Eu te peguei em meus braços em sua
primeira letrinha. Eram tantas informações, tantos procedimentos em um idioma
incompreensível: informática! Copiar, colar, clicar aqui, não clicar ali,
arrastar, soltar imagens. Precisei aprender o “beabá” de um mundo estranho,
aparentemente frio e numérico. Horas a fio, movida pelo êxtase da curiosidade ,
aliada a uma pitadinha do temor da exposição pública dos meus sentimentos. Com
jeitinho de rascunho, você nasceu, Diva Latívia.
A primeira publicação, uma poesia
curtinha, sentida. Recém-nascida, olhinhos abertos, você pareceu sorrir pra
mim. Meu blog, eu uma blogueira. Tudo pareceu tão estranho! Feinha, você estava
desajeitada. Seu pai, Abílio Manoel, a pegou em seus braços, a embalou, ninou,
mimou. Belo layout você ganhou de presente! O tempo foi passando, você foi
crescendo, hoje é uma linda garotinha. Diva Latívia, ainda criança, completa
hoje dois anos de idade. Menininha travessa, às vezes reflexiva, às vezes
irreverente. Diva Latívia, o meu refúgio
com portas abertas para o mundo.
Hoje, este blog completa dois anos
de existência. Abílio partiu rumo ao Céu e deixou este presente lindo que me
devolveu o sorriso e a vontade de viver. Aqui eu reencontrei o fio da meada e
divido, diariamente, minhas sensações, reações, emoções com leitores que cabem
no mapa mundi. Este dia, 11 de abril, é
dia de celebração da vida. Diva, meu jeito de pulsar no coração do mundo. Diva,
minha Diva!
Segue aqui a minha primeira
publicação neste blog. Escrevi assim que
o blog foi ativado no dia 11 de abril de 2010. Dois anos, o tempo passou
ligeiro! A vocês, leitores, deixo o meu carinho. Este blog é meu, mas é também
de todos vocês. Muito obrigada!
Diva Latívia
ERRÁTICA E GRAMÁTICA ( 11.04.2010)
Quando ela se fartou, decidiu dar
fim a tantas reticências...
Entre vírgulas o chamou. Surgiu um
ponto de interrogação.
Em negrito e letras maiúsculas
proferiu seu ultimato: ele deveria definir-se.
Abriu aspas e pontuou as
entrelinhas.
O travessão foi bem colocado entre
uma frase e outra.
Incrédula, escutou uma exclamação,
ele não queria ser cobrado.
Abriu parêntesis e definiu os
limites do relacionamento.
Buscou um adjetivo que traduzisse
seu desapontamento.
Dor talvez fosse antônimo de amor.
Desligou o celular e, sem
despedir-se, atirou o objeto direto na parede.
O sujeito, agora sem muitos
predicados, silenciou.
Sentimento singular, ao seu lado
na cama um espaço vazio.
Lembrou-se dos momentos plurais.
Conjugou o verbo chorar e, quando
secou a última lágrima, colocou um ponto final.
Foi adeus.
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