Final de semana significa descanso, diversão, mas também
significa compras no supermercado, organização da casa, compras no shopping
center e ida ao cabeleireiro. Quem já passou dos 40 anos sabe o quanto é
desagradável ter uns fiozinhos de cabelo branco. Sem tempo para ir ao salão de
beleza, comprei na farmácia tinta de cor aloirada, para retocar a raiz dos meus
cabelos. Li atentamente as instruções. Li três vezes, a última em voz alta.
Divo, intrigado com o falatório proveniente do banheiro, bateu na porta e
perguntou: - Querida, você está passando bem?
Primeiro, coloquei as luvas. Depois, segui passo a passo as
instruções da embalagem do produto. Comecei por onde sempre começa minha
cabeleireira: a franja. Passei, dando uns toquinhos suaves com o pincel.
Maravilha! Fiquei admirada, eu poderia ter nascido esteticista! As primeiras
mechas de cabelo consegui tingir facilmente. Começou então o problema. Eu não
podia enxergar a parte de trás da cabeça. Conforme ia pincelando os cabelos por
mim não visualizados, uma mecha melecada de tinta esbarrava em outra. Grande
lambança. Eu tinha sujado de tinta a minha testa, as orelhas, o nariz, o
pescoço. Tingi duas toalhas de rosto. Por fim, o trabalho pareceu
terminado. Removi as luvas das mãos,
sentei no vaso sanitário olhando pro meu relógio de pulso, também respingado de
tinta.
Meia hora. Lembrei que, a essa altura do campeonato, a cabeleireira fazia uma leve massagem na raiz dos meus cabelos. Meleca, meleca... Esperei mais dez minutos e fui pro chuveiro. A tinta escorria inclemente pelo meu corpo e se derramava amarelada sobre o piso do box. O tapetinho antiderrapante foi mudando de cor, de incolor tornou-se amarronzado. Nada que fazer a respeito, então continuei a enxaguar os cabelos. Depois, shampoo caprichado. A seguir, condicionador com fartura. Saí orgulhosa do chuveiro e fui até o espelho me admirar. Gritei: - SOCORRO!!!!! Divo, que antes imaginou que eu estivesse passando mal, desta vez suspeitou que eu tivesse me acidentado. Entrou no banheiro sem bater. – Nossa, Diva! O que você fez???
Meia hora. Lembrei que, a essa altura do campeonato, a cabeleireira fazia uma leve massagem na raiz dos meus cabelos. Meleca, meleca... Esperei mais dez minutos e fui pro chuveiro. A tinta escorria inclemente pelo meu corpo e se derramava amarelada sobre o piso do box. O tapetinho antiderrapante foi mudando de cor, de incolor tornou-se amarronzado. Nada que fazer a respeito, então continuei a enxaguar os cabelos. Depois, shampoo caprichado. A seguir, condicionador com fartura. Saí orgulhosa do chuveiro e fui até o espelho me admirar. Gritei: - SOCORRO!!!!! Divo, que antes imaginou que eu estivesse passando mal, desta vez suspeitou que eu tivesse me acidentado. Entrou no banheiro sem bater. – Nossa, Diva! O que você fez???
Meus cabelos estavam verdes, tão esverdeados quanto um maço de salsinha, agrião ou rúcula. Sem
saber o que fazer, comecei a chorar. Lembrei de Medusa, lembrei da mula sem
cabeça, lembrei do quanto meus cabelos eram lindos, antes de passar aquela tinta.
Divo começou a rir. Meu olhos estavam avermelhados, meus cabelos estavam esverdeados. Se eu sorrisse amarelo
poderia ser colocada em algum cruzamento de ruas, poderia substituir um
semáforo.
Telefonei para minha cabeleireira, ainda soluçando. Ela
falou em tom triunfal, como quem diz: "bem feito, quem mandou dispensar meus
serviços?". Agendei um horário. Pra sair de casa, coloquei um boné. Para
disfarçar meus olhos inchados de tanto chorar, passei corretivo ao redor dos
olhos e coloquei óculos escuros. Eu me sentia monstruosa!
Entrei no salão da cabeleireira, ali uma dúzia de clientes fixou os olhos em
mim, bem na direção de toda a verdura que emoldurava meu rosto. Precisei tingir
meus cabelos de um tom castanho, muito escuro. Deixei de ser loira, mas também
deixei de me parecer com um ingrediente de salada.
Semana que vem tentarei
fazer luzes, para clarear minhas madeixas. Quem vai fazer as luzes pra mim?
Acho que é muito simples, observei minha cabeleireira fazer. Basta usar o
produto correto e obedecer o tempo exato de ação do produto. Creio, será fácil,
por isso eu mesma farei as luzes em mim!
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