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Quando cheguei em casa, depois de um dia longo de trabalho, Zezé – minha valiosa auxiliar do lar – disparou a falar:
- Dona Diva, chegou pacote do correio pra senhora, mas eu precisei abrir.
- Que pacote, Zezé?
- Uma caixa fedida, mandaram coisa podre pra senhora.
- Onde está a caixa, Zezé?
- Vixe, graças a Deus já mandei pro lixo!
- Zezé, você jogou fora uma encomenda que era pra mim?
- Dona Diva, tava podre!
- O que tinha na caixa e quem era o remetente?
- Sei lá quem meteu o que onde, Dona Diva. Mandaram pra senhora um monte de alho podre!
Nesse momento eu até gelei. Alho podre? Depressa lembrei que meu irmão mandaria via Sedex uma caixa contendo alhos negros, uma especiaria rara, cara, muito aguardada por mim.
- Zezé, em qual lixo você jogou o pacote?
- Dona Diva, o lixeiro passa de manhã. Levou aquela imundície embora faz tempo. Precisei até passar desinfetante na lata de lixo. Que coisa fedorenta! Cruz, credo!
- Não era lixo, Zezé!
- Como que não era! Se a senhora visse! Olha, Dona Diva, aquilo eu acho que era macumba que fizeram pra senhora.
- Zezé, quem mandou o alho foi meu irmão!
- Que família horrível, dona Diva. Sinto muito pela senhora. O próprio irmão fazer um despacho desses!
- Zezé, era tempero, não era lixo!
- Dona Diva, sei que a senhora não entende muito de cozinha. Mas, coisa podre dá infecção. Queria ter dor de barriga? Salvei a senhora de ser envenenada. Que família, coitadinha!
Por fim, desisti de reclamar. O alho foi parar no lixo. Ainda tive que explicar pra Zezé que não foi macumba, nem mandinga. Foi difícil me livrar da quantidade imensa de arruda e sal grosso que ela providenciou e espalhou por toda casa. Adeus, alho negro. Fazer o quê?
Aqui você encontrará temas ligados a comportamento, relacionamentos e cotidiano.
É proibida a reprodução não autorizada dos textos deste blog, de acordo com a Lei nº9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais.
Apresentação
Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.
16 de abr. de 2011
ZEZÉ E O ALHO NEGRO
Quando cheguei em casa, depois de um dia longo de trabalho, Zezé – minha valiosa auxiliar do lar – disparou a falar:
- Dona Diva, chegou pacote do correio pra senhora, mas eu precisei abrir.
- Que pacote, Zezé?
- Uma caixa fedida, mandaram coisa podre pra senhora.
- Onde está a caixa, Zezé?
- Vixe, graças a Deus já mandei pro lixo!
- Zezé, você jogou fora uma encomenda que era pra mim?
- Dona Diva, tava podre!
- O que tinha na caixa e quem era o remetente?
- Sei lá quem meteu o que onde, Dona Diva. Mandaram pra senhora um monte de alho podre!
Nesse momento eu até gelei. Alho podre? Depressa lembrei que meu irmão mandaria via Sedex uma caixa contendo alhos negros, uma especiaria rara, cara, muito aguardada por mim.
- Zezé, em qual lixo você jogou o pacote?
- Dona Diva, o lixeiro passa de manhã. Levou aquela imundície embora faz tempo. Precisei até passar desinfetante na lata de lixo. Que coisa fedorenta! Cruz, credo!
- Não era lixo, Zezé!
- Como que não era! Se a senhora visse! Olha, Dona Diva, aquilo eu acho que era macumba que fizeram pra senhora.
- Zezé, quem mandou o alho foi meu irmão!
- Que família horrível, dona Diva. Sinto muito pela senhora. O próprio irmão fazer um despacho desses!
- Zezé, era tempero, não era lixo!
- Dona Diva, sei que a senhora não entende muito de cozinha. Mas, coisa podre dá infecção. Queria ter dor de barriga? Salvei a senhora de ser envenenada. Que família, coitadinha!
Por fim, desisti de reclamar. O alho foi parar no lixo. Ainda tive que explicar pra Zezé que não foi macumba, nem mandinga. Foi difícil me livrar da quantidade imensa de arruda e sal grosso que ela providenciou e espalhou por toda casa. Adeus, alho negro. Fazer o quê?
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