Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura-bolo e cata
piolho. Cadê a letrinha que eu queria digitar aqui? O gato comeu! O teclado
parecia morto, ou desmaiado.Notebook, meu filho! O que há com você?
Hoje, sem aviso prévio, sem qualquer sinal de cansaço,
febre, ou tosse, um mal súbito vitimou a minha máquina, aquela que tanto me serve
e que me conduz pelos mares bravios da
internet.
Notebook não tem mouse. Notebook tem bateria. Notebook, oh
notebook! O que fazer sem meu
instrumento de trabalho e brinquedinho favorito? Corri pro celular, um
smartphone. Baixei os e-mails, tentei acessar o Facebook, bisbilhotei o número
de visitantes do meu blog. Insatisfeita, resolvi pedir socorro ao técnico do
computador. Diagnóstico: - Dona Diva, a senhora executou algum programa? – Meu filho,
eu já não saio de casa faz tempo. – Não, senhora, eu acho que não compreendeu minha pergunta: a
senhora baixou algum arquivo no seu computador?
Baixar arquivos. Lembrei que o antivírus fez uma pergunta a
respeito de eu ter, ou não ter certeza de querer executar um programa. Vírus!
Um pirata invadiu esta embarcação, capturou algumas senhas, desvendou segredos
guardados em pastas. Terá visto minha foto usando biquíni? Terá lido os textos
de Diva Latívia? Terá chorado de pena, ao ver meu saldo bancário?
O problema foi corrigido em poucos instantes. Antivírus
atualizado, limpeza de disco e outros procedimentos necessários foram feitos.
Senhas foram alteradas. Que chato, Mr.
Hacker! Você teve tanto trabalho para
invadir a minha praia, e eu te flagrei fuçando minha gaveta de calcinhas, digo,
meus arquivos pessoais.
Cá estou novamente. Persistente, de pantufinhas nos pés,
bebericando vinho tinto. Cá estou a exercitar um dos maiores prazeres da minha
vida: navegar, digitar ideias, publicar histórias. Eu e meu notebook, nas ondas
deste mar.
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