
Ai, que calor! Não aquele calor na bacurinha, cantado outrora por Maria Alcina. Calma, queridos leitores, bem sei que tenho quase a idade de Cleópatra, que vocês nem imaginam quem seja Maria Alcina e, talvez, estejam atribuindo esse meu calor, digno de um forno micro-ondas, ao climatério.
Pouco românticas as recentes noites paulistanas, dormir de conchinha é um feito heróico, digno de quem não vive longe do ser amado. Que atire a primeira pedrinha de gelo semi-derretida aquele que não sofreu com o calor!
Minha descendência germânico-cearense em nada colabora. Penso que a metade europeia protesta veementemente contra a temperatura elevada deste verão.
Há séculos as mulheres, vestidas com aquelas roupas rodadas, compridas e pesadíssimas, deveriam cozinhar ao vapor. Sabemos que banhos eram raros. Melhor não imaginar o odor. Abanavam-se com leques.
Diz a lenda que Cupido, deus do amor, babando por sua amada Psique, afanou uma asa de Zéfiro, deus do vento, para refrigerar o calor da garota. Nada melhor que uma abanadinha, foi assim que inventaram esse delicado abanador.
Hoje, ar condicionado, banhos diários, muito perfume, filtro solar e vestidinho leve, nem assim é possível enfrentar tamanho calorão! Eis que tive a ideia: um leque, esse tem sido meu jeito de amenizar a situação.
Termino o texto ao lado do ventilador. Ao meu lado, o leque, quedado silente, aguardando ansioso o seu momento de estrelato.
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