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Já notaram que o tempo não passa mais? Não! Agora ele voa!
Pra lá da metade do mês de fevereiro, 1/6 do ano de 2011 passou, ou melhor, voou.
Meu filho parece que nasceu outro dia. Em uma manhã de sol do mês de março de 1987.
Veio ao mundo com olhinhos muito claros e fartos cabelinhos castanhos. Frágil, dócil.
Quando hoje eu o olhei, vi um homem de 1,90 de altura e quase 24 anos de idade. Nada disse, apenas me observou. A viagem que fiz foi ao passado. Uma viagem com solavancos, recordações boas e outras desagradáveis. Meu fruto me espreitava com seus belos olhos verdes.
Tive a oportunidade de ir outro dia a uma maternidade. Vi bebezinhos recém-nascidos. Um deles tinha acabado de nascer. Nas mãos da enfermeira, envolto em um lençol azul-escuro. Do lado de fora do berçário, parentes se amontoavam. Flashes de câmeras fotográficas registraram aquele momento único e inesquecível. Pensei: que seja bem-vindo, que tenha muita saúde!
Meu filho quando veio ao mundo, também foi apresentado à família envolto em um lençol muito azul. Perfeito, saudável. Lembro – jamais esquecerei- foi o momento mais feliz e importante da minha vida. Tão pequeno, tão bonito e tão amado!
Criar filhos não é uma tarefa fácil. Educá-los, protegê-los, ensinar-lhes a respeitar o mundo em que vivem. Porém, feito plantinha que recebe rega e cuidados constantes, eles crescem. Um dia, vão embora. Podem ir embora sem sair de perto, mas passam a cuidar da própria vida. Trabalho, faculdade, amigos, viagens, namoradas ou namorados. Os bebês podem se transformar em um homem de 1,90 de altura, assim como o meu bebê se transformou.
Nem sempre aquilo o que desejamos, aquilo o que nos empenhamos tanto pra realizar, acontece. Não está sob o controle materno ou paterno o destino de nossos filhos. Orientamos, cuidamos, mas a vida se encarrega de forjá-los. Vão cuidar da própria vida.
Sinto saudade do meu bebê aprendendo a caminhar, adormecido no meu colo. Saudade das festinhas na escola, dos aniversários com bolos de personagens infantis, das perguntas inocentes que ele fazia, dos risos e das brincadeiras.
Hoje, pouco posso fazer por ele. Posso amá-lo, recebê-lo em meus braços sempre abertos, ouvi-lo, aconselhá-lo. Não posso mais niná-lo, educá-lo.
Alguns dias não nos vemos, certos dias sequer falamos ao telefone. A vida mudou tanto! E nem sempre eu o vejo feliz. O ser humano parece não conseguir ser feliz 100% do tempo, esse voador apressado. Sequer aquele bebê que amamentei é totalmente feliz.
Deixo aqui o primeiro texto que escrevi pra você, Gabriel. Que a vida, por difícil que lhe pareça, faça sentido a cada tic-tac do relógio. Que aquilo o que hoje você não consegue fazer, seja amanhã o seu testemunho de coragem e superação. Não desista de sonhar, não desista de realizar os seus sonhos. Sonhe, ame, sorria e, sempre que quiser, corra pros braços desta mãe que te ama, sobre toda e qualquer circunstância.
Te amo, meu filho querido! Que você vença as dificuldades e, sim, cuide com muita determinação de sua vida!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
18 de fev. de 2011
AO MEU FRUTO
Já notaram que o tempo não passa mais? Não! Agora ele voa!
Pra lá da metade do mês de fevereiro, 1/6 do ano de 2011 passou, ou melhor, voou.
Meu filho parece que nasceu outro dia. Em uma manhã de sol do mês de março de 1987.
Veio ao mundo com olhinhos muito claros e fartos cabelinhos castanhos. Frágil, dócil.
Quando hoje eu o olhei, vi um homem de 1,90 de altura e quase 24 anos de idade. Nada disse, apenas me observou. A viagem que fiz foi ao passado. Uma viagem com solavancos, recordações boas e outras desagradáveis. Meu fruto me espreitava com seus belos olhos verdes.
Tive a oportunidade de ir outro dia a uma maternidade. Vi bebezinhos recém-nascidos. Um deles tinha acabado de nascer. Nas mãos da enfermeira, envolto em um lençol azul-escuro. Do lado de fora do berçário, parentes se amontoavam. Flashes de câmeras fotográficas registraram aquele momento único e inesquecível. Pensei: que seja bem-vindo, que tenha muita saúde!
Meu filho quando veio ao mundo, também foi apresentado à família envolto em um lençol muito azul. Perfeito, saudável. Lembro – jamais esquecerei- foi o momento mais feliz e importante da minha vida. Tão pequeno, tão bonito e tão amado!
Criar filhos não é uma tarefa fácil. Educá-los, protegê-los, ensinar-lhes a respeitar o mundo em que vivem. Porém, feito plantinha que recebe rega e cuidados constantes, eles crescem. Um dia, vão embora. Podem ir embora sem sair de perto, mas passam a cuidar da própria vida. Trabalho, faculdade, amigos, viagens, namoradas ou namorados. Os bebês podem se transformar em um homem de 1,90 de altura, assim como o meu bebê se transformou.
Nem sempre aquilo o que desejamos, aquilo o que nos empenhamos tanto pra realizar, acontece. Não está sob o controle materno ou paterno o destino de nossos filhos. Orientamos, cuidamos, mas a vida se encarrega de forjá-los. Vão cuidar da própria vida.
Sinto saudade do meu bebê aprendendo a caminhar, adormecido no meu colo. Saudade das festinhas na escola, dos aniversários com bolos de personagens infantis, das perguntas inocentes que ele fazia, dos risos e das brincadeiras.
Hoje, pouco posso fazer por ele. Posso amá-lo, recebê-lo em meus braços sempre abertos, ouvi-lo, aconselhá-lo. Não posso mais niná-lo, educá-lo.
Alguns dias não nos vemos, certos dias sequer falamos ao telefone. A vida mudou tanto! E nem sempre eu o vejo feliz. O ser humano parece não conseguir ser feliz 100% do tempo, esse voador apressado. Sequer aquele bebê que amamentei é totalmente feliz.
Deixo aqui o primeiro texto que escrevi pra você, Gabriel. Que a vida, por difícil que lhe pareça, faça sentido a cada tic-tac do relógio. Que aquilo o que hoje você não consegue fazer, seja amanhã o seu testemunho de coragem e superação. Não desista de sonhar, não desista de realizar os seus sonhos. Sonhe, ame, sorria e, sempre que quiser, corra pros braços desta mãe que te ama, sobre toda e qualquer circunstância.
Te amo, meu filho querido! Que você vença as dificuldades e, sim, cuide com muita determinação de sua vida!
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