
Quando ela deu por si, o brilho do olhar dele nas fotos de algum tempo atrás tinha luz, muita luz. Um brilho que não mais encontrava no presente. Ultimamente ele sequer sorria.
Recordou-se dos mimos, carinhos, do fogo do começo do namoro. Lembrou-se, então, da última noite que passaram juntos, ele irritado, ela sem entender o motivo de sua irritação. A briga por conta do uso do computador, motivo tão fútil. A mágoa que vinha engasgada, a avalanche de farpas que foi lançada durante a discussão que tiveram.
Comparou os dois momentos: o passado recente e o dia de agora. Resignada, entendeu que estava sendo um peso na vida daquele homem. Que deveria estar ocupando o espaço de outro alguém, talvez a ex, talvez um novo amor que por certo ele encontraria.
Quando fechou a porta, lançou um último olhar pro interior da casa dele. Dispensou o elevador, desceu a escadaria do prédio com o olhar turvo de tantas lágrimas.
Deixou partir um grande amor. Pra que ele, livre, encontrasse a felicidade. Abraçou a solidão como quem entra em uma estrada escura, sem saber onde pisaria, o que encontraria pelo caminho.
Vida... Não é fácil dizer adeus. Ela não disse adeus, apenas foi embora, partiu.
Há textos que escrevo triste em momentos felizes. Há textos que escrevo alegre em momentos tristes. Hoje fui alegre e triste, hoje de novo escrevi.
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