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Hoje estou especialmente triste. Difícil olhar ao redor, difícil olhar para as pessoas próximas e para as mais distantes, sem sentir-me desolada.
Mais e mais me convenço que, quem não tem dinheiro e poder, é peixinho fora d´água neste mundo de guerras e guerrilhas. Se você, que lê este texto, for alguém de classe média, um assalariado, ou profissional liberal, deve saber o quanto é difícil receber o suado dinheirinho, fruto de seu trabalho. A maioria de nós paga convênio médico. Já precisou desse convênio? Assisto ao drama de pessoas que, ao precisar de um determinado procedimento médico ou hospitalar, esbarra nas cláusulas dos contratos ( abusivos?), letrinhas miudinhas, itens que justificam a não prestação de um determinado serviço. Saúde versus doença, vida versus morte. Somos um número para alguns, somos apenas mais um.
São tantos os serviços, especialmente públicos, mal prestados! Para quê convênio médico, se pagamos altos impostos? Alguém já visitou o pronto-socorro de algum grande hospital público? Senhor, livre-nos de acidentes que exijam a internação em alguma dessas espeluncas, amém! Os pacientes ficam deitados em macas improvisadas, durante dias e dias, aguardando a possibilidade remota de serem transferidos para uma enfermaria ( lotada). Isso no corredor. Duvida? Faça uma visitinha a algum hospital público.
Para evitarmos esse drama, já que pertencemos à chamada "elite", somos a afortunada classe média ( isso é piada!), pagamos as prestações elevadas dos convênios médicos. Quis marcar uma consulta com um oftalmologista. A resposta ao telefone que obtive, proveniente da voz esganiçada de uma atendente do doutor, foi que Dr. Oculista não tem espaço em sua agenda até julho de 2017. Contive as palavras, que se penduraram na ponta da minha língua. Alguns palavrões saltitavam esperançosos, queriam ser verbalizados. Cala-te boca, a infeliz é apenas empregada do sujeito.
Há alguns anos precisei submeter-me a uma cirurgia. Foi necessário pagar um valor considerável, porque o convênio médico não cobria aquele tipo de procedimento. Eu poderia ter ido à Justiça exigir os meus direitos. Sou cidadã, pago os tais dos impostos. Tenho direitos, portanto. Porém, quando lembrei que a Justiça tarda, tarda, tarda... Imaginei uma tartaruga carregando um caminhão em suas costas. Desisti, preferi pagar achando que, assim, não iria sofrer.
E tudo isso porque hoje vi um bando de garis varrendo as ruas do meu bairro. A cena, mais ou menos, era a seguinte: um varria, dois assistiam à operação de braços cruzados e outros dois tocavam a campainha das casas, para pedir a tal “caixinha”. E olhem que nem é Natal! A corrupção começa na sarjeta, segue pelas ruas, entra nos hospitais e prefiro parar por aqui, afinal em boca fechada não entra mosquito. E “teje dito”.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
28 de mar. de 2011
A SARJETA E O CIDADÃO
Hoje estou especialmente triste. Difícil olhar ao redor, difícil olhar para as pessoas próximas e para as mais distantes, sem sentir-me desolada.
Mais e mais me convenço que, quem não tem dinheiro e poder, é peixinho fora d´água neste mundo de guerras e guerrilhas. Se você, que lê este texto, for alguém de classe média, um assalariado, ou profissional liberal, deve saber o quanto é difícil receber o suado dinheirinho, fruto de seu trabalho. A maioria de nós paga convênio médico. Já precisou desse convênio? Assisto ao drama de pessoas que, ao precisar de um determinado procedimento médico ou hospitalar, esbarra nas cláusulas dos contratos ( abusivos?), letrinhas miudinhas, itens que justificam a não prestação de um determinado serviço. Saúde versus doença, vida versus morte. Somos um número para alguns, somos apenas mais um.
São tantos os serviços, especialmente públicos, mal prestados! Para quê convênio médico, se pagamos altos impostos? Alguém já visitou o pronto-socorro de algum grande hospital público? Senhor, livre-nos de acidentes que exijam a internação em alguma dessas espeluncas, amém! Os pacientes ficam deitados em macas improvisadas, durante dias e dias, aguardando a possibilidade remota de serem transferidos para uma enfermaria ( lotada). Isso no corredor. Duvida? Faça uma visitinha a algum hospital público.
Para evitarmos esse drama, já que pertencemos à chamada "elite", somos a afortunada classe média ( isso é piada!), pagamos as prestações elevadas dos convênios médicos. Quis marcar uma consulta com um oftalmologista. A resposta ao telefone que obtive, proveniente da voz esganiçada de uma atendente do doutor, foi que Dr. Oculista não tem espaço em sua agenda até julho de 2017. Contive as palavras, que se penduraram na ponta da minha língua. Alguns palavrões saltitavam esperançosos, queriam ser verbalizados. Cala-te boca, a infeliz é apenas empregada do sujeito.
Há alguns anos precisei submeter-me a uma cirurgia. Foi necessário pagar um valor considerável, porque o convênio médico não cobria aquele tipo de procedimento. Eu poderia ter ido à Justiça exigir os meus direitos. Sou cidadã, pago os tais dos impostos. Tenho direitos, portanto. Porém, quando lembrei que a Justiça tarda, tarda, tarda... Imaginei uma tartaruga carregando um caminhão em suas costas. Desisti, preferi pagar achando que, assim, não iria sofrer.
E tudo isso porque hoje vi um bando de garis varrendo as ruas do meu bairro. A cena, mais ou menos, era a seguinte: um varria, dois assistiam à operação de braços cruzados e outros dois tocavam a campainha das casas, para pedir a tal “caixinha”. E olhem que nem é Natal! A corrupção começa na sarjeta, segue pelas ruas, entra nos hospitais e prefiro parar por aqui, afinal em boca fechada não entra mosquito. E “teje dito”.
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