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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







1 de mar. de 2011

É CARNAVAL!


Quanta dificuldade para encontrar marchinhas carnavalescas para embalar a festinha da família dentro de poucos dias!
Não estão na moda. De “Mamãe Eu Quero” até a “Cabeleira do Zezé”, foi um custo imenso encontrar algo que lembrasse os pulinhos que eu dava no salão do clube, isso há três décadas.
Ao invés disso, aquelas coisas ao estilo funk das cachorras e poposudas.
Façam-me um favor, se isso for tocar avisem-me a tempo de tampar os ouvidos. Em minha opinião, não é música!
Voltei no tempo mais uma vez. A Mami comprava confetes e serpentinas, que restavam espalhados por toda a casa. Era o bailinho de carnaval da criançada. Anos mais tarde, encontramos confetes em um lustre imenso da sala de jantar. Pedacinhos de saudade!
Os garotos adoravam aquelas bisnaguinhas contendo água, para jogar em quem passava. Tanto tempo depois, a moda foi o spray de espuma. Coisa cara.
As fantasias eram inocentes. Havaiana, pirata, odalisca. Tudo comportadinho. Em 1978 fantasiei-me de Frenética. Bonita, mas evitava ser gostosa. Não consegui, penso eu, porque o coraçãozinho bordado em lugar estratégico rendeu muitas piadinhas e um coro que cantava pra mim: “você tem que me dar seu coração”. Taí... O tempo passou!
Carnaval virou uma bagunça. Não gosto muito dos desfiles das escolas de samba. Fui muito bonita um dia, mas sempre apreciei escutar um elogio ao estilo: você é inteligente. Torço o nariz pra mulherada quase nua ( ou nua mesmo!), pulando sobre um salto altíssimo. Sempre fui assim.
Difícil estudar, difícil acordar cedo e ir trabalhar. Difícil ganhar pouquinho, ir juntando um dinheirinho. Viver não é fácil. Ganhar a vida mostrando o traseiro e áreas adjacentes, parece um atalho pra vencer na vida. Sem méritos, acho isso.
De novo é carnaval. Meu sonho é não escutar um só tambor batendo, não parar diante do televisor e assistir à mesma cena, músicas quase iguais, comentários jocosos dos narradores. Festejar à moda antiga, com simplicidade e respeito. Resgatar a brincadeira, a alegria, sem rasgar a fantasia. É possível ser feliz sem render-se à baixaria.

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