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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







5 de nov. de 2010

ACOMPANHADOS, PORÉM SÓS


Histórias felizes não têm final. Amor de verdade não termina. Gente que é gente pra valer não se transforma pra pior com o passar do tempo.
Decepções. Acho que somente nos decepcionamos quando depositamos esperança vã em um projeto ou em alguém. Ilusão. O faz de conta que está bem... Quem sabe isso mude? Quem sabe aquele alguém mude? A peneira na frente do sol. E, um dia, quando tudo aquilo o que foi sonhado se desfaz, vem o final infeliz.
Relacionar-se a dois só faz sentido se houver total cumplicidade. Não ver sentido em divertir-se longe daquele alguém. Não me refiro à individualidade que temos, ao mínimo de privacidade que todos precisamos ter, ainda que dentro de um namoro ou casamento. Eu me refiro à alegria de viver, ao pouco tempo que sobra em um final de semana, feriado, noites, férias. Difícil entender como que alguém prefere divertir-se sozinho ou com amigos e exclui seu par. Não entendo, porque eu não sou assim!
A correria da semana, o trabalho, família, afazeres tantos. Chega a sexta-feira e o que sobra, além do cansaço, é a oportunidade de aproveitar até domingo. É decepcionante passar um final de semana praticamente sozinho, ainda que casado ou namorando. E o par, cadê? Inventou algo pra fazer bem longe, ou até pertinho, mas sozinho ou sei lá com quem, mas sem você. E disso faz uma rotina, diversão é algo que não te inclui.
Recebo e-mails de leitores que enviam relatos, histórias pessoais. Inspiração pra novos textos. Nem sempre consigo escrever algo a partir desses desabafos e revelações muitas. Porém, algumas vezes eu vejo o filme da minha vida passar diante de mim, ao ler esses depoimentos todos. Quantos finais de semana passei sozinha? Quantos dias, noites, quantas horas? E me sinto muito solitária e triste quando entendo que ter um par é mais que dizer-se acompanhada. É ter um cúmplice na vida, que sem você não encontra graça.
Decepção é o resultado do excesso de expectativa. Ter os pés no chão e não esperar muito é o antídoto. Missão difícil que endurece o coração e torna a alma triste e com vontade de voar. Assim é a vida para os solitários ( ainda que acompanhados) e que buscam uma história sem final e muito feliz.

2 comentários:

Srª Ribeiro disse...

A gente peca quando depositamos no outro a razão pra sermos felizes. Acho que devemos ser felizes independentemente do outro, não o excluindo, mas o colocando não como um motivo e sim como um parceiro pra viver junto com vc a sua felicidade...

lindo texto...

Vc sempre me ensina muitoooo...

beijos

Cláudia Cavalcanti disse...

Glenda,

Minha mãe dizia algo sobre isso: ninguém é o sol da praia de ninguém.
Acho que o certo é buscarmos a felicidade dentro de nós e não em outras pessoas. Quem é feliz entrega e recebe felicidade. Sem pesar nos ombros de ninguém, sem esperar algo impossível.
Você, tão jovem e tão madura! Parabéns.
Beijo