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Apresentação

Este blog nasceu no blog Janela das Loucas, onde assinava "Diva Latívia". Ali permaneci durante muito tempo, como autora principal das crônicas do blog. Redescobri que escrever é vital pra mim, guiada e editada por Abílio Manoel, cantor, compositor, cineasta e meu querido amigo. O Janela das Loucas não existe mais, Abílio foi embora pro Céu. Escrevo porque tenho esse dom divino, mas devo ao Abílio este blog, devo ao Abílio a saudade que me acompanha diariamente. Fiz e faço deste blog uma homenagem a aquele que se tornou meu irmão, de alma e coração. Aqui o tema é variado: cotidiano, relacionamentos e comportamento, em prosa e versos.







25 de mai. de 2012

VIVENDO PERIGOSAMENTE


Será que a distração é uma característica da minha personalidade, ou será que a dita cuja é meu defeito de fabricação? Quando cheguei a este mundo, já aportei no planeta atrapalhada. Em plena segunda-feira à tarde, quase nasci dentro de um táxi.  Daí em diante, a sucessão de confusões tornou-se inumerável.   Deve ser a conjunção dos astros, provavelmente. Troco o nome das pessoas, esqueço o celular em casa, perco tudo e não encontro nada. Sempre entro em confusão! 
A mais recente desventura aconteceu ontem à noite. Em casa, enquanto Divo assistia ao jogo de futebol na TV, peguei o cãozinho Bono e o levei comigo pra cozinha. Escolhi um chá de saquinho, uma xícara de porcelana antiga, mel para adoçar, limão para abençoar o sabor da bebida. Sentei-me confortavelmente na sala, o cãozinho carinhoso aos meus pés. Que mundo perfeito!
Eis que comecei a sentir um cheirinho de queimado, que rapidamente se intensificou. Da sala pude observar fumaça proveniente da cozinha. Corri, derramei o chá, o cãozinho cruzou meus pés e me fez tropeçar. Escorreguei no tapete da cozinha, bati a cabeça no batente da porta. Despertei sendo lambida por Bono, o cão carinhoso, enquanto ouvia Divo gritar “goooooooooooooool”! 
Não sei como que o apartamento não pegou fogo. Bono, nada bobo, lambeu todo o chá esparramado pelo chão. A xícara já era, desfez-se em dezenas de pedacinhos miúdos. Eu tinha esquecido a chaleira de água sobre o fogo brando do fogão, eis o motivo da fumaceira. Se Divo compareceu para me socorrer? Não, de modo algum. Sequer desconfiou deste episódio atrapalhado. Minha única testemunha tem quatro patas, pareceu preocupado comigo.  Quando voltei pra perto de Divo ele me disse: - Pega pra mim outra cerveja? Ele disse isso sem olhar pra mim.
O galo em minha testa está enorme. Hoje de manhã, Divo olhou na minha direção, finalmente, e fez a seguinte observação: - Amor, acho que você sujou seu rosto de maquiagem, está meio preto aqui, pertinho da sua sobrancelha.
Um tanto atrapalhada, esquecida, desligada. Ainda bem que agora eu tenho ao meu lado um valente protetor, meu fiel escudeiro: Bono Latívio, o cachorrinho. Quanto ao Divo, ele adora futebol. Que beleza!

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