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Dia desses, papeando no MSN com uma amiga, li o seguinte comentário: “Diva, você está em plena crise dos 50 anos”. Até outro dia, ou melhor, até outra década, as mulheres de 50 anos eram vovós gorduchinhas, cabelos grisalhos, óculos de grau na pontinha do nariz. Excelentes quituteiras e cheias de sabedoria. Hoje, em pleno século 21, sou um exemplar da nova cinquentona. Cinquentona? Deixe apagar isso, com licença. Melhor dizer: hoje, em pleno século 21, sou um exemplar da gata motor 5.0. Acho que essa última frase tem algo a ver com a tal da crise dos 50. Não acho que o RG esteja correto. Se nasci em 1961, isso aconteceu outro dia. Ainda tenho avó, portanto sou netinha, quase uma garotinha!
Dentro de poucos dias, meu filho completará 24 anos. Com essa idade, há... Há... trocentos anos, casei. O único casamento que tive, foi desfeito há... Há... Outros trocentos anos. Depois disso, feito solo ruim, nem mato nasceu em meu terreno. De namoro em namoro, de rolo em rolo, fiquei sozinha muito tempo. Eis que, um dia, miando em minha porta, apareceu um gato estilo Garfield, trazendo um buquê de flores do campo. Foi assim que comecei, aos 49 anos, a namorar o meu Divo Latívio.
Ambos em plena crise dos 50, ele mais sossegado, eu tão inquieta quanto um bando de passarinhos. Há complemento nisso, enquanto ele se cala, eu falo. Enquanto ele me observa, saio em disparada. Ele sério, eu fazendo piada. Já não vivo sem meu Divo. A recíproca parece ser verdadeira.
Quando a gente se casa, aos 20, 30 anos de idade, temos a vida inteira pra errar, voltar atrás, acertar. Aos 50 anos, olha a crise aí de novo, não há muito tempo a perder. E perdemos tempo com receio de perder o que ainda há de bom: a nossa liberdade. Eis a questão.
O espelho já não mais resmunga quando reflete a minha imagem. Diz: "tsc, Diva, você não tem remendo. Continue tomando cerveja, desisto de reclamar". Dou uma giradinha pra me certificar que estou linda e sigo adiante, feliz da vida. Deve ser a vantagem de ter chegado aos 50, não mais sou escrava da minha imagem refletida. Meu espelho é um olhar castanho, doce, que sorri ao me ver passar da sala pra cozinha. – "Anjo, você está lindinha!". Isso vale mais que mil elogios.
Aos 50 anos eu deveria saber pra onde estou caminhando. Não sei. Não consigo imaginar o que será da vida dentro de dois anos, por exemplo. Aposentada? Morando no campo? Casada? Terei viajado pra Europa? Nada sei, senão que aquilo o que trago no meu coração, continuará comigo. E é o que tenho em meu coração que me traz aqui, outro texto derramado sobre o teclado e publicado em um blog. Pra você, leitor, leitora desta senhora com mais de 49, menos de 51 e cheia de histórias e devaneios tantos.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
11 de mar. de 2011
CINQUENTANDO
Dia desses, papeando no MSN com uma amiga, li o seguinte comentário: “Diva, você está em plena crise dos 50 anos”. Até outro dia, ou melhor, até outra década, as mulheres de 50 anos eram vovós gorduchinhas, cabelos grisalhos, óculos de grau na pontinha do nariz. Excelentes quituteiras e cheias de sabedoria. Hoje, em pleno século 21, sou um exemplar da nova cinquentona. Cinquentona? Deixe apagar isso, com licença. Melhor dizer: hoje, em pleno século 21, sou um exemplar da gata motor 5.0. Acho que essa última frase tem algo a ver com a tal da crise dos 50. Não acho que o RG esteja correto. Se nasci em 1961, isso aconteceu outro dia. Ainda tenho avó, portanto sou netinha, quase uma garotinha!
Dentro de poucos dias, meu filho completará 24 anos. Com essa idade, há... Há... trocentos anos, casei. O único casamento que tive, foi desfeito há... Há... Outros trocentos anos. Depois disso, feito solo ruim, nem mato nasceu em meu terreno. De namoro em namoro, de rolo em rolo, fiquei sozinha muito tempo. Eis que, um dia, miando em minha porta, apareceu um gato estilo Garfield, trazendo um buquê de flores do campo. Foi assim que comecei, aos 49 anos, a namorar o meu Divo Latívio.
Ambos em plena crise dos 50, ele mais sossegado, eu tão inquieta quanto um bando de passarinhos. Há complemento nisso, enquanto ele se cala, eu falo. Enquanto ele me observa, saio em disparada. Ele sério, eu fazendo piada. Já não vivo sem meu Divo. A recíproca parece ser verdadeira.
Quando a gente se casa, aos 20, 30 anos de idade, temos a vida inteira pra errar, voltar atrás, acertar. Aos 50 anos, olha a crise aí de novo, não há muito tempo a perder. E perdemos tempo com receio de perder o que ainda há de bom: a nossa liberdade. Eis a questão.
O espelho já não mais resmunga quando reflete a minha imagem. Diz: "tsc, Diva, você não tem remendo. Continue tomando cerveja, desisto de reclamar". Dou uma giradinha pra me certificar que estou linda e sigo adiante, feliz da vida. Deve ser a vantagem de ter chegado aos 50, não mais sou escrava da minha imagem refletida. Meu espelho é um olhar castanho, doce, que sorri ao me ver passar da sala pra cozinha. – "Anjo, você está lindinha!". Isso vale mais que mil elogios.
Aos 50 anos eu deveria saber pra onde estou caminhando. Não sei. Não consigo imaginar o que será da vida dentro de dois anos, por exemplo. Aposentada? Morando no campo? Casada? Terei viajado pra Europa? Nada sei, senão que aquilo o que trago no meu coração, continuará comigo. E é o que tenho em meu coração que me traz aqui, outro texto derramado sobre o teclado e publicado em um blog. Pra você, leitor, leitora desta senhora com mais de 49, menos de 51 e cheia de histórias e devaneios tantos.
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