Ah, a saudade. Ela se incorpora à alma da gente, embebe
nossos sentidos e nos entorpece. A distância estanca as horas, paralisa o
tempo. As lembranças, feito migalhas, abrem e fecham feridas. Cicatrizes.
Ah, a saudade. Seremos senhores dessa senhora? Ou será que a
ela pertencemos? Escravos de recordações que se distanciam, mais e mais.
Prisioneiros de sentimentos doloridos, revividos desesperadamente, para que não
se percam. Rostos que mais e mais se dissipam nas lembranças, descorados em
fotografias amareladas. Ausência.
Ah, a saudade. Sobras de presença, vestígios deixados em
objetos guardados, em músicas que insistem em tocar. E os dias chegam, passam,
vão embora. O amanhecer finge ignorar a súplica de quem restou. Memórias.
O coração se parte em mil pedaços quando alguém se vai, seja
pra vida, ou pra morte. Adeus, essa palavra não deveria existir. Saudade, ela deveria
ser temporária, jamais eterna. Ah, a saudade...
Aos meus parentes e amigos que partiram rumo ao Céu.
2 comentários:
A gente só sente saudades das coisas boas que passaram por nosso caminho.. sendo assim, saudade é sempre bom! E que senhora ela é, não é?
Beijos!
Lu,
A saudade é bela, mas as vezes é triste. Se eu pudesse evitá-la, assim o faria. Mas, quantos poetas escreveram lindos versos movidos pela saudade? Quantas canções entoam frases carregadas de saudade? A arte, de um modo geral, expressa bem esse sentimento dolorido, mas inevitável.
Obrigada pelo seu comentário!
Beijo
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