
Sentei no gramado e observei o esforço imenso da borboleta. Até outro dia era uma lagarta, assisti a toda sua trajetória. O casulo ficou preso em um cantinho da parede, dias e dias. Agora, com as asinhas amassadas, um tanto úmidas, tentava sair pro mundo.
Uma hora? Duas? Não sei dizer. Um parto, assim pensei. Por fim, lá estava ela, com as asinhas secando ao sol. Fui o primeiro ser humano que avistou.
De cores amarela e preta, parecida com metade das borboletas que já vi, havia algo diferente naquele bichinho delicado: era minha, totalmente minha! Senti que eu era a madrinha daquele inseto frágil.
Começou, então, a fazer algo parecido com um alongamento, abria e fechava as asas. Voou em direção ao canteiro de bromelias. Em seguida ousou um novo voo, descansou na grade do portão. Antes de se despedir de mim, sobrevoou a roseira e partiu, para viver sua vida, livre, borboleteando por aí.
2 comentários:
Que texto lindo ...
Acho que deveria ser assim todas as despedidas....
Beijos
Diva Latívia não gosta de despedidas, mas aprecia a liberdade. Obrigada, Isis. Beijo.
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