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Tenho certeza: pior que diarreia normal é a diarreia mental. Burra nunca fui, mas aquela dor de barriga, certamente de origem emocional, estragou um momento romântico. Café da manhã a dois, feriado prolongado, sentados juntinhos no sofá da sala.
Parecia um bando de passarinhos em meu abdômen. Urubus, talvez? Algo breve, rápido. Flatulência não combina com juras de amor eterno. Minhas mãos geladas, suadas. Nãooooo! Eu precisava controlar algo dentro de mim e não eram os meus sentimentos nobres! Ele carinhoso, aconchegou-se mais pertinho. Afastou a franja que caía sobre minha testa. Apertei mais forte sua mão. O banheiro a dois metros de nós. Calculei a quantos milímetros o redentor wather closet, vulgo WC, fugia de mim. Tentei corresponder ao beijo suave em meus lábios. Gemi, entendeu que de prazer. Dentro de mim uma revolução, órgãos digestivos se rebelavam e tomavam posse da minha razão. Coração acelerado e alheio às minhas ordens. Intestino, obedeça minhas ordens: agora não! Não! Nãoooo! Sobrevivi à diarreia mental, sucumbi à diarreia habitual. Quando o olhei fixamente, ele disse: - tudo bem, isso acontece.
Culpei a mortadela e o salaminho que petiscamos na véspera. Depois, sublimei a culpa sem conseguir encará-lo, morta de vergonha. Odisseia hereditária, metade da família tem história pra contar. Corre-corre pra entrar em casa: - abreeeeee a portaaaaa que preciso ir ao banheirooooo! Pai, mãe, avós, irmãos. Todos com sua anedota real, mas ninguém tinha em seus braços o par romântico, a eleita fui eu. Sorte ou falta de, não sei exatamente, afinal tudo vira texto em minhas mãos. Vontade de escrever mas que &*%¨#... Vocês sabem o que! Ainda bem, os neurônios, apesar dos pesares, continuam ilesos. Resta apenas tentar esquecer.
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
3 de nov. de 2010
E TUDO VIRA TEXTO!
Tenho certeza: pior que diarreia normal é a diarreia mental. Burra nunca fui, mas aquela dor de barriga, certamente de origem emocional, estragou um momento romântico. Café da manhã a dois, feriado prolongado, sentados juntinhos no sofá da sala.
Parecia um bando de passarinhos em meu abdômen. Urubus, talvez? Algo breve, rápido. Flatulência não combina com juras de amor eterno. Minhas mãos geladas, suadas. Nãooooo! Eu precisava controlar algo dentro de mim e não eram os meus sentimentos nobres! Ele carinhoso, aconchegou-se mais pertinho. Afastou a franja que caía sobre minha testa. Apertei mais forte sua mão. O banheiro a dois metros de nós. Calculei a quantos milímetros o redentor wather closet, vulgo WC, fugia de mim. Tentei corresponder ao beijo suave em meus lábios. Gemi, entendeu que de prazer. Dentro de mim uma revolução, órgãos digestivos se rebelavam e tomavam posse da minha razão. Coração acelerado e alheio às minhas ordens. Intestino, obedeça minhas ordens: agora não! Não! Nãoooo! Sobrevivi à diarreia mental, sucumbi à diarreia habitual. Quando o olhei fixamente, ele disse: - tudo bem, isso acontece.
Culpei a mortadela e o salaminho que petiscamos na véspera. Depois, sublimei a culpa sem conseguir encará-lo, morta de vergonha. Odisseia hereditária, metade da família tem história pra contar. Corre-corre pra entrar em casa: - abreeeeee a portaaaaa que preciso ir ao banheirooooo! Pai, mãe, avós, irmãos. Todos com sua anedota real, mas ninguém tinha em seus braços o par romântico, a eleita fui eu. Sorte ou falta de, não sei exatamente, afinal tudo vira texto em minhas mãos. Vontade de escrever mas que &*%¨#... Vocês sabem o que! Ainda bem, os neurônios, apesar dos pesares, continuam ilesos. Resta apenas tentar esquecer.
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4 comentários:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Já passei por isso amiga, no meu caso acho que foi um tantih]nho pior (o extremamente romântico insistia em me apertar). Amiga, teus textos sempre deixam meu dia mais interessante...Adoro passar por aqui logo cedo, revigora o poder dos neuronios e mantem a diarreia mental longe de mim...
P.S E se a proposta do teu filho ainda estiver de pé...rsrs
beijos Diva!
Pois é, minha futura norinha, surpresas existem e nem sempre são flores...rssss...
Que bom que você gosta dos meus textos. A admiração é recíproca, adoro ler o que você escreve.
Dê uma olhadinha nos meus álbuns de fotos no meu orkut, lá está o seu sapinho pretê. Quem sabe? rs
Beijo
Ai caraca !!!!!
Nunca me aconteceu nada parecido, mas deve ser um horror...rsrsrs
Adorei o texto!!!
Beijos
Isis,
Todos os adjetivos que passam pela minha divina cabecinha são impublicáveis. Mas que...*#&¨%*...
Creio, depois desse texto Mr. Divo Latívio vai pedir férias vencidas, 13º salário e adicional por insalubridade...rssss
Beijo
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