
Acordei muito cedo e fui até o quintal. São Paulo amanheceu fria. Derramei o olhar sobre a jardineira onde plantei sementes de alface. Incrédula, achei que não vingariam as sementes. Hoje fiquei admirada. Os pézinhos de alface estão quase no ponto de se transformarem em deliciosa salada. Cresceram depressa.
Meus cuidados se limitam a espantar os sabiás - que se deliciam sem a menor cerimônia - e às regas constantes. Valentes, as alfacinhas não se intimidaram com a secura do ar, o sol inclemente, meus lapsos de memória e ausência ocasional de água.
Meu pensamento viajou até o amor. Dia após dia, dedicação, intempéries, crescimento, tempo de semeadura e, depois, colheita. Saborear os bons frutos de um relacionamento, algo delicioso e gratificante.
Nesse tempo de amar, no friozinho da manhã paulistana, de regador em punho e chinelinho de dedo nos pés, ergui meus olhos pro céu e agradeci a alguém, em algum lugar, aquele ser que chamamos de “Deus”. Obrigada, Senhor. Obrigada pelo alimento do meu corpo e pelo alimento da minha alma. Pelas boas sementes. Obrigada por ser amada e amar.
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