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Dorinha acordou com um leve mal estar. Quando levantou-se da cama, sentiu um embrulho no estômago e o mundo girou. Tentou lembrar-se do dia anterior, concluiu que nada poderia ter causado um problema digestivo.
O resto do dia foi assim, de tempos em tempos uma indisposição inexplicável. Não podia sentir aromas fortes: café, perfumes adocicados, frituras e até mesmo olhar pro buffet de saladas na hora do almoço foi um verdadeiro suplício. Preocupada, telefonou pro médico. Marcou uma consulta pro final do dia.
E lá se foi, pensando em virose, em gastrite, qualquer coisa assim. A sala de espera do médico estava um tanto lotada. Depois de uma hora foi chamada pela recepcionista:
- Dona Isadora? A senhora pode entrar.
O doutor, médico que a acompanhava desde a juventude, era um desses bons médicos, que conseguia acertar o diagnóstico sem pedir muitos exames.
- Dorinha, você já completou 40 anos, certo?
- Sim, doutor.
- Está casada?
- Não, eu me separei faz 2 anos.
- Mas está namorando?
- É, estou.
- Gosta dele, Dorinha?
-...
- Fiz uma pergunta, mocinha. É namoro sério?
- Não sei, mas estamos juntos faz 8 meses.
- Querida, vou pedir um exame de sangue, pra você colher agora mesmo.
- É algo sério, doutor?
- Vamos esperar o resultado, certo?
Dorinha passou a noite acordada. Pensou em todas as doenças contagiosas e também naquelas outras doenças, as que podem matar alguém. Quando seu namorado, Heitor, telefonou, ela tentou disfarçar a angústia, mas seu tom de voz foi delator.
- Amor, estou com tanto medo, o médico não quis arriscar nenhum diagnóstico!
No dia seguinte nem foi pro escritório. Foi direto pro consultório do doutor e escutou o seguinte:
- Você não está doente.
- Ah, graças a Deus!
- Você está grávida.
-!!!
- Por isso eu perguntei se o seu namoro é sério, mas primeiro quis ter certeza do resultado.
- E agora, o que farei?
- Espero que faça o certo.
- Mas, não sou casada! E estou com 40 anos!
- Conte pro seu namorado e, se precisar, também falarei com ele.
O resto do dia foi um suplício. Dorinha não podia ver flores, sentia enjôo. Incrível, havia flores em todos os lugares. Depois de muito pensar, decidiu contar a verdade pro namorado. Engasgou, gaguejou. Por fim disparou de uma vez por todas: - vamos ter um bebê.
Hoje é o primeiro aniversário da Bruna, filhinha da Dorinha com o Heitor. Linda, olhinhos verdes e narizinho arrebitado. Eles dois se casaram logo depois daquela notícia e segue tudo bem na vidinha do casal.
Nem sempre aquilo o que planejamos acontece. Surpresas e inesperados mudam nosso rumo, algumas vezes isso muda o nosso destino. Filhos, benditos frutos! Seres bem-vindos que trazem novo sentido às nossas vidas!
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
10 de nov. de 2010
FILHOS, BENDITOS FRUTOS!
Dorinha acordou com um leve mal estar. Quando levantou-se da cama, sentiu um embrulho no estômago e o mundo girou. Tentou lembrar-se do dia anterior, concluiu que nada poderia ter causado um problema digestivo.
O resto do dia foi assim, de tempos em tempos uma indisposição inexplicável. Não podia sentir aromas fortes: café, perfumes adocicados, frituras e até mesmo olhar pro buffet de saladas na hora do almoço foi um verdadeiro suplício. Preocupada, telefonou pro médico. Marcou uma consulta pro final do dia.
E lá se foi, pensando em virose, em gastrite, qualquer coisa assim. A sala de espera do médico estava um tanto lotada. Depois de uma hora foi chamada pela recepcionista:
- Dona Isadora? A senhora pode entrar.
O doutor, médico que a acompanhava desde a juventude, era um desses bons médicos, que conseguia acertar o diagnóstico sem pedir muitos exames.
- Dorinha, você já completou 40 anos, certo?
- Sim, doutor.
- Está casada?
- Não, eu me separei faz 2 anos.
- Mas está namorando?
- É, estou.
- Gosta dele, Dorinha?
-...
- Fiz uma pergunta, mocinha. É namoro sério?
- Não sei, mas estamos juntos faz 8 meses.
- Querida, vou pedir um exame de sangue, pra você colher agora mesmo.
- É algo sério, doutor?
- Vamos esperar o resultado, certo?
Dorinha passou a noite acordada. Pensou em todas as doenças contagiosas e também naquelas outras doenças, as que podem matar alguém. Quando seu namorado, Heitor, telefonou, ela tentou disfarçar a angústia, mas seu tom de voz foi delator.
- Amor, estou com tanto medo, o médico não quis arriscar nenhum diagnóstico!
No dia seguinte nem foi pro escritório. Foi direto pro consultório do doutor e escutou o seguinte:
- Você não está doente.
- Ah, graças a Deus!
- Você está grávida.
-!!!
- Por isso eu perguntei se o seu namoro é sério, mas primeiro quis ter certeza do resultado.
- E agora, o que farei?
- Espero que faça o certo.
- Mas, não sou casada! E estou com 40 anos!
- Conte pro seu namorado e, se precisar, também falarei com ele.
O resto do dia foi um suplício. Dorinha não podia ver flores, sentia enjôo. Incrível, havia flores em todos os lugares. Depois de muito pensar, decidiu contar a verdade pro namorado. Engasgou, gaguejou. Por fim disparou de uma vez por todas: - vamos ter um bebê.
Hoje é o primeiro aniversário da Bruna, filhinha da Dorinha com o Heitor. Linda, olhinhos verdes e narizinho arrebitado. Eles dois se casaram logo depois daquela notícia e segue tudo bem na vidinha do casal.
Nem sempre aquilo o que planejamos acontece. Surpresas e inesperados mudam nosso rumo, algumas vezes isso muda o nosso destino. Filhos, benditos frutos! Seres bem-vindos que trazem novo sentido às nossas vidas!
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4 comentários:
Realmente você disse tudo, eu não sou mãe ainda, mas tenho a vontade de poder ter um filho um dia. E aí quando tiver um, vou poder ver o trabalho delicioso que dei pra minha mãe! Infelizmente, nem todos os finais são felizes que nem o da Dorinha, ela tem muita sorte! (Risos)
Madonna,
Tenho uma teoria: ser mãe não é fácil, ser filha também não foi lá tão fácil assim...rs
O importante é levar a vida a sério. Obrigada pelo seu comentário.
Beijo
Que bom que tudo deu certo na vida da Isadora e Heitor e veio-lhe uma linda criança, mas o que vemos por aí não são histórias assim, sempre a mãe acaba sozinha e c/dupla jornada de trabalho, trabalhar fora para criar seu filho, sozinha, o pai some! Aff...
Não me imagino c/uma criança no ventre, acredito que não nascir pra ser mãe, acho lindo crianças, até quero casar e constituir família, mas filhos, não, não mesmo, mamãe até diz: "Cláudia não fala isso minha filha, é até pecado". Rsrs, coisas de mãe mesmo, já não é fácil ser filha, imagina mãe, como vc bem disse!!!
Beijinhoos
Cacau,
Não sei qual é a sua idade, mas deve ter idade pra ser minha filha. Quando eu tinha 25 anos, recém-casada, engravidei. É o meu filho único, hoje ele tem 23 anos, um rapaz lindo e o maior amor que tive e tenho nesta vida. Ser mãe é muito mais que gerar, gestar, parir ou amamentar alguém. É doar-se! É esquecer-se, mas ao mesmo tempo engrandecer-se. É o amor que mais se aproxima com o amor de Deus. Então, é uma honra ser mulher, uma honra ser mãe! Sua mãe está muito certa, não fale isso porque é pecado. Você, criatura abençoada, pode sim um dia oferecer a alguém a chance de vir ao mundo e, certamente, essa pessoinha será amada e bem cuidada por você. Quanto à dupla jornada, creia: a força que você terá não virá de si mesma, mas do Céu. A gente consegue enfrentar isso tudo e ainda sorri... Se sua mãe tivesse pensado assim feito você, neste momento a Cacau não estaria falando comigo, não estaria aqui na Terra...
Espero que você, com o passar do tempo e as muitas boas oportunidades que virão, mude de ideia.
Beijo,
Cláu
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