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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







9 de mar. de 2012

VIDA EM MIM

Por que minha cabeça não para de pensar? Eu gostaria de entreter-me com assuntos banais, ter prazer em simplesmente cozinhar, ou caminhar. Mas, justamente nesses momentos, os pensamentos aterrissam e me fazem mergulhar profundamente em mim.  
Por que minhas preocupações não são fúteis, assim como considero fúteis as preocupações de alguns? Por que não vivo sem a pitada acentuada da responsabilidade com os demais, sem ter que me lançar no mar de adversidades para nadar contra as dificuldades diárias?  Por que não passo por esta existência sem a missão de ser salva-vidas, salvar os demais? Sem ser comandante desta nau, a última a abandonar a embarcação? Por que tudo não pode ser normal, comum, com o controle remoto nas mãos, o teclado na ponta dos dedos, o mundo de faz de conta, ao invés da vida real? 
Por que não posso preocupar-me com amigos virtuais apenas, com amores que delirei e nada mais, coisas comuns, que muita gente faz! Deixar que horas me carreguem imaginando o que irei vestir no final de semana, se engordei ou emagreci? Tentando adivinhar aquilo o que talvez imaginem a meu respeito, se irei à balada ou não, se ele me ama ou não, se vai chover ou se fará sol? Nada disso entra no cardápio agridoce dos meus dias, a vida pisa fundo e me chama para apagar incêndios descontrolados, para participar de dramas acentuados, para enxugar lágrimas alheias e esconder as minhas próprias lágrimas. 
Vida densa assim, até o fundo, até o fim.  Apanhando feito rocha que as ondas do mar moldam ao longo de séculos. Vida feita sob medida pra mim!

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