É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.

Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







29 de abr. de 2011

13.000!!!


Aqui estou dando pulinhos de alegria! Acabei de trezemilhar! Sim, isso mesmo, eu trezemilhei! Olhem o contador de visitas do meu blog. Viram? 13.000 visitas!
Leitor, leitora, se eu pudesse retribuiria a visita, mas já imaginaram Diva Latívia bater 13.000 vezes à sua porta? Melhor então deixar aqui apenas o meu agradecimento.
Nasci Cláudia, tornei-me Diva Latívia para transformar sentimentos em palavras. Obrigada a cada um de vocês, são a minha inspiração, o meu motivo e a razão do meu sucesso.
Não adianta, já chorei. Choro por tudo e vocês sabem disso. Senti saudade do Abílio, meu amigo, meu webmaster e editor teimoso. Ele me trouxe pra cá, ele criou este blog. Foi embora pro Céu e, assim espero, receberá dos Anjos a minha gratidão, o meu amor e a imensa saudade que machuca meu coração.
Sem tristeza agora. Hoje é dia de festa. Nada mais gostoso que um bom motivo pra celebrar a vida. Justamente hoje, o meu dia da semana favorito: sexta-feira! Celebremos, então!

Treze mil beijos e abraços, muito obrigada! E você, Abilinho, onde estiver, saiba que te devo muito. "Ainda nos encontraremos muitas vezes", foi você quem se despediu dizendo isso pra mim, um mês antes de ir embora pras nuvens. Portanto, ainda celebraremos juntos. Muito, muito, muito!

Diva Latívia

LOGOFF E ETC...


Nos últimos tempos surgiram verbos que antigamente sequer imaginaríamos conhecer. Por exemplo, a palavra deletar. Apagar, esse o significado de deletar. Não ficou bom? Digam adeus após apertar o del. Tem a piada da loira que usava branquinho na tela do computador para apagar o texto incorreto. Injustiça isso, sou loira e não uso branquinho e nem borracha para apagar meus erros de digitação.
Muito já escutamos alguém dizer que deletou um contato no MSN, no Facebook, Orkut e outras paragens similares. A palavra é tão estranha que aqui, no meu notebook, o corretor de texto do Word insiste em deixá-la grifada. Um alerta: tá escrevendo errado, santa! Pois quem está errado é o corretor de texto! Existe sim, basta olhar o teclado, tem lá, no alto e à direita, uma tecla que diz o seguinte: delete.
Logar, essa é demais. Novamente está grifada pelo corretor. Já fez o seu login? E o seu logoff? Outro dia, em um papo entre colegas do meu trabalho, surgiu a ideia de alguém batizar seu cachorro com o nome Logoff. Bonitinho, não é mesmo? Posso imaginar a situação: Vem cá, Logoff! Deita, Logoff! Vamos passear, Logoff?
Caps Loc. Quem diria? Alguém já imaginou que necessitaria tanto assim desse recurso? Barra de ferramentas, barra de endereços. Insert, coloquem isso também na sua lista. Se baixaram o arquivo, cuidado com os vírus. Não os da gripe, aqueles dos hackers. Piratas! Invasores cibernéticos totalmente inescrupulosos.
Qual arquivo desejam salvar? Salve-se quem puder! Arroba, antes a palavra pesava bastante, agora está levinha assim:@. Já copiaram e colaram? Não esqueçam de fazer backup de tudo isso e também guardar em pastas, não aquelas de elástico. Adeus papel, viva a era digital.
Tudo vai muito bem, obrigada, até o momento em que o computador dá pau. Travou? Apertem alt+ctrl+del, cruzem os dedinhos. Não deu certo? Reiniciem o Windows! Não é esse seu sistema operacional? Não faz mal, de qualquer forma todo computador um dia acaba dando pau.
E, pra terminar, tem as fotos que tiramos aos montes com a câmera digital e mandamos pro computador. Não vale lançar mão do recurso milagroso do photoshop! As músicas, as tais mp3 que baixamos pra depois, talvez, escutar. Baixou, tem que gravar no pen-drive, senão a máquina transforma-se em uma espécie de bicicleta carregando um caminhão. Pesadíssima, sem espaço livre. E nada melhor que a liberdade para navegar por estes mares de dados, expostos no Google, encontrados no Facebook e narrados em um blog.
Antigamente as cartas eram todas manuscritas. Caligrafia caprichada, seladas, postadas nos correios, entregues pelo carteiro. Custavam tanto a chegar com notícias importantes, assuntos diversos. Esperar a carta da namorada, do namorado. Quanta expectativa! Lembrei da música cantada por Isaurinha Garcia, Mensagem. Um trecho diz o seguinte: "quando o carteiro chegou e meu nome gritou com uma carta na mão, ante surpresa tão rude, nem sei como pude chegar ao portão". Hoje, basta escrever um e-mail, apertar enter e lá se vai a mensagem. Não vale se arrepender depois. Enviou? Já foi. Pra isso não adianta muito a função deletar.
Despeço-me de todos com aquelas letrinhas afetuosas que costumamos ler nas mensagens carinhosas que recebemos: bjs!

Aqui a música cantada pela Isaurinha: Mensagem!

27 de abr. de 2011

ENTRE FARPAS E BEIJOS


Hoje é quarta-feira, finalmente chegou a metade da semana. Dentro de dois dias, provavelmente, estarei mais feliz, afinal adoro a sexta-feira. Porém, apesar do meu dia estar lotado de compromissos urgentes, de muito trabalho que me espera, decidi atrasar um pouco meus passos e vir aqui, deixar mais um texto para os meus leitores.
A última noite passei em claro. Sim, estou acordada há mais de 24 horas. O motivo dessa insônia foi a noite mal dormida na casa que foi de minha mãe, que faleceu há pouco mais de um ano. Já faz quatro meses que pernoito na casa do meu namorado, aquele que chamo carinhosamente de Divo Latívio.
Difícil toda essa mudança que ocorre nos relacionamentos amorosos. Antigamente, as pessoas precisavam se casar pra poder dormir juntas. Hoje não é preciso sequer compromisso pra isso, pode ser algo casual, uma ficadinha. Tudo está valendo. No meu caso, há um namoro. Dormi aqui, na casa que foi da minha mãe, o endereço que é considerado meu domicílio, porque Divo e eu brigamos há dois dias. Uma briga besta, como toda briga assim o é. A discussão começou com uma bobagem e terminou com um caminhão de desaforos que despejei. Por fim, resolvi permanecer sozinha, para esfriar minha cabeça e sentir o que diz meu coração.
Logo cedo li o recado de um amigo no Facecoisa, ou Facebook se assim preferirem. Um desabafo, dizia estar sozinho, triste com a sucessão de encontros e desencontros amorosos que tem experimentado. Respondi como pude, afinal eu mesma já sofri bastante com essa falta de sincronia.
Tão fácil ter com quem dormir. Tão simples aparecer acompanhado de alguém. Difícil é ter consigo mesmo um compromisso de felicidade. Quem não se ama, não ama ninguém. Quem não está bem consigo mesmo, não consegue estar bem com seu par.
Há anos eu teimo em dizer que desejo voltar a me casar. Sou divorciada, casei apenas uma vez e já estava sozinha há anos. Divo, ao contrário de mim, era recém-separado quando nos conhecemos. Eu quero um dia me casar, ele não quer mais se casar. No máximo, oferecerá abrigo pra que eu carregue uma malinha pra casa dele. Esse vai e vem da malinha com uma muda de roupas já me cansou. Eu quero ter um lar. Quero uma sala de jantar, quero casar com festa, quero lua de mel. Quero tudo o que tive de bom um dia e muito mais: quero ser feliz!
Até que ponto é possível negociar um plano, um sonho de vida? É justo alguém fechar-se, dizer que nunca se casará, sendo que proporcionou isso pra outro alguém, com quem esteve casado? Pra quê ter um namoro sério se não há o desejo de casar-se?
E assim, com a dor do meu amigo estampada no e-mail que recebi, tentei ajudá-lo. Porém, estou cansada. São duas noites mal dormidas seguidas. Divo e eu estamos brigados. Relacionar-se só é fácil para os Anjos e eu não sou Anjo. Não sou. Minha felicidade não será negociada, não há acordo possível. Quero o meu lar.
A teoria do Zeca Pagodinho, deixa a vida me levar, deveria ser o lema de vida de quem busca o amor. A fome, sede, pressa de ter a tal da felicidade, coloca tudo a perder. Quando menos se espera, percebe-se que o muito que foi feito deu em nada. Que o coração aberto levou pancadas. E dormir de novo na velha casa da mamãe pode ser um tremendo pesadelo.
Viver pode ser fácil, pra quem é simples. Que o amor seja simples, sem medos, sem fantasmas, que chegue até onde deverá chegar. Ainda que o ponto final seja o dia de hoje, mas que seja belo e intenso sempre.
Termino o texto atrasada, o dia será uma correria. O coração está machucado, a cabeça zoadíssima pelas horas insones. Que passe logo esta quarta-feira, caro leitor.

26 de abr. de 2011

ESCREVO PARA VIVER!


Quando ela deu por si, o brilho do olhar dele nas fotos de algum tempo atrás tinha luz, muita luz. Um brilho que não mais encontrava no presente. Ultimamente ele sequer sorria.
Recordou-se dos mimos, carinhos, do fogo do começo do namoro. Lembrou-se, então, da última noite que passaram juntos, ele irritado, ela sem entender o motivo de sua irritação. A briga por conta do uso do computador, motivo tão fútil. A mágoa que vinha engasgada, a avalanche de farpas que foi lançada durante a discussão que tiveram.
Comparou os dois momentos: o passado recente e o dia de agora. Resignada, entendeu que estava sendo um peso na vida daquele homem. Que deveria estar ocupando o espaço de outro alguém, talvez a ex, talvez um novo amor que por certo ele encontraria.
Quando fechou a porta, lançou um último olhar pro interior da casa dele. Dispensou o elevador, desceu a escadaria do prédio com o olhar turvo de tantas lágrimas.
Deixou partir um grande amor. Pra que ele, livre, encontrasse a felicidade. Abraçou a solidão como quem entra em uma estrada escura, sem saber onde pisaria, o que encontraria pelo caminho.
Vida... Não é fácil dizer adeus. Ela não disse adeus, apenas foi embora, partiu.

Há textos que escrevo triste em momentos felizes. Há textos que escrevo alegre em momentos tristes. Hoje fui alegre e triste, hoje de novo escrevi.

TRAGO O SEU AMOR DE VOLTA EM TRÊS DIAS!


Desde o dia que João Alfredo terminou com ela o namoro, Linda Cristina vivia pelos cantos a choramingar. Nada, nem mesmo um bonito dia de sol, conseguia trazer um breve sorriso, um pensamento doce. Nada! Era somente tristeza seu coração. Lembranças, todas elas bailavam ao seu redor. As músicas lhe traziam recordações torturantes, assim como os lugares por onde foram, os perfumes, sabores, tudo lembrava o quanto doía a saudade que sentia do amado João Alfredo.
As amigas tentavam dissuadi-la do intuito de afundar-se em um poço de recordações, mas Linda agarrava-se a cada breve lembrança, tal e qual quem deseja encontrar o fio de um emaranhado de lã. Noites insones, dias sonolentos. Parecia que a vida a desafiava com sua indiferença. O sol brilhava, apesar de sua dor, isso pra ela algo incompreensível.
Era uma tarde de quinta-feira quando Linda Cristina estava voltando do curso de espanhol e viu em um poste de iluminação um cartaz anunciando algo inusitado. Assim estava escrito: Vó Dandá, faço e desfaço despacho, mandinga, macumba, afasto o mau olhado. Trago o seu amor de volta, rastejando aos seus pés, em 3 dias.
Mais do que depressa, Linda procurou o celular dentro da bolsa e marcou a consulta com a “vidente”. O endereço não era muito distante daquele local. Vó Dandá tinha seu escritório – se é que esse tipo de lugar pode ser assim chamado – sobre uma bicicletaria. O aroma de incenso dobrava a esquina. Tocou a campainha duas vezes, até que um garoto de seus 14, 15 anos veio atender. Subiu uma escadinha escura e íngreme e foi convidada a sentar-se em uma sala com poucos móveis. Eis que chegou Vó Dandá.
Senhora obesa, idade acima dos 70 anos. Brincos dourados de imensas argolas, vestido rodado estampado de vermelho e dourado. Muitas pulseiras e colares de miçangas coloridas. O mais impressionante eram suas unhas muito longas, talvez postiças, pintadas de um tom marrom, quase cor de terra.
Silêncio. Algo aflitivo, constrangedor. Ali poderia estar, diante de si, a salvação para o seu problema, a sua dor que aumentava a cada dia. Quem sabe um breve despacho, uma simpatia, algo assim? Qualquer pequeno sacrifício? Uma galinha, um bode, um avestruz?
E eis que começou a consulta. Cartomancia, búzios. E baixou o santo em Vó Dandá. – Fia, ôce tem pobrema de inveja. É muita inveja! Seu ômi vai vortá! Em treis dia seu ômi vai vortá, mas pra isso percisa primeiro comprá um materiá.
A lista era enorme, tinha de peru defumado da Sadia até damascos secos, champagne Vèuve Clicot e vodca russa! Aquilo tudo não ficaria por menos de dois mil reais, assim calculou Linda Cristina. Porém, tão generosa e bondosa pareceu ser Vó Dandá! Não cobrou um centavo sequer pela consulta e, ainda pegou o nome, o telefone e o endereço de João Alfredo, tudo pra que as poderosas forças ocultas lá fossem visitá-lo para reapaixoná-lo por Linda Cristina.
Iludida, desesperada, ansiosa, Linda comprou todos os itens e, pessoalmente, entregou à Vó Dandá. Passados os três dias, sem receber um só telefonema de João Alfredo, decidiu voltar ao lugar onde fez a consulta. Pasme, estava escuro e trancado. Intrigada, deixou um bilhete aflito sob a porta: “Vó Dandá, estive aqui, preciso falar urgente com a senhora”.
Dois dias mais tarde, Vó Dandá telefonou. Precisava de vinte dúzias de rosas vermelhas, um vidro de Chanel n. 5, um jogo de malas de viagem novo e de boa qualidade, dois cortes de tecido de crepe de seda, uma sandália de salto baixo, couro puro, tamanho 38 e cem velas de sete dias. Apesar de achar isso tudo meio esquisito, Linda comprou o que foi pedido. Nova promessa: em dois dias seu amado estaria de volta, apaixonado, até a pediria em casamento!
Dois dias depois, nada! Nem mesmo um e-mail, um torpedo no celular. Nem sinal de João Alfredo. Pela primeira vez, Linda compreendeu que havia caído no conto do “trago o seu amor de volta”. Revoltada, foi a uma delegacia. Fez o B.O. com lágrimas nos olhos. O escrivão, tão simpático, solícito. Comovido, trouxe café, água. Por fim, já que estavam no horário do almoço, convidou Linda pra com ele almoçar.
E foi assim que Linda Cristina conheceu seu novo amor, Paulo Olavo. Desse dia em diante não mais chorou, os dias de sol voltaram a brilhar, as músicas voltaram a trazer alegria e todos os lugares por onde um dia havia passado com seu ex não traziam tristes recordações.
E quanto à Vó Dandá? Ninguém sabe, mas parece que agora se mudou pra zona Oeste da cidade, afinal por ali há vários cartazes em postes anunciando a volta do amor em três dias.

25 de abr. de 2011

SEMANINHA


Deve ser o efeito pós-feriado prolongado. É! Deve ser o day after. Amanheci com a alma em tirinhas, tal e qual retalhos que esperam um destino qualquer.
Mirei o céu, observei as nuvens. Fiz o possível pra não encarar a segunda-feira como ela é. Banco, contas, chefe(s), pressão alta, pressão baixa, haja coração! Lembrei da declaração do imposto de renda. Corri! Mandei! Certa ou errada, cliquei e já era, seguiu pra base de dados da Receita Federal. Ufa! Não imprimi. Impressora deu o chamado pau. Pauleira a segunda-feira.
Comecei e terminei a dieta alimentar. Minha valiosa ajudante do lar, indiferente aos meus apelos dietéticos, preparou torresminho, aquela pururuca engordativa e avessa à minha necessidade de ser leve e então voar.
Papéis ao meu redor. Tantos que eu poderia fazer picadinho de boletos de pagamento, documentos importantes, compromissos impressos com data marcada. Poderia fazer uma batalha de confetes e rir, enlouquecer, riscar do calendário este dia da semana. Abril já se vai, indiferente ao tempo que passou. Hoje, de novo, segunda-feira!
Domingos, ainda que pascais, significam a véspera desse dia fatídico. A musiquinha, aquela do Fantástico ( É Fantástico... Tóim!), desde os idos tempos de colégio, tempos de prova de matemática, detesto segunda-feira. O dia passa arrastado, a adaptação à realidade finge ser novata, como se outras milhares de segundas-feiras não a tivessem precedido. Domingo é a véspera, eita dia enjoado. Esse também não passa, tem sabor de final de festa, coxinha fria, brigadeiro grudado no tapete da sala. Inhaca! Não gosto de domingo também.
A minha semana começa na noite de terça-feira, véspera de quarta-feira. Metade da semana, menos mal assim. O apogeu da semana, a verdadeira apoteose, é a manhã de sexta-feira. O melhor da festa é a véspera. Expectativa, como será o final de semana? Por fim, o sábado chega feito recheio gostoso e depressa se vai. Lá vem de novo o entojado domingo, avisando que amanhã a magia estará desfeita. E, creiam, nasci em uma segunda-feira, talvez pra ser do contra. Coisas de Diva.
Com o olhar ao estilo farol baixo, despeço-me. Ainda há muita lenha pra queimar antes da sexta-feira voltar. E que chegue logo, com a promessa de demorar-se e trazer puxando pelas mãos um longo sábado.
De volta à realidade, terminou o meu horário de almoço, sob a mira do resto do dia. Deixem-me cuidar da papelada, respirar fundo e enfrentar o resto da jornada. Dá-lhe sebo nas canelas, pousei forçado neste voo inoportuno.

20 de abr. de 2011

FELIZ PÁSCOA!


Começo o texto pelo final, estou na minha segunda ( primeira?) casa, aguardando a chegada de Divo Latívio, ou Álvaro, meu namorado ( namorido?). Esta Páscoa que se aproxima será a primeira que passaremos juntos. Ultimamente voltei a ser garota, que ri feito menina, que sonha cor-de-rosa. Desde que o coelhinho da Páscoa trouxe os últimos ovinhos, que recebi há muitas décadas, eu não aguardava a data com tamanha expectativa. A felicidade é de uma criança: RENASCI!
Pela janela da sala do apartamento escuto as buzinas dos carros, está especialmente confuso o trânsito da cidade de São Paulo nesta véspera de feriado prolongado. Divo está no meio dessa confusão, a caminho de casa. Eu aqui, descalça, escrevendo mais uma vez pra vocês.
Quando vim pra casa, uma amiga me trouxe de carro. Carona divertida, ganhei de presente um limão que rolava no chão do carro a cada parada, a cada curva. Soube que veio de Minas Gerais, terra natal dessa amiga. Não farei uma limonada, isso seria desperdício. Em breve esse limão mineiro vai parar em deliciosa caipirinha, afinal esse feriadão merece um brinde, uai!
Termino o texto pelo começo. Cá estou para desejar-lhes Feliz Páscoa, tão feliz quanto meu coração, tão bonito quanto esta noite de outono na capital paulista.

16 de abr. de 2011

ZEZÉ E O ALHO NEGRO


Quando cheguei em casa, depois de um dia longo de trabalho, Zezé – minha valiosa auxiliar do lar – disparou a falar:
- Dona Diva, chegou pacote do correio pra senhora, mas eu precisei abrir.
- Que pacote, Zezé?
- Uma caixa fedida, mandaram coisa podre pra senhora.
- Onde está a caixa, Zezé?
- Vixe, graças a Deus já mandei pro lixo!
- Zezé, você jogou fora uma encomenda que era pra mim?
- Dona Diva, tava podre!
- O que tinha na caixa e quem era o remetente?
- Sei lá quem meteu o que onde, Dona Diva. Mandaram pra senhora um monte de alho podre!
Nesse momento eu até gelei. Alho podre? Depressa lembrei que meu irmão mandaria via Sedex uma caixa contendo alhos negros, uma especiaria rara, cara, muito aguardada por mim.
- Zezé, em qual lixo você jogou o pacote?
- Dona Diva, o lixeiro passa de manhã. Levou aquela imundície embora faz tempo. Precisei até passar desinfetante na lata de lixo. Que coisa fedorenta! Cruz, credo!
- Não era lixo, Zezé!
- Como que não era! Se a senhora visse! Olha, Dona Diva, aquilo eu acho que era macumba que fizeram pra senhora.
- Zezé, quem mandou o alho foi meu irmão!
- Que família horrível, dona Diva. Sinto muito pela senhora. O próprio irmão fazer um despacho desses!
- Zezé, era tempero, não era lixo!
- Dona Diva, sei que a senhora não entende muito de cozinha. Mas, coisa podre dá infecção. Queria ter dor de barriga? Salvei a senhora de ser envenenada. Que família, coitadinha!
Por fim, desisti de reclamar. O alho foi parar no lixo. Ainda tive que explicar pra Zezé que não foi macumba, nem mandinga. Foi difícil me livrar da quantidade imensa de arruda e sal grosso que ela providenciou e espalhou por toda casa. Adeus, alho negro. Fazer o quê?

13 de abr. de 2011

DIA DO BEIJO

Se todas as bocas proferissem apenas palavras doces, se todos os lábios apenas selassem um beijo, o mundo estaria em PAZ.
Hoje celebramos o Dia do Beijo. Deixo aqui um vídeo que reúne beijos do cinema. Celebrem a data, beijem muito!

LARANJADA DE IDEIAS EM 14 MINUTOS


Tem gente que prefere ver um fantasma a aproximar-se de um blogueiro. A ideia é de que tudo pode transformar-se em “post”. O que dizer, então, a respeito de namorar um blogueiro ou uma blogueira? Momentos a sós, situações em dueto, alegrias, tristezas, briguinhas, tudo isso pode parar na internet. Uma das maiores “roubadas” que pode ocorrer pra quem se dedica a escrever em um blog é deixar-se levar pela emoção – boa ou má – do momento e mandar ver no teclado, depois clicar em “enviar”. Alguns dos meus textos mais populares foram assim escritos, sob o comando de momentâneos 7 pecados capitais, todos reunidos em dedos, com os quais digitei palavras, linhas, parágrafos. Sempre é possível arrepender-se, correr até as configurações do blog e deletar a postagem. Porém, tudo estará registrado no Papai Google, que abriga essa maçaroca que é o blog. Se já deletei alguma coisa? Claro que sim! Quem leu a tempo sabe disso.
Sou uma pretensa escritora. Sou uma pretensa escritora compulsiva. Jamais preparo um texto dias antes de publicá-lo. Pra ser mais precisa, jamais faço o rascunho de um texto. Feito comidinha boa e caseira, tudo o que crio é publicado imediatamente e o tempo dispensado nessa elaboração de uma crônica não ultrapassa 10 ou 15 minutos. Comecei a escrever esta postagem há exatos seis minutos. Calculem quanto tempo levarei para concluir a crônica (direi ao final).
Tem gente que imagina que ter um blog é ter uma casa com janelas de vidro, daquelas que possibilitam a visualização de todo o seu interior, um flagrante da intimidade de quem escreve. Esquecem-se, ou simplesmente ignoram, que existe a imaginação. Que a arte ( blog também é cultura) imita a vida. Posso lembrar de um episódio que aconteceu com um conhecido há trinta anos atrás e transformar em história atual, com detalhes tantos que o leitor e até eu mesma me identificarei com a narrativa.
De onde vem essa facilidade para escrever, desprovida de reverência, sem maquiagem, sem cerimônia? Um dom? O tema pode ser um prato cheio pra mim: relacionamentos amorosos. Meu coração, curado das feridas do passado, não esquece o lado divertido da busca que fiz, das décadas que demorei até encontrar meu parceiro de jornada. Não imagine você, leitor, leitora, que não existe um ônus, que não sou chamada à diretoria de vez em quando. Meu “Divo Latívio” é compreensivo, mas é homem. Homem costuma ser possessivo quando o assunto é a sua mulher. Falar do Brejo é metade do caminho pra ser pra lá enviada, ele não entende muito bem que minha criatividade independe de um cadastramento em um site de namoro. Há textos que foram muito elogiados pelos leitores, mas que custaram caro pra mim e pro meu relacionamento. Ciuminho à parte, nem sempre me deixo levar pela censura e mando ver no teclado.
Desde cedo comecei a escrever. As redações do colégio já faziam sucesso. Na adolescência precisei escolher minha profissão e, quando fui reprovada no vestibular para o curso de Jornalismo, escolhi minha segunda opção: Direito. Dizem que, para ser bem sucedido em sua profissão, é preciso escolher aquilo o que gosta de fazer. Não me tornei jornalista. Deduzam o restante da história.
De novo passou por mim a ideia anterior. De onde vem esse dom? Não posso deixar de mencionar Deus, afinal sem Ele eu não estaria aqui e nem vocês estariam aí. Mas, eu poderia ser atriz, eu poderia ser astróloga ou ser missionária enviada à alguma tribo africana. Tudo isso eu realizaria com primazia, pois também tenho o dom. Restou a escrita, no papel que tudo aceita. Hoje, de um jeito moderno, restou a escrita no teclado que tudo aceita. Falta apenas a inspiração, que tem falhado. Fica pendurada no trânsito da capital paulista, nas filas dos bancos, na correria contra o tempo. Ainda assim, tudo vira texto em dois blogs, feito um suco de frutas doces, com açúcar para agradar ao nosso paladar. Alimento, refresco, eis aqui mais um texto.
Acima eu disse que revelaria quanto tempo demorei para escrever esta crônica. De acordo com o meu relógio, demorei exatos 14 minutos. Suquinho rápido, uma laranjada de ideias pra vocês.

10 de abr. de 2011

SEM VOCÊ? NÃO TEM GRAÇA!


Assim que acordei, neste domingo de outono, pensei nos textos que poderia escrever e publicar neste blog. Falaria do outono, talvez falasse de minhas reais e imaginárias aventuras e desventuras. Porém, um episódio ocorrido no dia de ontem, marcou não apenas o meu final de semana, mas toda a minha vida.
É a segunda vez que a banda U2 vem a São Paulo e não posso assistir ao show. Desta vez impedimento maior foi a demora na procura de ingressos. Esgotaram-se rapidamente, perdi a oportunidade.
Após lamentar, segui em frente. A correria, o dia a dia, tudo isso ajudou a superar a frustração inicial. Porém, chegou o dia do show e, mais uma vez, fiquei chateada. Imperdoável a minha falta de celeridade na busca de um par de ingressos: pra Divo e pra mim. Portanto, já era.
No horário do almoço, comidinha nas panelas, Divo chegou em casa e sentou-se pertinho de mim. Televisor ligado, a matéria do telejornal era justamente o U2. Divo disse o seguinte: - Sabe o meu amigo Pedro Henrique? Ele me perguntou se eu gostaria de ir ao show com ele no domingo, porque sobrou um ingresso.
Foi apenas uma fração de segundo. Naquele instante suspirei resignada, afinal um de nós dois iria ao show tão sonhado. O suspiro foi interrompido com o toque da mão de Divo em minha mão. Jeito afetuoso, de quem compreende meu coração.
- Diva, deixe de ser boba. Eu respondi que não posso ir e perguntei se ele tinha 2 ingressos, pra você e pra mim. Já que não tinha, não vou, porque ir sem você não tem graça.
Ainda dei uma forcinha de leve pra que ele fosse, mas torcendo pra que não fosse. Achei o máximo a prova de amor que recebi. Portanto, não fui assistir U2, mas ganhei o final de semana, ganhei o mês e o ano. Coisa boa que é ter um par que me acompanha em todas as situações. Esse é o meu par! Essa marca está gravada pra sempre, eternamente. Prova de amor contemporânea: se você não vai, não quero ir.
Deixo um vídeo lindo que assisti logo cedo: U2 e um coral Gospel. Vale a pena conferir!


8 de abr. de 2011

1 ANO DE BLOG!


Este blog está completando 1 ano. Dia 11 de abril de 2010, um domingo, estava em casa sozinha. Na época eu escrevia para o blog Janela das Loucas, do meu saudoso amigo Abílio Manoel. Há tempos eu tinha a intenção de ter o meu próprio blog, para escrever tudo aquilo o que desse na minha telha. O impulso, típico da autora que assina Diva Latívia, foi quase mágico. Em menos de uma hora eu já tinha escrito o primeiro texto e arriscava aprender toda essa parafernália que é a configuração de um blog. Dias depois, Abílio sempre amigo e generoso, arrumou o layout, consertou pequenos problemas e cá estamos, com mais de 12 mil acessos.
O primeiro texto que escrevi, talvez movida pela solidão daquele domingo, talvez por ser muito sensível e já estar sintonizando a proximidade de alguém ( Divo, que somente conheci meses depois), chegou ao meu teclado carregado de dor, ausência, desejo de virar a página.
Aqui está, mais uma vez, Errática e Gramática, meu primeiro texto neste blog. A você, leitor, leitora, obrigada por derramar seu olhar sobre meus textos.

Diva Latívia


ERRÁTICA E GRAMÁTICA

Quando ela se fartou decidiu dar fim a tantas reticências...
Entre vírgulas o chamou. Surgiu um ponto de interrogação.
Em negrito e letras maiúsculas proferiu seu ultimato: ele deveria definir-se.
Abriu aspas e pontuou as entrelinhas.
O travessão foi bem colocado entre uma frase e outra.
Incrédula, escutou uma exclamação, ele não queria ser cobrado.
Abriu parênteses e definiu os limites do relacionamento.
Buscou um adjetivo que traduzisse seu desapontamento.
Dor talvez fosse antônimo de amor.
Desligou o celular e, sem despedir-se, atirou o objeto direto na parede.
O sujeito, agora sem muitos predicados, silenciou.
Sentimento singular, ao seu lado na cama um espaço vazio.
Lembrou-se dos momentos plurais.
Conjugou o verbo chorar e, quando secou a última lágrima, colocou um ponto final.
Foi adeus.

7 de abr. de 2011

LUTO!


Hoje muito cedo começamos o dia com uma notícia muito triste e terrível. A morte de crianças dentro de uma escola no Rio de Janeiro. A extrema violência contra essas crianças foi vista e revista diversas vezes por muitos de nós nos noticiários.
De tão comovida, choro a cada imagem que vejo. Sou mãe, sou tia e sei o quanto é maravilhoso ter o dom da vida. Não consigo escrever o texto, leitor. Não consigo! Crianças são pequenas bênçãos, são provas de que Deus existe. Deveriam ser extremamente amadas, protegidas e bem orientadas por suas famílias e toda a sociedade. Não é o que acontece, infelizmente.
Já muito falamos sobre a violência que arranca a vida, destrói famílias, tira de todos nós a paz que é essencial para cumprirmos nossas missões aqui na Terra. Escolas deveriam ser o segundo lar dos alunos. Porém, quantos sequer têm o primeiro lar? Vidinha complicada essa!
Sinto imensamente por todas essas crianças. Sinto por seus pais. Perder um filho eu posso imaginar que seja a pior dor que alguém possa sentir. Sinto pelas crianças, que tiveram suas vidas tiradas brutalmente. Sinto por quem está agora sofrendo, implorando a Deus que salve seu filho internado em um hospital.
O mundo pode sim melhorar. Isso depende de cada ser humano. Tudo começa dentro de nossos corações. Se eu for alguém melhor, o mundo se tornará melhor. Talvez, eu não possa impedir que um psicopata mate inocentes, mas levarei o bem a quem estiver ao meu alcance. É assim que tudo começa!
Meninos, meninas, que Papai do Céu os tenha no melhor lugar do Céu. Pai, Mãe, que Deus lhes dê muita força pra seguir em frente.

5 de abr. de 2011

LUGAR DE LIXO É NO LIXO!


Se existe algo que me irrita é hipocrisia. Vamos ao dicionário! Hipocrisia significa fingimento, falsidade. Hipócrita é o falso, a falsa; o mentiroso, a mentirosa. Eles me irritam.
Quando um relacionamento amoroso termina, seja ele namoro ou casamento, deveria cada um tomar seu rumo, sem mais choramingar ou debater-se. Porém, eis aqui a tal da hipocrisia. Nem todo mundo sabe exatamente o que quer e, na dúvida, alguns decidem reciclar o lixo. Explico. Separar-se deveria significar adeus, au revoir, tchauzinho. Mas, há aqueles e aquelas que, movidos pela ausência física, emocional, material, ou seja lá que tipo de ausência for, decidem ir buscar de volta aquele ser que agora é seu ex, reconquistá-lo se não pelo amor, pela teatral dor.
As artimanhas podem ser diversas. Emagrecer consideravelmente, trajar-se de preto-luto, diminuir a maquiagem, tirar fotografias com a fisionomia pesarosa e estampá-las no Orkut, Facebook. Há quem simule tentativa de suicídio, embriague-se e faça escândalos ao telefone ou pessoalmente. Tem quem crie embaraços infindáveis, seja com filhos ou patrimônio, para ter ainda contato com a ex, com o ex. Porém, o que mais me irrita mesmo é a intenção de ter de volta quem foi machucado e lançado à distância, sem dó.
Quem volta nessa estrada, digo com certeza, arrepende-se. Lixo deveria ir embora no caminhão, com seu odor e aparente inutilidade. Dizia minha mãe algo sábio, mas um tanto desagradável de ser explicado. Ir ao banheiro, todos fazemos isso. Após o uso do vaso sanitário utilizamos a descarga. Adeus xixi, adeus cocô. E não é preciso atirar-se pela tubulação para ir buscar esses dejetos, afinal pra nada mais nos servem e são nojentos. O mesmo é a separação. Já era, foi embora pro esgoto! Mas, os maus perdedores, as más perdedoras, não se conformam. Para provar a si mesmos que podem reconquistar seu ex-par, empenham-se em aparecer, dão um jeito de ser lembrados ainda que causem algum tipo de transtorno.
Difícil mesmo é não se deixar abalar, quando existe a decisão de não voltar atrás, não render-se ao apelo de quem é ex. Nessa confusão, que pode acontecer pouco tempo após a separação ou até mesmo anos depois, sobram fagulhas pra quem nada tem a ver com isso: o novo namorado e namorada desse casal. Pedir compreensão a esses, creio que seja pedir demais. Não acho justo servir de muleta, tábua de salvação pra quem está sofrendo reflexos de uma separação recente e/ou mal resolvida. Ser um estepe pra aquele pneu titular e furado.
E tudo isso porque não suporto a hipocrisia, que significa falsidade, mentira. Tolo quem se deixa enganar! Tolo quem não agarra a vida com força, abre-se pra um novo amor com lealdade e sem buscar o lixo do seu passado. Muito ajuda quem não atrapalha, portanto que descansem em paz os ex. Amém!

BOM DIA, MAU HUMOR!



Acordei nesta terça-feira, dia 05 de abril de 2011, desanimada. Olhei pro lado, Divo ainda dormindo. Mal havia amanhecido. O despertador sequer tinha disparado o alarme da alvorada. Estava deitada na pontinha da minha metade da cama, quase um precipício a meio metro do chão. Talvez, o primeiro pé que coloquei no chão tenha sido o esquerdo. Dizem que levantar com o pé esquerdo é tão negativo quanto dormir com o traseiro descoberto. A luta durante a noite foi por um palmo de edredom. Enrolado em panos, feito uma múmia, Divo “roubou” de mim a coberta. Não estava frio, mas despertei congelada.
Espirrando, dirigi-me ao banheiro. Descabelada, profundas olheiras. Enquanto tentava seguir meu roteiro matinal, meu cérebro parecia meio adormecido. Aquele ser tão amado apossou-se do meu território, metade de uma cama de casal. Para melhor acomodar-se, rescostou-se em meu travesseiro, seu cotovelo em minha cabeça. Com jeitinho tentei empurrá-lo de volta ao seu lugar, resmungou qualquer coisa, decidi deixar pra lá. Longa noite. Recordei-me do pernilongo. Acabou o verão, por que diabos pernilongos continuam a povoar o nosso espaço? Aquele som – bzzzzzzzzzzz – bem na orelha. Inseticida, aparelhinhos para repelir insetos estrategicamente deixados nas tomadas. Nada consegue afastar esses seres indesejáveis.
Acordei mal humorada. Para combater minha situação, tentei abrir o pote de vitaminas, com aquela tampa de segurança à prova de crianças. Não consegui. Crianças não podem abrir. Divo, ignorando sua parcela de culpa por minha insônia, riu. Decidi sair mais cedo, pra evitar pior situação.
Na portaria Zé Raimundo, porteiro folgado e folguista, entregou-me com olhar sarcástico a correspondência. O remetente era o Banco do Brejo, a fatura do cartão de crédito. Joguei o envelope dentro de minha bolsa, aquela que batizaram de “Capitão Caverna”. Ali tudo existe e nada se encontra. Na minha bolsa tem carretel de linha, tem batom sem tampa, bala com a validade vencida, tem lixa de unha, cartão de visitas de advogado, tem até carregador de celular. Por falar nisso, quando toca o celular não consigo encontrá-lo a tempo e preciso ainda buscar meus óculos de grau pra descobrir quem foi que telefonou.
Quanto mau humor! O dentista desmarcou a consulta, justamente no horário em que eu estava a caminho de seu consultório. Já não dá mais pra mastigar rapadura, quebra-queixo, resta a maria-mole. Mole feito eu, que penso estar acometida de dengue. Preguiça nesta terça-feira, véspera de quarta-feira e tão distante da sonhada sexta-feira, quando poderei sair do trabalho e sonhar com o final de semana.
Dividir a vida e dividir o espaço. Penso agora em adquirir uma cama king size, a maior que conseguir encontrar. Penso em colocar ao redor da cama aquele mosquiteiro de tule, para afastar todo e qualquer pernilongo noturno. Penso em dormir no lado oposto da cama, o que me obrigará a levantar-me com o pé direito. Penso em comprar novas vitaminas, com tampa que favoreça quem ainda está na infância. Penso em virar todo o conteúdo de minha bolsa, para descobrir o que há em seu interior. E de tanto pensar, perdi a hora, tenho que seguir meu roteiro de terça-feira. Que o trânsito esteja generoso, que o vento sopre desacompanhado da chuva. Que as horas passem e depressa chegue a noite, pra que eu durma sem disputar espaço ou cobertor. Bom dia, mau humor. Bom dia, amigo leitor!

1 de abr. de 2011

SMARTPHONE, IPHONE, IPOD, QUEM PODE?

Irresistível este vídeo. Minha última postagem, quando falo do smarphone de Divo,fica agora muito bem ilustrada. Uma descortesia ter um celular, telefone, Iphone ou seja lá o que for e dividir a atenção entre alguém ao seu lado e essa engenhoca moderna. Vale a pena assistir ao vídeo.