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-Vá pilotar máquina de lavar roupas, dona Maria!
Eu estava atravessando a rua quando escutei isso. Era um motorista, possivelmente acometido de TPM masculina. Tinha sido fechado pela condutora de um desses carrões importados enormes. Ela fez um gesto - que dizem ser obsceno - acelerou e foi embora.
Fiquei na calçada prestando atenção. O sujeito parecia inconformado, disse alguns palavrões, entre eles algo não muito nobre a respeito da mãe da dona Maria. Pensei: quantos homens sabem pilotar máquina de lavar roupas? Nem todos.
Aqui em casa eu tenho uma lavadora que é rebelde e tem personalidade forte. Comprei em uma liquidação, prometia lavar seis quilos de roupas. O gabinete é de plástico, levinha. Silenciosa também, ou melhor, achei que fosse silenciosa.
Estava atarefada, tinha um relatório do trabalho pra terminar. Deixei a máquina funcionando, programei pra deixar as toalhas de banho de molho. No compartimento lateral caprichei na quantidade de amaciante de roupas.
Depois de uma hora, silêncio total na minha casa. Lembrei então das roupas. Fui até à área de serviço e ohhhhhhh! Água pra todo lado. O tanque estava com aquela tampinha que impede a passagem da água. Ao encostar na lavadora sofri um choque elétrico desses dignos de fazer o esqueleto reluzir, igual aos desenhos animados. É sério, fiquei com meus cabelos em pé!
Inconformada, fui até à caixa de luz, desliguei a energia elétrica, olhei bem pra danada da máquina e avisei: nunca mais se atreva a fazer isso comigo! Na próxima eu te jogo pela janela!
Arrumei a bagunça e voltei ao meu trabalho, o tempo todo atenta aos sons da lavadora. Finalizou a operação com sucesso. Quando fui retirar as roupas de dentro da malvada, ela tinha engolido um pedaço de uma tolha de banho. Destroçou a infeliz, sem dó ou piedade. Havia fiapos grudados em todas as outras peças de roupas.
Pacientemente, retirei o conteúdo da máquina e estendi no varal. Falei alguns nomes feios, semelhantes aos que ouviu sobre a pessoa de dona Maria. Quando resolvi puxar a toalha estraçalhada, enganchada no fundo da máquina, escutei um CLÉC, em seguida um CLIC. Quando escutei o CLOC e o CLUC a máquina voltou a encher de água sem a minha permissão. Eu apertava o botão pra desligar, ela não obedecia ao meu comando. Desisti, resignada. No dia seguinte veio o técnico, foi ele quem salvou o que restou da vítima. Virou pano de chão a toalhinha triturada.
Portanto, senhor motorista, pilotar máquina de lavar roupas pode ser muito mais difícil que conduzir um veículo automotor. Dona Maria que o diga!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
5 de mai. de 2010
TEMPERAMENTAL E CHOCANTE!
-Vá pilotar máquina de lavar roupas, dona Maria!
Eu estava atravessando a rua quando escutei isso. Era um motorista, possivelmente acometido de TPM masculina. Tinha sido fechado pela condutora de um desses carrões importados enormes. Ela fez um gesto - que dizem ser obsceno - acelerou e foi embora.
Fiquei na calçada prestando atenção. O sujeito parecia inconformado, disse alguns palavrões, entre eles algo não muito nobre a respeito da mãe da dona Maria. Pensei: quantos homens sabem pilotar máquina de lavar roupas? Nem todos.
Aqui em casa eu tenho uma lavadora que é rebelde e tem personalidade forte. Comprei em uma liquidação, prometia lavar seis quilos de roupas. O gabinete é de plástico, levinha. Silenciosa também, ou melhor, achei que fosse silenciosa.
Estava atarefada, tinha um relatório do trabalho pra terminar. Deixei a máquina funcionando, programei pra deixar as toalhas de banho de molho. No compartimento lateral caprichei na quantidade de amaciante de roupas.
Depois de uma hora, silêncio total na minha casa. Lembrei então das roupas. Fui até à área de serviço e ohhhhhhh! Água pra todo lado. O tanque estava com aquela tampinha que impede a passagem da água. Ao encostar na lavadora sofri um choque elétrico desses dignos de fazer o esqueleto reluzir, igual aos desenhos animados. É sério, fiquei com meus cabelos em pé!
Inconformada, fui até à caixa de luz, desliguei a energia elétrica, olhei bem pra danada da máquina e avisei: nunca mais se atreva a fazer isso comigo! Na próxima eu te jogo pela janela!
Arrumei a bagunça e voltei ao meu trabalho, o tempo todo atenta aos sons da lavadora. Finalizou a operação com sucesso. Quando fui retirar as roupas de dentro da malvada, ela tinha engolido um pedaço de uma tolha de banho. Destroçou a infeliz, sem dó ou piedade. Havia fiapos grudados em todas as outras peças de roupas.
Pacientemente, retirei o conteúdo da máquina e estendi no varal. Falei alguns nomes feios, semelhantes aos que ouviu sobre a pessoa de dona Maria. Quando resolvi puxar a toalha estraçalhada, enganchada no fundo da máquina, escutei um CLÉC, em seguida um CLIC. Quando escutei o CLOC e o CLUC a máquina voltou a encher de água sem a minha permissão. Eu apertava o botão pra desligar, ela não obedecia ao meu comando. Desisti, resignada. No dia seguinte veio o técnico, foi ele quem salvou o que restou da vítima. Virou pano de chão a toalhinha triturada.
Portanto, senhor motorista, pilotar máquina de lavar roupas pode ser muito mais difícil que conduzir um veículo automotor. Dona Maria que o diga!
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