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- Toca telefone, toca!
E nada do telefone tocar.
- Oba, chegou mensagem!
Plim informa: “Compre um pacote com 50 torpedos e concorra a uma viagem à África do Sul”.
Como faço pra impedir que essas mensagens cheguem? Não quero ir pra África do Sul, eu só quero que ele telefone pra mim!
Trrrim, trrrrimmm...
- É ele, tem que ser ele!
- É da Santa Casa?
- Não senhor (vontade de responder que é da casa do capeta).
- Desculpe, foi engano.
Olhei mais uma vez pro celular.
- Não vai colaborar, certo? Então eu vou te deixar longe de mim. Aqui, no alto da estante, vai ficar aí de castigo até tocar.
Olhei pra imagem de Santo Antônio. Eu acho que o santo tem ciúme de mim, só pode ser. Quando pedi um namorado resolveu que eu deveria ficar pra ele. Só pra ele.
Ligo ou não ligo? Se eu ligar, ele poderá achar que estou correndo atrás dele. É... Melhor então eu não ligar.
- Tá bom celular, tiro você do castigo, mas te dou meia hora pra ele telefonar pra mim.
Meia hora depois: - Ok, você venceu, celular. Não quer mesmo trabalhar hoje. Então eu vou agora fazer compras no supermercado e vou te deixar aqui. Não virá comigo. Tchau!
Fiz as compras aflita, apressada. Devo ter enlouquecido. Como pude deixar o celular em casa? A fila dos frios estava enorme, a fila do caixa estava imensa. Levei uma hora e meia pra voltar pra casa. Mal abri a porta, deixei as sacolas com as compras no chão do corredor. Peguei o celular. Nada, não tocou, não tinha mensagem de voz e nem mensagem de texto. Que raiva!
Comecei a guardar as compras. Abri o pacote de biscoitos recheados. Peguei um, dois, três. Sentei na sala, liguei a TV. Estava passando algo interessante sobre a civilização egípcia. Depois, fui preparar pipoca no microondas. Assisti a um episódio de Lost.
Troquei o canal e comecei a ver uma partida de tênis. Bolinha pra cá, bolinha pra lá, bolinha pra cá, bolinha pra lá. O tédio era tamanho que adormeci. Quando acordei já estava escuro.
Procurei o celular, não estava debaixo das almofadas, não tinha caído no chão. Peguei o telefone fixo e liguei pro meu número. Tocou. Achei, estava na cozinha. Ali estava assim registrado: duas chamadas perdidas. Pensei: ué, eu liguei pra mim mesma, então que outra chamada foi essa?
Ele! Tinha ligado há vinte minutos. Depressa retornei a ligação. Caixa postal. Uma, duas, dez, mil vezes caixa postal. Deixei recado: - Oi, você ligou pra mim. Estou em casa, me liga de novo, tá?
Não telefonou. Voltamos a conversar alguns dias depois, mas aí já era, eu estava tão zangada que não teve acordo. São os desencontros tecnológicos.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
17 de mai. de 2010
LIGO OU NÃO LIGO?
- Toca telefone, toca!
E nada do telefone tocar.
- Oba, chegou mensagem!
Plim informa: “Compre um pacote com 50 torpedos e concorra a uma viagem à África do Sul”.
Como faço pra impedir que essas mensagens cheguem? Não quero ir pra África do Sul, eu só quero que ele telefone pra mim!
Trrrim, trrrrimmm...
- É ele, tem que ser ele!
- É da Santa Casa?
- Não senhor (vontade de responder que é da casa do capeta).
- Desculpe, foi engano.
Olhei mais uma vez pro celular.
- Não vai colaborar, certo? Então eu vou te deixar longe de mim. Aqui, no alto da estante, vai ficar aí de castigo até tocar.
Olhei pra imagem de Santo Antônio. Eu acho que o santo tem ciúme de mim, só pode ser. Quando pedi um namorado resolveu que eu deveria ficar pra ele. Só pra ele.
Ligo ou não ligo? Se eu ligar, ele poderá achar que estou correndo atrás dele. É... Melhor então eu não ligar.
- Tá bom celular, tiro você do castigo, mas te dou meia hora pra ele telefonar pra mim.
Meia hora depois: - Ok, você venceu, celular. Não quer mesmo trabalhar hoje. Então eu vou agora fazer compras no supermercado e vou te deixar aqui. Não virá comigo. Tchau!
Fiz as compras aflita, apressada. Devo ter enlouquecido. Como pude deixar o celular em casa? A fila dos frios estava enorme, a fila do caixa estava imensa. Levei uma hora e meia pra voltar pra casa. Mal abri a porta, deixei as sacolas com as compras no chão do corredor. Peguei o celular. Nada, não tocou, não tinha mensagem de voz e nem mensagem de texto. Que raiva!
Comecei a guardar as compras. Abri o pacote de biscoitos recheados. Peguei um, dois, três. Sentei na sala, liguei a TV. Estava passando algo interessante sobre a civilização egípcia. Depois, fui preparar pipoca no microondas. Assisti a um episódio de Lost.
Troquei o canal e comecei a ver uma partida de tênis. Bolinha pra cá, bolinha pra lá, bolinha pra cá, bolinha pra lá. O tédio era tamanho que adormeci. Quando acordei já estava escuro.
Procurei o celular, não estava debaixo das almofadas, não tinha caído no chão. Peguei o telefone fixo e liguei pro meu número. Tocou. Achei, estava na cozinha. Ali estava assim registrado: duas chamadas perdidas. Pensei: ué, eu liguei pra mim mesma, então que outra chamada foi essa?
Ele! Tinha ligado há vinte minutos. Depressa retornei a ligação. Caixa postal. Uma, duas, dez, mil vezes caixa postal. Deixei recado: - Oi, você ligou pra mim. Estou em casa, me liga de novo, tá?
Não telefonou. Voltamos a conversar alguns dias depois, mas aí já era, eu estava tão zangada que não teve acordo. São os desencontros tecnológicos.
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Etimologia – ou Etiologia, como queiram! - Dentre os meus interesses, digamos assim, intelectuais e totalmente descompromissados, aquém do que se pudesse chamar de amor ou paixão, mas à frente da si...
2 comentários:
Desencontro tecnologico nada!Se ele tivesse mesmo afim,ligava mil vezes até falar com vc.Fez bem em não dar conversa a essa criatura.
Rose
Olá, Rose!
Concordo com você, uma criatura dessas não merece resposta, assim como aconteceu no texto. Obrigada pelo seu comentário.
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