
Deve ser o efeito pós-feriado prolongado. É! Deve ser o day after. Amanheci com a alma em tirinhas, tal e qual retalhos que esperam um destino qualquer.
Mirei o céu, observei as nuvens. Fiz o possível pra não encarar a segunda-feira como ela é. Banco, contas, chefe(s), pressão alta, pressão baixa, haja coração! Lembrei da declaração do imposto de renda. Corri! Mandei! Certa ou errada, cliquei e já era, seguiu pra base de dados da Receita Federal. Ufa! Não imprimi. Impressora deu o chamado pau. Pauleira a segunda-feira.
Comecei e terminei a dieta alimentar. Minha valiosa ajudante do lar, indiferente aos meus apelos dietéticos, preparou torresminho, aquela pururuca engordativa e avessa à minha necessidade de ser leve e então voar.
Papéis ao meu redor. Tantos que eu poderia fazer picadinho de boletos de pagamento, documentos importantes, compromissos impressos com data marcada. Poderia fazer uma batalha de confetes e rir, enlouquecer, riscar do calendário este dia da semana. Abril já se vai, indiferente ao tempo que passou. Hoje, de novo, segunda-feira!
Domingos, ainda que pascais, significam a véspera desse dia fatídico. A musiquinha, aquela do Fantástico ( É Fantástico... Tóim!), desde os idos tempos de colégio, tempos de prova de matemática, detesto segunda-feira. O dia passa arrastado, a adaptação à realidade finge ser novata, como se outras milhares de segundas-feiras não a tivessem precedido. Domingo é a véspera, eita dia enjoado. Esse também não passa, tem sabor de final de festa, coxinha fria, brigadeiro grudado no tapete da sala. Inhaca! Não gosto de domingo também.
A minha semana começa na noite de terça-feira, véspera de quarta-feira. Metade da semana, menos mal assim. O apogeu da semana, a verdadeira apoteose, é a manhã de sexta-feira. O melhor da festa é a véspera. Expectativa, como será o final de semana? Por fim, o sábado chega feito recheio gostoso e depressa se vai. Lá vem de novo o entojado domingo, avisando que amanhã a magia estará desfeita. E, creiam, nasci em uma segunda-feira, talvez pra ser do contra. Coisas de Diva.
Com o olhar ao estilo farol baixo, despeço-me. Ainda há muita lenha pra queimar antes da sexta-feira voltar. E que chegue logo, com a promessa de demorar-se e trazer puxando pelas mãos um longo sábado.
De volta à realidade, terminou o meu horário de almoço, sob a mira do resto do dia. Deixem-me cuidar da papelada, respirar fundo e enfrentar o resto da jornada. Dá-lhe sebo nas canelas, pousei forçado neste voo inoportuno.
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