E eu? Férias sem mim? Eu acordo em horário escravo, corro contra o tempo, para alcançar o ônibus da linha 0666, que passa de meia em meia-hora lotadíssimo, rumo ao centro da cidade. Trabalho o dia todo, depois volto pra casa com os pés doloridos, o esqueleto dando sinais de cansaço.
Outro dia, voltando do trabalho, abri a porta de casa e encontrei
Divo jogando videogame, ouvindo música em volume altíssimo, comendo pipoca. A
bagunça do apartamento me fez querer dar meia-volta e correr novamente pro
escritório, ao menos naquele recinto eu poderia sentar-me em uma cadeira, sem
ter que varrer, lavar, limpar a sujeira, recolher objetos espalhados pra todo o
lado.
Ontem o dia foi longo e os compromissos profissionais me obrigaram a tomar chuva, involuntariamente. Minha cabeça doía terrivelmente. Encontrei Divo deitado no sofá da sala. Sobre a mesa de canto jazia um prato com restos de um sanduíche de salame. No chão, junto à poltrona lateral, um copo meio cheio ( ou meio vazio) contendo refrigerante. Meu edredom, aquele que voltou há poucos dias da lavanderia, estava no chão, sobre o tapete e sob um pacote de salgadinhos. Migalhas de pão ilustravam o veludo de cor esverdeada do sofá. Divo dormia profundamente, semblante sereno. Bati a porta da sala, tamanha a raiva que senti ao vê-lo tão sossegado, em meio àquela confusão.
Ontem o dia foi longo e os compromissos profissionais me obrigaram a tomar chuva, involuntariamente. Minha cabeça doía terrivelmente. Encontrei Divo deitado no sofá da sala. Sobre a mesa de canto jazia um prato com restos de um sanduíche de salame. No chão, junto à poltrona lateral, um copo meio cheio ( ou meio vazio) contendo refrigerante. Meu edredom, aquele que voltou há poucos dias da lavanderia, estava no chão, sobre o tapete e sob um pacote de salgadinhos. Migalhas de pão ilustravam o veludo de cor esverdeada do sofá. Divo dormia profundamente, semblante sereno. Bati a porta da sala, tamanha a raiva que senti ao vê-lo tão sossegado, em meio àquela confusão.
Acordou sobressaltado. – Que horas são? – Boa noite, Divo.
Agora é exatamente a hora de você levantar daí e limpar tudo o que sujou.
Ele nada respondeu.Passei direto pro quarto, sem olhar pra
trás. Iradíssima. Tomei um banho demorado, depois voltei pra sala. Divo tinha
voltado a dormir.
Na cozinha o cenário era ainda mais caótico. A frigideira
contendo meia lata de óleo estava sobre o fogão. O fogão estava sujo, tinha
cebola sobre um dos acendedores. No chão, cascas de dentes de alho, espalhadas
sobre o tapetinho antiderrapante . Seis panos
de prato estavam em uso, dois deles sujos de molho de tomate, um queimado na
beiradinha e dois totalmente engordurados. A pia estava lotada de louça pra
lavar. Contabilizei: três pratos de sobremesa, dois pratos rasos, um prato
fundo, duas travessas, duas panelas, quatro copos, uma xícara de chá, seis
garfos, quatro facas, duas colheres e o escorredor de arroz.
Desisti de ser boazinha. Resolvi sair pra dar uma voltinha.
Ao sair, bati novamente a porta da sala com força e, desta vez, abri novamente
pra ter certeza que Divo tinha acordado. Achei pouco, abri e fechei a porta
novamente, sem a menor compaixão. Divo acordou, escutei um resmungo qualquer a
respeito do barulho.
Fui ao cinema, assisti a um filme lindo, uma história
romântica e com final feliz. Depois, comi um lanche. Olhei meu celular, havia
três chamadas de Divo, que não atendi. Eram 23h30 quando voltei pra casa. A sala
arrumada, a cozinha limpinha e Divo dormindo feito um anjinho no quarto. Creio, aprendeu a lição. Educar um marido não é
fácil, mas essa missão é possível!
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