É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.

Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







25 de fev. de 2012

TER A PIA!

E quem foi que disse que “felizes para sempre” seja algo mais que uma ilusão?
Amanheci desiludida. Fui preparar o café da manhã e a pia começou a encher sem escoar. Pensei que fosse o ralinho, mas que nada! Busquei aquele artefato indispensável. Não, não foi o desentupidor de pia, busquei Divo Latívio! Meio dormindo, com o humor deixando muito a desejar, Divo mexeu, remexeu e declarou: já era, deu problema no sifão da pia.
Casa nova, pia nova. O gaveteiro que mandamos fazer há apenas dois meses estava todo molhado, cheio de água com sabão, pedaços de salsinha, arroz e aquilo meio amarelinho não imagino o que seja.
Adeus almoço de sábado! Devolvi correndo a carne ao freezer, deixei de ir comprar os itens para a saladinha.
Divo, um tanto irritado, parecia um cirurgião de cérebro. Ia, vinha, as ferramentas batiam impiedosamente sobre a pia. Quebrou um copo, sujou dois panos de prato, respingou aquilo tudo no chão. E eu, só de longe, observando a situação.
Fui confundida com instrumentadora! – Diva, passe a chave de fenda. – Diva, passe o alicate. – Diva, passe o grifo! E foi aí que paralisei, deu branco. O que seria um grifo? E ele lá, com aquele mau humor corrosivo, o semblante fechado, impaciente, quiçá mal educado? – Cadê? Anda!
Foi assim que deixei Divo Latívio sozinho em casa. Ele, a pia, a chave de fenda, o alicate e toda a bagunça ao seu redor. Fui ao restaurante por quilo saborear uma deliciosa salada, depois fui ao cabeleireiro e fiz hidratação, escova e unhas. Saí de lá calmamente, parei na banca de jornal e escolhi uma revista.  Sem pressa, voltei pra casa.
Lá estava Divo, sentado no sofá, ar de doido, bebendo cerveja. A cozinha parecia cenário de inundação. Tudo sujo, molhado e bagunçado. Fingi não ver, fui pro quarto e, com fones de ouvido para escutar minhas músicas preferidas, li a revista todinha. Depois, dormi.
Falta de solidariedade? Nem sei. O fato é que, quando algo quebra, chamo um profissional para consertar. Divo não é encanador. Por isso mesmo, o sábado, pra mim, transcorreu normalmente. Já pro Divo... 

2 comentários:

Rita Fonseca Rosas disse...

Ah... Diva!!! Sou suspeita!!! Adoro suas crônicas!!! Amei novamente!!! No teclado de seu computador, tudo o que na vida da gente é trivial, se transforma numa saga, num momento heróico, num doce romance ou num momento desses ... alucinantes!!!
Diva!! você é minha diva!!! Bjs

Cláudia Cavalcanti disse...

Rita,

Você é uma das minhas suspeitas preferidas!!! Obrigada pelo seu comentário. Adoro você!
Beijo