenso de conhecê-la pessoalmente.
Eram doces as palavras que chegavam à tela do seu computador. Sem jamais tê-lo visto sequer em fotos, ela já tinha se afeiçoado ao homem com quem conversava diariamente. Quando o escutou ao telefone seu coração deu pulos de contentamento. Era tudo tão natural que não pôde evitar. Encheu-se de alegria e aceitou o convite pro primeiro encontro.
A noite estava fria e a luz era difusa. Ele chegou no horário combinado e ela surgiu ao longe, caminhando lentamente em sua direção. O mesmo sorriso das fotos, ali estava a mulher que o fez sonhar acordado. Parecia estar envolta no brilho das estrelas. Ali estava ela, real!
Ao caminhar em sua direção suas pernas tremiam. Ela respirou fundo, tentando disfarçar a ansiedade imensa que a invadia. Aquele era ele, o autor das mensagens que a fizeram voltar a acreditar em final feliz. Quando chegou a um metro de distância, viu-se refletida na luz dos olhos dele. Ali estava ele, não mais virtual!
De brilho, luzes, estrelas, assim são feitos os encontros. Dois anjos que se despediram da solidão e, de mãos dadas, seguiram um caminho em comum.
12 de mai. de 2010
UM BREVE ROMANCE ALIENÍGENA
Todos estamos acostumados a receber telefonemas por engano. Aquela coisa de: “desculpe, foi engano”. Porém, receber um e-mail por engano, isso não acontece todos os dias. Recebi um hoje.
Vocês sabiam que um cientista encontrou um oásis no meio do deserto? Nesse oásis existem múmias que se parecem alienígenas! Sim, recebi isso. No primeiro momento morri de medo. Em seguida, resolvi olhar direito a mensagem que acompanhava o arquivo. Era pra uma tal de Beth. Como veio parar na minha caixa postal?
Sem saber exatamente o que fazer, respondi algo breve: “creio que você mandou este e-mail pra mim por engano”. Veio, então, uma longa e louca explicação. “Faço parte de um grupo de estudos e se você quiser participar, venha”.
Primeiro eu ri, depois resolvi colocar lenha na fogueira. Os e-mails foram indo e vindo ao longo do dia. Até ele dizer que adoraria ir pro deserto comigo, pra se refrescar naquele oásis e se alimentar de tâmaras.
Eu o adverti: "não me paquere, não estou disponível". Não adiantou. Terminamos brigando via e-mail. Eu ofereci a ele uma passagem só de ida pro deserto, com direito a uma lanterna e uma bússola. Respondeu que eu adoro picuinhas. Creio, ele acertou em cheio. Vocês sabem que picuinha é o meu prato predileto.
Apenas não sei dizer quem ele é. Parece um discípulo de Indiana Jones ou de Raul Seixas, afinal é um maluco-beleza.
Agora os e-mails dele começam a chegar aos montes. Com imagens de discos voadores e o convite pra passarmos nossa lua-de-mel em outra galáxia.
Lembrei do simpático E.T. de Spielberg. Bem que poderia ser um alienígena conversando comigo, já imaginaram Diva Latívia namorando um extra-terrestre?
11 de mai. de 2010
CASA, SEPARA, CASA, SEPARA!
Todas as vezes que leio alguma notícia sobre o final do casamento-relâmpago de alguém famoso, começo a resmungar. Algo que me faz lembrar a sabedoria da minha avó. Sinal da idade, provavelmente.
Um dia aparece a notícia de que aquela mocinha famosa se casou de véu e grinalda. Mega show o casamento. Luzes, câmera e ação! Semanas, ou poucos meses depois, chega a notícia bombástica: estão separados.
É tão fácil casar, separar. Quem aí assiste novela? Eu não, mas às vezes leio algo sobre o desenrolar do dramalhão. Tem a jovenzinha que se acidentou e está na cadeira de rodas. O pai é um grande comilão, o lobo-mau, traça todas que pode. Traiu a mulher com alguém, outra mocinha bonitinha. Separou-se da mocinha e já pegou algumas outras. Dizem, vai reconciliar-se com a ex-mulher. É a banalização do casamento, a apologia à infidelidade.
Por aqui, terra tupiniquim, traição rima com sonho de felicidade. Tão fácil! Se o bonitão da novela fez, por que o telespectador não poderá fazer também? Se a mocinha bonitinha que interpreta a riquinha fez isso, por que a pobre garota em frente ao televisor não fará também?
A vida imita a ... Arte? Não, novela não é arte. Novela é pastelão televisivo. Eu não assisto novela. Ou melhor, assisti "O Bem Amado" há trocentos anos atrás. Dias Gomes, de saudosa memória!
Voltando ao "casa, separa, casa, separa", acho que, em breve, casamento não vai mais existir. As famílias estão modificadas, muita gente prefere morar junto sem assinar papel. E pra que papel? Vou aqui explicar porque penso diferente de você, talvez.
O papel existe pra formalizar a união. Nada a ver com romantismo, mas com a garantia de direitos. Vai que amanhã um dos dois vai atropelado e, feito a mocinha da novela, fica inválido? Ou pior, se amanhã um dos dois parte desta pra melhor? Até provar que focinho de porco não é tomada, ou melhor, que havia uma união informal do casal, lá se vai um dinheirão com advogado e muito tempo de luta na justiça. E não é só isso não, se resolverem separar-se, a briga é igual ou até pior do que a de quem casou formalmente e vai pedir a separação ou o divórcio.
Pra quem tem horror de assinar um simples papel, com direito à festa e padrinhos, imagine só quantos papéis terá então que assinar essa critura? Vai assinar uma citação judicial, em seguida vai assinar algo diante do juiz lá no fórum, depois vai ter que assinar um cheque pro advogado. E haja assinatura! Dá-lhe burocracia!
Isso de ter horror de casamento é coisa de quem não assume o que está fazendo. A fotografia da atualidade. Ninguém assume mais nada. Se der certo, bom. Se não der certo, tchau.
Se eu sou contra o divórcio e a separação? Absolutamente, há casos em que sou totalmente a favor. Porém, eu sou contrária à “esculhambação” que é casar-se como quem compra um saco de pipocas, como quem faz festinha de aniversário. Essa falta de seriedade e de compromisso atinge diretamente algo que considero sagrado: a família. Pra quem é mais velho e está nesse oba-oba do casamento fast food, acho que isso é meio-caminho pra terminar sozinho (a).
Casamento é uma das coisas mais bonitas que existe, desde que realizado em sã consciência, com os pés no chão e sabendo que as dificuldades serão muitas. Só vingará com uma super dose de tolerância, paciência e muita responsabilidade. Não é pra quem quer fazer experiência e nem pra quem tem medinho de assinar papel. É pra gente madura e que sabe o que está fazendo.
Nada parecido com o final feliz das novelas, o “felizes para sempre” só existe na cabeça oca de alguns. Se a arte (ou o pastelão) imitasse a vida, a mocinha estaria pagando o cartão de crédito, totalmente estourado no rotativo. O mocinho estaria trabalhando feito louco pra pagar as prestações da casa própria. Ninguém teria tempo pra pensar em bobagem e nada disso aconteceria ao redor de um jardim maravilhoso com uma piscina cinematográfica. E a novela não teria audiência nenhuma, certo? É por essas e outras que eu desligo a TV e vou cuidar da vida, isso sim vale a pena.
Esta é a minha opinião, possivelmente diferente da sua. Acredito que hoje as pessoas estão muito mais individualistas, apressadas e infelizes. Tão bom seria acreditar no "para sempre". Aliás, é comum também ouvir que "nada é para sempre". Realmente, assim caminha a humanidade.
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10 de mai. de 2010
MENTES PERIGOSAS
Quantas vezes você se encantou com alguém que surgiu na telinha do seu computador? Alguém totalmente desconhecido e que, no primeiro momento, pareceu ser exatamente aquele (a) que você tanto procurava?
Quantas vezes seu coração bateu mais forte, cheio de esperança e alegria ao trocar mensagens, fotos, após marcar o primeiro encontro com alguém encantador (a) e proveniente de um Chat, um site de relacionamentos?
A expectativa é enorme, afinal quem está procurando um par, seja pra ter um relacionamento amoroso ou pra ter novas amizades, experimenta uma satisfação indescritível quando encontra a possibilidade de ter alcançado seu objetivo. Porém, não é sempre que essa pessoa com quem você já saiu algumas vezes e vem preenchendo suas expectativas de “final feliz” é realmente quem demonstra ser.
Talvez, pelo alto grau de ansiedade em conhecer alguém. Talvez, pelo sonho de Cinderela ou Peter Pan, que desde tenra idade nos é transmitido, temos a tendência de tapar o sol com a peneira.
Lobos em pele de cordeiro, assim são os psicopatas. Nem todo psicopata é um assassino em potencial, nada disso. Há diferentes graus de intensidade da psicopatia, de moderada a grave. O companheiro que ignora a dor que causa na companheira, seja física ou moral. Frio, insensível, pode ser um psicopata moderado. O pedófilo, por exemplo, é um psicopata grave. Um psicopata é um ser desprovido de afetividade e, em sua inconsciência, causa estragos imensos em vidas e corações carentes e incautos.
Aquele homem com quem você saiu e, no dia seguinte, sumiu. Ou aquele (a) namorado (a) com quem você se relacionava há alguns meses e, no auge do encantamento, ignorando suas lágrimas e apelos, desistiu de você sem dar a menor explicação. Pense bem, não será ele (a) um (a) frio (a) psicopata?
Esse tipo de mente perigosa e doentia elege pessoas que o acolhem de boa vontade, pessoas boas! Assim, são bem recebidos e manipulam. Conhecemos alguns, se pararmos pra refletir, sempre há aquele ser maquiavélico, totalmente inescrupuloso, maldoso ao extremo.
Duro é quando, terminado um relacionamento, quem sabe depois de meses ou anos, a gente olha pra trás e conclui que estava nas mãos desse tipo de pessoa. São iguais a todo mundo, trabalham, viajam, têm mulher, filhos. Só mesmo convivendo é que, com muita sorte e lucidez, é possível reconhecê-los.
Creio, parte das histórias mal sucedidas ocorre por esse motivo. Há sapos. Os sapos viram príncipes ou não. Mas há os lobos-maus. Esses comem a chapeuzinho, comem a vovozinha, comem os docinhos da cestinha e vão embora palitando os dentes e assobiando pela estrada afora, sem a menor dor na consciência (que simplesmente não têm).
Estou lendo um livro muito interessante: “Mentes Perigosas”, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. Recomendo a vocês a leitura e, não custa nada, recomendo também que sempre sejam seletivos e cuidadosos em suas escolhas amorosas.
(Texto de minha autoria, anteriormente publicado no blog Janela das Loucas).
9 de mai. de 2010
TIA NA BALADA - parte 1
Aqui em casa, sabadão, assistindo pela centésima vez Em Algum Lugar do Passado, pra ver se meu espírito assimila a coisa e encontra quem está perdido no presente e olhando pro passado.
Ouvi um som de mensagem chegando no MSN. Minha sobrinha pra me convidar pra ir à balada, ela e vários amigos. O mais velho com 23 anos. Pensei depressa no trabalhão que teria pra escolher uma roupa menos “careta”, me produzir com um estilo menos “quarentona”. Agradeci, desejei boa diversão. Ela insistiu. – “Tia, vai ser legal, você pode encontrar um tio da sua idade!”. Foi assim que avaliei a segunda possibilidade: ir!
Escolhi um jeans justinho, blusinha branca, sandália de salto altíssimo. Soltei os cabelos, caprichei pra caramba na maquiagem. E lá fomos todos. Jovens parecem bando de passarinhos, são alegres, riem muito, falam alto. Quando chegamos à danceteria calculei que ficaria surda uma semana, lá da esquina ouvia-se o TUM TUM TUM da música eletrônica no último volume. Pobres vizinhos da danceteria!
Há uns vinte anos eu não ia a um lugar assim. Enferrujada, a tia estava ali: na balada! Dancei, bebi cerveja. Estava sentada no meu cantinho distraída quando ouvi:- “quer dançar?”. Olhei bem pra criaturinha, um garoto com uns... 20 anos menos que eu. Tentei não ser formal na resposta, pra não denunciar naquela penumbra o D.N.A. (data de aniversário avançada). Mandei algo assim: – “Ô, legal, valeu, fica pra depois, tá?”. Acho que ele só escutou o “tá”, saiu me puxando pela mão até à pista de dança. Tocava algo estilo “TÁ TUM PÁ BUM”!!!! E luzes piscando me fizeram recordar as discotecas dos anos 70.
Acho que o D.N.A. foi renovado, eu estava me sentindo uma gatinha de 20 anos! Embalada pela cervejinha a mais e pelo gatinho quase recém-nascido, voltei à mesa saltitante e pedi licença pra ir ao banheiro. Nessa fui rápida, porque se eu falasse “toillete” entregava mesmo a minha idade. Quando voltei, pasmem, o garotão sentado na minha mesa com uma gatinha, se atracando aos beijos. Até procurei meus óculos de grau na bolsa pra enxergar melhor quem era quem. Deixei essa de “falsa gatinha” de lado e emendei um: -“ moçada, desculpa a interrupção, mas vão dando licença aí que a tia está cansada e precisa sentar!”.
O resto da noite foi sentada e recusando um ou outro convite de infantes menores de 30 me convidando pra dar uma balançadinha na pista de dança. Finalmente, 3 da matina, a sobrinhada resolveu ir embora. Paramos em uma padoca 24 horas, tomamos café com leite e pão com manteiga na chapa patrocinado pela tia aqui.
Fui dormir morta, meus pés pareciam ter sido atropelados. Dia seguinte, a maior dor de cabeça, ainda surda, recebi o seguinte recado no MSN: “Tia, você é um barato! Semana que vem vamos acampar, quer vir?”. Gente, preciso comprar correndo um livrinho de “sobrevivência na selva”!
(Texto de minha autoria, anteriormente publicado no blog Janela das Loucas).
TIA NA BALADA - parte 2
Costumo fugir de baladas, mas como resistir ao convite dos meus sobrinhos pra sair? Impossível! No último final de semana me chamaram pra uma festa mexicana na casa de um tal de Rodrigo, primo do Caio, que é amigo da Aninha. Legal, pensei. Não sei quem são todos eles!
Perguntei se era aniversário do Rodrigo, pra eu comprar um presentinho. Quase se mataram de rir, não era aniversário, era pra comemorar que os pais do garoto viajaram e, sabem como é, quando os gatos viajam os ratos fazem a festa.
Primeiro, recusei o convite, imaginei o tamanho da deslealdade com os pais do menino. Viajaram! São todos jovens, o que eu, uma tia com mais de quarenta anos, iria fazer ali, quase uma invasora de domicílio alheio? Porém, insistiram e insistiram. Topei ir!
Cobertura em frente ao Parque do Ibirapuera, daquelas que a gente olha e suspira imaginando como seria bom ganhar na Mega Sena acumulada. O som techno alto, mas tão alto que meus miolos começaram a trepidar no hall de entrada do apartamento. Escoltada por duas sobrinhas, entrei na casa do Rodrigo.
Era tanto moleque com menos de 25 anos! Já que prefiro os cinquentões, fiquei no meu canto observando a mobília, os quadros. A moçada deixando copos sobre móveis que devem custar mais do que o meu salário de um ano de trabalho suado. E a festa mexicana, pensei? Ah sim, tinha tequila!
E a turma ria alto, tão alto quanto a música. Era uma hora da manhã quando veio a reclamação do morador do andar de baixo. E eu só pensando: "isso vai dar merda"...
– "Tia, toma tequila!"
Lá pelo enésimo convite pra experimentar a bebida, aceitei. E gostei, bom aquilo!
– "Legal, tia, toma outra!".
Doida, tomei outra e mais uma. Acordei com o sol batendo na minha cara, deitada em um sofá maior e mais confortável que a minha cama. Ao meu lado um cachorro labrador, que sorriu abanando o rabo, e no chão dormindo e babando o tal do Rodrigo. Putz, pensei! E se os donos da casa chegarem bem agora?
Levantei com a cabeça explodindo, a língua colada no céu da boca. Parecia ter comido superbonder. Fui ao banheiro. A maquiagem borrada, totalmente descabelada.
Foi então que me lembrei das minhas sobrinhas! Andei pelo apartamento procurando. Estavam sabe onde? Em casa, tinham ido embora e me deixado ali, bêbada e chumbada. Saí de lá o mais depressa que pude.
Hoje recebi um e-mail da minha sobrinha: - "Tia Diva, o Rodrigo quer que você vá com a gente no churrasco do final de semana. Ele te achou muito gata!". Ai, meus sais, será que sofro de amnésia alcoólica? Não lembro sequer de ter conversado com o garoto. Olha aqui, tequila, eu juro: não te beberei nunca mais!
Um dos meus textos preferidos, uma espécie de sessão nostalgia que deixo aqui pra vocês, meus leitores.
8 de mai. de 2010
AMIZADE SINCERA
Sentados à mesa, ali estávamos. Ao meu lado o meu amigo querido, meu fiel escudeiro cibernético.
Dessa amizade nasceu Diva Latívia, foi ele quem escolheu o nome com o qual assino meus textos em dois blogs: neste e no Janela das Loucas. Foi o anjo que me ajudou a reencontrar a minha fonte de felicidade: escrever.
Estrelas da mesma constelação, o céu não coube na tela do computador. O olhar desse garoto tem um brilho ensolarado. A sensibilidade que encontrei em letrinhas escritas no MSN estava ali, expressa em gestos, a apenas um metro de distância de mim.
Éramos quatro pessoas à mesa: ele; uma amiga querida em comum; um amigo que ele trouxe pra apoiá-lo na empreitada e eu.
Seis? Sete horas ali sentados sem notar o tempo passar.
Meu webmaster, editor teimoso, louquinho da Janela, sapinho preferido, confidente, parceiro de alguns textos, irmão sem laços de sangue.
Demoramos dois anos pra nos encontrarmos pessoalmente. Porém, parece que sempre estivemos perto um do outro.
A vida nesta existência é muito breve. Feita de encontros e também despedidas. Reconhecer a amizade que nada pede, nada espera, senão a felicidade e o sorriso. Uma flor que desabrocha. Eis aqui a minha história, nela a suave essência que nos ligou: afinidade! Amizade é o amor mais autêntico e refinado de todos. Um amigo a gente escolhe sem esperar nada em troca, senão braços e coração abertos.
Este texto é pra você, Abílio.
7 de mai. de 2010
DIA DAS MÃES
Todos os anos, no Dia das Mães, eu comprava um presentinho pra ela, a minha Mami. Almoçávamos juntas, passávamos o dia todo sentadas lado a lado conversando.
Há um ano, nessa data, já sabíamos que, provavelmente, aquele seria o último Dia das Mães que comemoraríamos pertinho uma da outra. Os sinais de uma doença grave eram evidentes, os médicos não mais davam esperança.
Resolvi preparar um almoço especial, pedi que ela escolhesse um prato. Escolheu um peixe que preparei no forno. Fiz, mas eu sei que foi temperado com lágrimas que, às escondidas, escapavam dos meus olhos.
Mami foi embora pro Céu em novembro de 2009, há cinco meses.
O único pedido que me fez foi pra eu viver e celebrar a vida todos os dias.
Quando a saudade bate forte eu abro as gavetas dela, pego caixinhas com miudezas, remexo suas cestinhas com linhas, lãs e botões coloridos.
Outro dia resolvi experimentar os óculos de grau que ela usava. Fui até o espelho e toquei minha imagem ali refletida com a ponta dos meus dedos. A semelhança física com ela me deixou atônita.
Entre fotos em preto-e-branco e receitas de doces e salgados, aplaco a tristeza infinita, a dor da ausência da minha querida companheira.
Este é o primeiro ano sem minha Mãe aqui na Terra. Decidi homenageá-la com a delicadeza da flor da neve: edelweiss.
Mami quando muito pequena deixou a Alemanha e foi morar na Áustria. Falava muito dos bosques, das montanhas e da neve. Apreciava as artes, especialmente a música clássica. Gostava das valsas de Strauss.
Acredito em vida eterna, outro ensinamento que recebi dessa brava guerreira que lutou pela vida até o fim. Creio que, agora, ela está em um lugar muito bonito, lendo este texto que é dela, mas que é de todas as mães. O amor que temos por nossos filhos transcende a vida terrena, assim como o meu amor por essa Mulher que aqui no mundo foi minha Mãe.
Deixo aqui imagens da Áustria e uma música que fala dessa flor da neve, um presente pra minha querida Mami onde estiver.
A todas as mães, parabéns pelo seu dia!
Há um ano, nessa data, já sabíamos que, provavelmente, aquele seria o último Dia das Mães que comemoraríamos pertinho uma da outra. Os sinais de uma doença grave eram evidentes, os médicos não mais davam esperança.
Resolvi preparar um almoço especial, pedi que ela escolhesse um prato. Escolheu um peixe que preparei no forno. Fiz, mas eu sei que foi temperado com lágrimas que, às escondidas, escapavam dos meus olhos.
Mami foi embora pro Céu em novembro de 2009, há cinco meses.
O único pedido que me fez foi pra eu viver e celebrar a vida todos os dias.
Quando a saudade bate forte eu abro as gavetas dela, pego caixinhas com miudezas, remexo suas cestinhas com linhas, lãs e botões coloridos.
Outro dia resolvi experimentar os óculos de grau que ela usava. Fui até o espelho e toquei minha imagem ali refletida com a ponta dos meus dedos. A semelhança física com ela me deixou atônita.
Entre fotos em preto-e-branco e receitas de doces e salgados, aplaco a tristeza infinita, a dor da ausência da minha querida companheira.
Este é o primeiro ano sem minha Mãe aqui na Terra. Decidi homenageá-la com a delicadeza da flor da neve: edelweiss.
Mami quando muito pequena deixou a Alemanha e foi morar na Áustria. Falava muito dos bosques, das montanhas e da neve. Apreciava as artes, especialmente a música clássica. Gostava das valsas de Strauss.
Acredito em vida eterna, outro ensinamento que recebi dessa brava guerreira que lutou pela vida até o fim. Creio que, agora, ela está em um lugar muito bonito, lendo este texto que é dela, mas que é de todas as mães. O amor que temos por nossos filhos transcende a vida terrena, assim como o meu amor por essa Mulher que aqui no mundo foi minha Mãe.
Deixo aqui imagens da Áustria e uma música que fala dessa flor da neve, um presente pra minha querida Mami onde estiver.
A todas as mães, parabéns pelo seu dia!
MÃE
Mãe...São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!
Mário Quintana
5 de mai. de 2010
TEMPERAMENTAL E CHOCANTE!
-Vá pilotar máquina de lavar roupas, dona Maria!
Eu estava atravessando a rua quando escutei isso. Era um motorista, possivelmente acometido de TPM masculina. Tinha sido fechado pela condutora de um desses carrões importados enormes. Ela fez um gesto - que dizem ser obsceno - acelerou e foi embora.
Fiquei na calçada prestando atenção. O sujeito parecia inconformado, disse alguns palavrões, entre eles algo não muito nobre a respeito da mãe da dona Maria. Pensei: quantos homens sabem pilotar máquina de lavar roupas? Nem todos.
Aqui em casa eu tenho uma lavadora que é rebelde e tem personalidade forte. Comprei em uma liquidação, prometia lavar seis quilos de roupas. O gabinete é de plástico, levinha. Silenciosa também, ou melhor, achei que fosse silenciosa.
Estava atarefada, tinha um relatório do trabalho pra terminar. Deixei a máquina funcionando, programei pra deixar as toalhas de banho de molho. No compartimento lateral caprichei na quantidade de amaciante de roupas.
Depois de uma hora, silêncio total na minha casa. Lembrei então das roupas. Fui até à área de serviço e ohhhhhhh! Água pra todo lado. O tanque estava com aquela tampinha que impede a passagem da água. Ao encostar na lavadora sofri um choque elétrico desses dignos de fazer o esqueleto reluzir, igual aos desenhos animados. É sério, fiquei com meus cabelos em pé!
Inconformada, fui até à caixa de luz, desliguei a energia elétrica, olhei bem pra danada da máquina e avisei: nunca mais se atreva a fazer isso comigo! Na próxima eu te jogo pela janela!
Arrumei a bagunça e voltei ao meu trabalho, o tempo todo atenta aos sons da lavadora. Finalizou a operação com sucesso. Quando fui retirar as roupas de dentro da malvada, ela tinha engolido um pedaço de uma tolha de banho. Destroçou a infeliz, sem dó ou piedade. Havia fiapos grudados em todas as outras peças de roupas.
Pacientemente, retirei o conteúdo da máquina e estendi no varal. Falei alguns nomes feios, semelhantes aos que ouviu sobre a pessoa de dona Maria. Quando resolvi puxar a toalha estraçalhada, enganchada no fundo da máquina, escutei um CLÉC, em seguida um CLIC. Quando escutei o CLOC e o CLUC a máquina voltou a encher de água sem a minha permissão. Eu apertava o botão pra desligar, ela não obedecia ao meu comando. Desisti, resignada. No dia seguinte veio o técnico, foi ele quem salvou o que restou da vítima. Virou pano de chão a toalhinha triturada.
Portanto, senhor motorista, pilotar máquina de lavar roupas pode ser muito mais difícil que conduzir um veículo automotor. Dona Maria que o diga!
4 de mai. de 2010
SONHOS DE UMA NOITE DE OUTONO
Acho que Tom e Jerry formaram uma dupla muito mais interessante que Romeu e Julieta. Tirando o falso suicídio da dupla de Shakespeare – que teve resultado trágico – tudo o mais naquela estória foi puro melado com muito açúcar.
Tremendo trapalhão, doce vilão, Tom, o gato, costuma levar a pior. Entre tramas divertidas, o jogo daqueles dois termina quase sempre a favor do ratinho Jerry. Aparentemente frágil, ele é o cérebro e a força. Tom pode parecer um bobalhão, mas é o lado doce e ingênuo. Incauto! Gosto mais do Tom, um felino divino. Aqueles dois se adoram e um não vive sem o outro. Uma dupla sensacional.
Já Romeu... Bem que podia ter se apaixonado por outra donzela, menos cheia de fricotes e muito mais ao seu alcance, foi logo escolher a chata da Julieta!
E o romantismo da Diva, cadê? Claro que também sou romântica, mas inteligência ainda é afrodisíaco e bom-humor, idem.
Tem graça um homem ser óbvio, muito certinho, dizer a frase certa, fazer a cena esperada? Nem sempre. Posso provar isso. Quem me conhece sabe que eu ando na contramão o tempo todo. Adoro desafios.
Acho que tudo tem seu momento certo. De vez em quando prefiro o canto da cotovia e me sinto a própria Julieta, ou seja, a própria mala sem alça. Uma dualidade que só mesmo as mulheres podem dar-se ao luxo de ter.
Paixão lembra queijo na ratoeira. Pega-pega e corre-corre. O risco é perder a cabeça. Ceninhas de ciúme, briguinhas por conta de bobagens, tudo com uma espetacular reconciliação no final de semana. Já falou um escritor: a pessoa certa é a pessoa errada, aquela que te faz perder o juízo.
Ah, mas é bom ter paz. Claro que é bom ter paz, mas paz é estado de alma. Pasmaceira é rotina! Acho bom não confundir uma coisa com a outra.
Acho que meu par ideal tem o jeitinho do Tom, os ombros largos de Romeu, ao pensar em mim trama algum plano estratégico digno de Jerry e é capaz de cometer desatinos, tal e qual fez a Julieta, que por sinal, errou na dose e morreu!
Misturando isso tudo com essências suaves ( esqueçam o suave veneno), eis meu par mais do que perfeito. Só falta desenhar nele olhos muito verdes, um sorriso de garoto e seremos felizes para sempre.
Posso batizar meu delírio romântico de Sonhos de Uma Noite de Outono. E que Shakespeare não puxe meu pé à noite, assim espero.
MULHER DA MINHA VIDA
Aquela a quem amo, de mim faz parte e, como se não conseguisse afastar de mim o tempo remoto, fiquei marcado.
As marcas da vida na alma corroem.
Saudades, prazeres, momento tristes e alegres.
Tudo marca, tudo significa, tudo indica.
Um pouco de ti sempre trago comigo.
Gestos, atos, feitos e desfeitos, palavras amigas.
Sensações sentidas, brigas ressentidas.
Por que não dizer? Prá que esconder?
Olhares, abraços, escaladas conjuntas.
Desaparecem corpos, mas ficam lembranças...E como ficam!
Mulher da minha vida, onde estiver, saiba que um dia nos reencontraremos e, num longo e apaixonado abraço, estaremos unidos outra vez.
( AUTORIA DE QUICKY )
3 de mai. de 2010
FUTEBOL, PAIXÃO DIVINA!
Sou de uma família de são-paulinos, corre em minhas veias o sangue tricolor. Minha avó ouvia os jogos do São Paulo em um radinho de pilha, não perdia um só jogo, portanto trago lembranças divertidas e bonitas dessa torcida familiar.
Pouco entendo de futebol, sei quando é gol, às vezes acho que foi pênalti e não me perguntem jamais a escalação do meu time ou como está a situação dele no campeonato. Fico zangada quando alguém interessante me diz: "hoje não posso sair com você, tem jogo do meu time e vou assistir". Dá até raiva, sinceramente, porque eu também assisto, basta me convidar e prometo não fazer papelão.
Fui duas vezes ao estádio do Morumbi. A primeira vez fui com meu pai, assistimos São Paulo X Palmeiras. Eu tinha uns 12 anos na época. Não lembro o resultado, mas sentamos na numerada, comi cachorro-quente e estava frio. A segunda vez fui ao estádio assistir a um show do Queen em 1980, aí sim foi barra pesada. Chovia sem parar, tinha uns caras sentados atrás de nós na arquibancada fumando algo com um cheiro horrível e que me deixou enjoada. Cheguei em casa zoada e com febre. Enfim, nasci pra ser princesa.
Meu pai sempre me dizia: case-se um dia com quem você quiser, mas ele não poderá jamais ser corinthiano, isso eu não vou aceitar.
E foi exatamente o que eu fiz, casei com um corinthiano. Eles dois ficaram amigos. Em dias de confronto futebolístico eles tentavam superar a rivalidade em campo e torciam de maneira comedida.
Quando meu filho nasceu, o primeiro presente que ganhou foi bola de futebol oficial, chuteira e camisa do São Paulo Futebol Clube. Presentes do meu pai. Preciso dizer o resultado disso? Meu filho também é são-paulino.
Hoje eu estou divorciada. Diriam os corinthianos e são-paulinos que aquilo não poderia mesmo dar certo, mas eu jamais me importei com isso de time de futebol. Eu procurava era o tal do príncipe encantado, era novinha, acreditava em contos de fadas.
Hoje, beirando os 50 anos de idade, já sei que sapos são todos os mortais. Ninguém é perfeito. E quando alguém me diz que torce pro Corinthians minha lembrança viaja uns trinta anos no tempo. Bela torcida, de gente do povo, comuns feito eu. Que importância tem sermos de times adversários? O que vale é a festa!
Pensando bem, ser corinthiano tem seu encanto. Espero encontrar alguém que seja tão fiel a mim quanto aquela torcida é ao time. Tomara!
Este texto é pra quem é alvinegro e pra quem é tricolor. Sim, há mais times, mas isso fica pra outros textos que virão a seguir. Torço pela felicidade, isso não tem bandeira, nem time, só tem mesmo é torcida!
2 de mai. de 2010
REFLEXOS DE AMOR
Ela ajeitou outra vez os talheres, endireitou uma taça de vinho mais pra direita. Afastou-se um pouco, observou a mesa bem decorada. Escolheu a música suave, em tom baixinho.
Correu novamente pra diante do espelho, retocou o batom cor-de-rosa, passou os dedos nas mechas dos cabelos e suspirou fundo. Olhou pro relógio, 20h30. Foi até à cozinha, certificou-se de não ter esquecido algum detalhe.
Quando tocou o interfone e o porteiro do prédio avisou que ele havia chegado, o coração deu pulos de alegria. Caminhou até à porta e o recebeu com um sorriso de paixão vitoriosa.
Brindaram com vinho tinto, jantaram à luz de velas. À meia-luz admiraram o brilho do olhar um do outro, faíscas de felicidade iluminavam suas faces. Dançaram bem juntinhos, entre risos e beijos muitos. Da terra foram à lua, rodopiaram entre as estrelas e adormeceram em uma nuvem, abraçados.
Quando amanheceu, o sol raiou sorrindo, tocou a janela desejando-lhes bom dia. A brisa trouxe o aroma de café. Um sabiá cantou pra despertá-los. Abriram os olhos. Não haviam sonhado.
Não se despediram. Ao som de uma valsinha estão juntos até agora.
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