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Quando despertei nesta manhã, meu coração estava apertado. Ainda na cama, lembrei do dia anterior, um dia especialmente feliz. Festa junina, sobrinhos, amigos e meu Divo Latívio. Pensei um pouco, ainda sonolenta. Mas que raios se passava comigo? Viajando, descansando finalmente, cercada de amor e pessoas queridas.
Ando cansada. Muito trabalho ( um dia poderei lhes contar como é esse “trampo”), muita correria, algumas dificuldades e as loucuras do dia-a-dia. Atribuí o mal estar ao tal do stress, o mal dos dias atuais. Por certo, eu precisava de mais alguns dias para me sentir revigorada, pra sensação de aflição inexplicável se afastar de mim. Lembrei do meu “pai de coração”, o Nelson, que faleceu há pouco mais de uma semana. Talvez, a morte dessa pessoa tão querida tivesse me abalado tanto que lá estava o coração “doendo”, sem causa aparente.
Segui a rotina matinal. Belo dia na região de Atibaia. O sol brilha. Admirei da sacada as montanhas. O contraste do verde da mata com o azul do céu. E de novo o coração deu sinal. Mau sinal. O que estaria acontecendo? Observei o vôo de um passarinho que, atrevido e leve, entrou no terraço da chácara. Saltitava e com toda a delicadeza ia de uma ponta à outra da área. Meu coração de novo deu sinal de alerta. Passarinhos dentro de casa, não sei onde aprendi isso, mas passarinhos dentro de casa sempre pareceram desejar trazer alguma notícia.
Decidi vir ao computador, trouxe o notebook na viagem. A dificuldade para conseguir a conexão, estava péssima a internet, tentei algumas vezes e acessei o Facebook. Li a mensagem de um amigo de infância: “Ligue pra mim”. Mencionou outro amigo, Carlos Mauro.
Não pude compreender, aliás acho que preferi não pensar no pior. Telefonei e eis que veio a notícia: Carlos Mauro faleceu. Imediatamente compreendi o que meu coração tentava me avisar.
Visitei seu perfil, olhei seus recados no Facebook, alguém já sabia e deixou ali publicada a triste notícia. Pensei em voltar pra São Paulo, ir ao seu funeral. Então, lembrei do ocorrido há uma semana, o estado emocional em que fiquei quando vi outro amigo inerte, em seu velório: o Nelson. O choro compulsivo, a tristeza imensa. A associação disso com a morte recente de minha mãe. O quanto fiquei mal! Decidi, então, não ir ao enterro do Carlos Mauro. Não voltarei hoje da viagem que faço com meu Divo.
Quem foi o Carlos Mauro? Quando nascemos, meus irmãos e eu, ele era nosso vizinho. Sua casa era a terceira da esquerda, pra quem olhava pra frente da nossa casa de Moema. Ele era mais velho que nós, então nos viu nascer, crescer, casar, ter filhos, seguir a vida adiante. Personagem de toda a nossa vida e nossa história. Se hoje tenho 50 anos de idade, a nossa amizade tem exatamente esta idade: 50 anos. A notícia veio feito uma bomba pra mim. Estou um tanto atordoada! Mais um amigo partiu, isso pareceu demais pra mim!
Estou em um dia de baixa inspiração. Gostaria de escrever um belo texto, não consigo! Meu coração está dolorido, de luto. Acredito em Deus, na vida infinita. Mas, a saudade é insuperável. Tantas estrelas brilham no céu de minha vida. Amigos que partiram, parentes que partiram. Gente amada que faz muita falta! Nova estrela brilha agora lá no firmamento. Uma estrela tímida, culta, inteligente, sensível ao extremo. Uma estrela amiga, que faz parte da minha constelação.
Amigo, ficam aqui as únicas palavras que consegui juntar em um teclado de computador. Estou inconsolável, comovida e profundamente triste com seu adeus inesperado. Um dia nos encontraremos, acho que o nosso céu é aquela casa cor-de-rosa da Avenida Sabiá. Ali, uma grande festa com violão e cantoria. Vamos rir, falar coisas simples e amenas, despreocupados com o porvir e cercados de todos aqueles que vimos ir embora, um a um. Eternamente felizes e reunidos. Que bom será se for assim!
Fique com Deus e obrigada, Carlos Mauro. Obrigada por ter feito parte da minha vida! Obrigada pela honra de sua amizade! Sempre te amarei!
Escrito nesta data, entre lágrimas, após receber a notícia do falecimento do meu amigo e amigo de minha família, Carlos Mauro Fonseca Rosas.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
25 de jun. de 2011
ADEUS, AMIGO!
Quando despertei nesta manhã, meu coração estava apertado. Ainda na cama, lembrei do dia anterior, um dia especialmente feliz. Festa junina, sobrinhos, amigos e meu Divo Latívio. Pensei um pouco, ainda sonolenta. Mas que raios se passava comigo? Viajando, descansando finalmente, cercada de amor e pessoas queridas.
Ando cansada. Muito trabalho ( um dia poderei lhes contar como é esse “trampo”), muita correria, algumas dificuldades e as loucuras do dia-a-dia. Atribuí o mal estar ao tal do stress, o mal dos dias atuais. Por certo, eu precisava de mais alguns dias para me sentir revigorada, pra sensação de aflição inexplicável se afastar de mim. Lembrei do meu “pai de coração”, o Nelson, que faleceu há pouco mais de uma semana. Talvez, a morte dessa pessoa tão querida tivesse me abalado tanto que lá estava o coração “doendo”, sem causa aparente.
Segui a rotina matinal. Belo dia na região de Atibaia. O sol brilha. Admirei da sacada as montanhas. O contraste do verde da mata com o azul do céu. E de novo o coração deu sinal. Mau sinal. O que estaria acontecendo? Observei o vôo de um passarinho que, atrevido e leve, entrou no terraço da chácara. Saltitava e com toda a delicadeza ia de uma ponta à outra da área. Meu coração de novo deu sinal de alerta. Passarinhos dentro de casa, não sei onde aprendi isso, mas passarinhos dentro de casa sempre pareceram desejar trazer alguma notícia.
Decidi vir ao computador, trouxe o notebook na viagem. A dificuldade para conseguir a conexão, estava péssima a internet, tentei algumas vezes e acessei o Facebook. Li a mensagem de um amigo de infância: “Ligue pra mim”. Mencionou outro amigo, Carlos Mauro.
Não pude compreender, aliás acho que preferi não pensar no pior. Telefonei e eis que veio a notícia: Carlos Mauro faleceu. Imediatamente compreendi o que meu coração tentava me avisar.
Visitei seu perfil, olhei seus recados no Facebook, alguém já sabia e deixou ali publicada a triste notícia. Pensei em voltar pra São Paulo, ir ao seu funeral. Então, lembrei do ocorrido há uma semana, o estado emocional em que fiquei quando vi outro amigo inerte, em seu velório: o Nelson. O choro compulsivo, a tristeza imensa. A associação disso com a morte recente de minha mãe. O quanto fiquei mal! Decidi, então, não ir ao enterro do Carlos Mauro. Não voltarei hoje da viagem que faço com meu Divo.
Quem foi o Carlos Mauro? Quando nascemos, meus irmãos e eu, ele era nosso vizinho. Sua casa era a terceira da esquerda, pra quem olhava pra frente da nossa casa de Moema. Ele era mais velho que nós, então nos viu nascer, crescer, casar, ter filhos, seguir a vida adiante. Personagem de toda a nossa vida e nossa história. Se hoje tenho 50 anos de idade, a nossa amizade tem exatamente esta idade: 50 anos. A notícia veio feito uma bomba pra mim. Estou um tanto atordoada! Mais um amigo partiu, isso pareceu demais pra mim!
Estou em um dia de baixa inspiração. Gostaria de escrever um belo texto, não consigo! Meu coração está dolorido, de luto. Acredito em Deus, na vida infinita. Mas, a saudade é insuperável. Tantas estrelas brilham no céu de minha vida. Amigos que partiram, parentes que partiram. Gente amada que faz muita falta! Nova estrela brilha agora lá no firmamento. Uma estrela tímida, culta, inteligente, sensível ao extremo. Uma estrela amiga, que faz parte da minha constelação.
Amigo, ficam aqui as únicas palavras que consegui juntar em um teclado de computador. Estou inconsolável, comovida e profundamente triste com seu adeus inesperado. Um dia nos encontraremos, acho que o nosso céu é aquela casa cor-de-rosa da Avenida Sabiá. Ali, uma grande festa com violão e cantoria. Vamos rir, falar coisas simples e amenas, despreocupados com o porvir e cercados de todos aqueles que vimos ir embora, um a um. Eternamente felizes e reunidos. Que bom será se for assim!
Fique com Deus e obrigada, Carlos Mauro. Obrigada por ter feito parte da minha vida! Obrigada pela honra de sua amizade! Sempre te amarei!
Escrito nesta data, entre lágrimas, após receber a notícia do falecimento do meu amigo e amigo de minha família, Carlos Mauro Fonseca Rosas.
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6 comentários:
oh querida quantas perdas........receba meu carinho, meus sentimentos,a vida nos reserva muitas surpresas......mas a perda de amigos é uma dor inconsolavel. Deus lhe proteja e te de coragem pra mais uma ferida q demora um pouco, mas cicatriza...só o tempo. fique na luz.um carinhoso bj. SU.
Sueli,
Obrigada pelas palavras, pela força. Nem sei se cicatriza, afinal o que se passa conosco é difícil de compreender. A morte de 3 amigos queridos em um ano, dois deles nos últimos 10 dias. Tento elevar o pensamento a Deus, não perder a fé, mas estou muito triste.
Um beijo!
BOM DIA, MAS QUE COISA LINDA, COM CERTEZA UMA GRANDE PERDA PRA NÓS AQUI, E NO CÉU, FESTA, EM GRANDE ESTILO, , AO NOSSO QUARIDO AMIGO, CARLOS MAURO .
DORINHA MOEMA AMIGA DA PAROQUIA NSA APARECIDA.GRANDE ABRAÇO! LINDA A HOMENAGEM ELE MERECE!
Dorinha,
Ele, pra mim e pra minha família, significava e significa MUITO. Somos mais que amigos, somos irmãos! Amamos o Carlos Mauro!
O Céu em festa... A nós resta a saudade imensa! Mais uma estrelinha brilha no céu!
Obrigada pelo comentário, continue seguindo o blog, seja sempre bem-vinda!
Um beijo,
Cláudia
OI BOA NOITE CLAUDIA.NOSSA,ESTAMOS COM UMA SAUDADE LINDA DO CARLISSIMO!,VOU EXLPICAR PORQUE CARLISIMO!.... ELE MUITO SINPATICO,O CONHECI,NAS MISSAS QUE IAMOS AOS DOMINGOS,NA IGREJA DE MOEMA,COMEÇOU A ME CHAMAR,DE DORISSIMA,NÃO SEI PORQUE,EU SEMPRE ENTRAVA COM O EVANGÉLIARIO ATÉ O ALTAR,,E QUANDO POR QUALQUER MOTIVO EU NÃO ENTRASSE,
NO FINAL, ELE ME COBRAVA, QUE SENTIA FALAR,E QUE ERA EU QUE TINHA QUE LEVAR, E SEMPRE BRINCAVAMOS,E,EU TINHA FALANDO PRA ELE,NO DOMINGO,PÓS O FERIADO DE CORPUS CRISTS, QUE ELE ERA QUEM IA ENTRAR DA PROXIMA,VEZ, E ELE DEU MUITA RISADA, E DISSE QUE PRECISAVA COMPRAR UMA BOTA,DE CANO LONGO,PRA ELE ENTRAR, RSRS, E QUANDO EU LIGAVA PRA ELE,TAMBÉM O CHAMAVA DE CARLISSIMO,E ELE DAVA MUITA RISADA, NEM CONSEGUIAMOS FALAR, DE TANTO QUE BRINCAVAMOS! . E É ESSA EMAGEM ,LINDA QUE GUARDO DO NOSSO AMIGO,IRMÃO EM CRISTO! CARLISSIMO!! GRANDE ESTRELINHA NO CÉU! E UM LINDO ANJO QUE INTERCEDE POR NÓS AMÉM! OBRIGADA.DORISSIMA.
Doríssima,
Tenho certeza que ele estava lá, presente à missa. E sempre estará presente, em nossas lembranças e em nossos corações.
Um beijo,
Cláu
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