Era cedo quando o marido passou por ela, carrancudo e apressado,
estava de saída para o trabalho. Fez festinha pro cachorro e foi da cozinha
para a sala. Passou pertinho sem se despedir dela, que ainda tinha os olhos
inchados da noite mal dormida.
A xícara de café esquecida, a esfriar sobre a mesa. O
noticiário ainda não lido na página da internet. Estava de cara lavada, cabelos
presos em um coque displicente, um visual que espelhava a sua alma. Seu olhar o
seguiu discretamente.
Assim que escutou o barulho da porta da entrada fechar, o
som da chave a girar na fechadura, ela concluiu: - Eu sou a mulher invisível!
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