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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







15 de mai. de 2014

ROMANTISMO ALHEIO, FELICIDADE EMPRESTADA

Observei o casal sentado no café. O olhar de um derramado sobre o olhar do outro. Ele tocou a mão muito branca, esmalte de cor clarinha, dedos longos, mão repousada sobre a mesa.. Rapidamente ela se ajeitou na cadeira. Passou os dedos pelos cabelos, afastou do rosto a franja que caía sobre os olhos, cruzou os braços, como quem tentava se proteger.
Beberam o café sem trocar uma só palavra. Gole a gole, sem pressa. Novos olhares, ele disse algo que a fez sorrir. O que de tão mágico ele teria dito à moça impermeável? Ela abaixou a cabeça, os dois em novo silêncio. Mais uma tentativa, ele segurou a mão da moça, como quem capturava uma presa. Enfim ela não se esquivou e finalmente sorriu.
Pediram a conta, se levantaram, saíram com passos apressados, ela em disparada e ele a tentar alcançá-la. Lá na calçada um abraço, um cumprimento formal de despedida. Ele a puxou pra si e o beijo que trocaram foi cinematográfico. Provavelmente um beijo roubado. Foram embora separados, cada um para um lado.Minha imaginação atiçada e a borbulhar. 
Meu café esfriou enquanto eu rabiscava novas ideias no bloquinho de anotações. Novo texto, cena vespertina, personagens anônimos, felicidade emprestada. Suspirei, o romantismo alheio estava no ar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uia! foi real?

Smak!

Bete

Cláudia Cavalcanti disse...

Oi, Bete, obrigada pelo comentário.
Se foi real? Tudo aquilo o que um escritor cria é real, de um jeito,ou de outro jeito.

Beijo